O que é Saúde Integrativa e como praticar? 6 orientações!
Atualmente, vivenciamos um cenário mundial de saúde muito diferente do que tínhamos há 10 anos, não é mesmo? As demandas atuais requerem um olhar mais atento ao bem-estar e à pessoa como um todo, como a Saúde Integrativa, visando de fato o tratamento ou a prevenção de novas doenças e problemas de saúde.
As doenças mais comuns no Brasil, por exemplo, costumam afetar um órgão ou sistema, mas frequentemente têm sintomas ou origens relacionadas a desequilíbrios emocionais ou mentais, como é o caso das doenças cardíacas, diversos tipos de câncer ou a conhecida diabetes.
Essas enfermidades causam cerca de 1,8 milhões de internações anuais somente no Sistema Único de Saúde (SUS)!
E o que dizer das doenças de saúde mental?
Uma pesquisa lançada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) revela que os casos de depressão quase dobraram nos dois primeiros anos da pandemia, enquanto os de ansiedade e estresse aumentaram em 80% no mesmo período.
Para tratar indivíduos com essas enfermidades, hoje a Medicina já compreende que não se deve abordar apenas a doença em si, mas também olhar para a mente da pessoa, suas emoções, seu contexto social, ambiental e espiritual.
Por esse motivo, a Saúde Integrativa vem ganhando cada vez mais força nos sistemas público e privado de saúde no país.
Sou Paloma Maroni, terapeuta do Guia da Alma especialista em Saúde Integrativa. Boa leitura!
Índice
O que é Saúde Integrativa e como funciona?
A Saúde Integrativa representa uma abordagem holística e multidimensional do ser humano, considerando todas as suas dimensões: física, mental, biológica, emocional, espiritual e social.
Esse novo conceito em saúde incorpora práticas tanto da medicina convencional quanto de abordagens complementares e tradicionais.
Ele envolve, inclusive, mudanças no estilo de vida, alimentação, prática de exercícios físicos e busca do equilíbrio emocional e mental.
A medicina moderna convencional, como conhecemos no Ocidente, geralmente trata as doenças de forma fragmentada, focando apenas nas consequências e no alívio do sofrimento físico do paciente, nem sempre abordando suas causas.
Por outro lado, nas medicinas tradicionais e orientais, como a Medicina Chinesa e a Ayurveda, a ênfase está em tratar o paciente como um todo, considerando-o um participante ativo e integrante no processo da doença. Assim, sua condição médica pode ter origem em:
- Estilo de vida;
- Histórico psicoemocional;
- Vivências passadas;
- Influências astrológicas;
- Diversas outras interações ambientais, sociais e espirituais.
A Saúde Integrativa defende que a pessoa deve ser a protagonista de sua própria saúde e processo de cura, tornando-se sua própria agente de saúde.
Em outras palavras, o paciente deixa de ser apenas um receptor passivo de tratamento e passa a ser um interagente, envolvendo-se de forma ativa em sua própria saúde, seja por meio do autocuidado ou das decisões tomadas em conjunto com os profissionais de saúde envolvidos em seu cuidado.
Essa abordagem está se tornando uma tendência, refletida pelo fato de que muitas das principais faculdades de Medicina nos Estados Unidos já incorporaram o ensino de Saúde Integrativa em suas grades curriculares. Instituições de prestígio, como Johns Hopkins, Harvard, Yale, Duke e Mayo, estão adotando essa abordagem.
Além disso, as pessoas estão cada vez mais insatisfeitas com atendimentos deficientes e a falta de transparência em relação a preço, qualidade e segurança na área da saúde.
Como resultado, tornam-se mais exigentes, buscando soluções mais abrangentes, personalizadas e acessíveis, como as oferecidas pela Saúde Integrativa.
Uma pesquisa realizada pela SulAmérica em 2021 revelou que 60% dos brasileiros aderiram a terapias após a pandemia, e desses, 30% optaram por práticas integrativas, como meditação ou escrita terapêutica.
As práticas integrativas podem englobar:
- Dietas alimentares específicas;
- Técnicas de gerenciamento de estresse;
- Meditação;
- Exercícios físicos, como alongamentos e exercícios respiratórios;
- Massagens;
- Entre outros.
Assim como recomendações de terapias integrativas e complementares, que serão discutidas mais detalhadamente a seguir.
Faz sentido pra você?
As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICs)
As Práticas Integrativas e Complementares (PICs) têm como base a humanização, o acolhimento, a escuta ativa e a integração do ser com a sociedade e o ambiente em que vive. Atualmente, o SUS reconhece 29 práticas integrativas, que são as seguintes:
- Medicina Tradicional Chinesa
- Medicina Antroposófica
- Homeopatia
- Fitoterapia
- Termalismo Social/Crenoterapia
- Arteterapia
- Ayurveda
- Biodança
- Dança Circular
- Meditação
- Musicoterapia
- Naturopatia
- Osteopatia
- Quiropraxia
- Reflexoterapia
- Reiki
- Shantala
- Terapia comunitária integrativa
- Yoga
- Apiterapia
- Aromaterapia
- Bioenergética
- Constelação Familiar
- Cromoterapia
- Geoterapia
- Hipnoterapia
- Imposição de mãos
- Ozonioterapia
- Terapia de florais
Importante ressaltar que as PICs não substituem os tratamentos convencionais. Se assim fosse, ainda seriam denominadas Terapias Alternativas.
Elas complementam os tratamentos, fornecendo uma perspectiva holística e integrativa ao cuidado do indivíduo.
Por exemplo, enquanto os tratamentos medicamentosos visam reduzir e controlar uma pressão alta, as terapias integrativas atuam na adequação dos hábitos, na proposta de meios mais naturais, menos invasivos e dispendiosos para auxiliar no controle da pressão, estimulando o processo de tratamento natural e buscando as causas e origens da disfunção.
Todo organismo possui a capacidade de se restabelecer, e as PICs têm o poder de destacar esse processo terapêutico ao indivíduo, proporcionando-lhe conhecimento sobre ações que ativam e potencializam essa capacidade.
Os benefícios e pilares da Saúde Integrativa
A Saúde Integrativa está transformando o paradigma da medicina moderna convencional, deixando de enxergar o indivíduo apenas como uma doença.
Essa abordagem integrativa é capaz de compreender todas as possíveis influências físicas, emocionais, mentais, sociais, espirituais e ambientais que moldam a atual condição de saúde da pessoa. Para isso, baseia-se em 7 pilares fundamentais:
- Utilizar métodos e práticas naturais, efetivas e menos invasivas;
- Embasar-se em investigação, evidências científicas e novas verdades comprovadas;
- Combinar tratamentos convencionais, tradicionais e complementares;
- Investigar a causa do problema e desenvolver tratamentos personalizados para cada indivíduo;
- Considerar todos os fatores de bem-estar, levando em conta os aspectos que influenciam o estilo de vida do paciente, incluindo corpo, mente, espírito, meio social, familiar e ambiental;
- Manter uma comunicação interdisciplinar e transcultural, focada no autoconhecimento do paciente e em seu desenvolvimento individual;
- Priorizar uma relação profissional-paciente de confiança e parceria, analisando todos os resultados.
Além disso, cada uma das terapias possui suas respectivas indicações e benefícios, mas, de modo geral, elas têm a capacidade de:
- Promover a sensação de bem-estar;
- Aliviar o estresse;
- Reduzir sintomas físicos, mentais e emocionais;
- Proporcionar uma escuta acolhedora;
- Integrar o indivíduo ao meio ambiente e à sociedade;
- Educar e conscientizar sobre a situação de saúde.
Ao abraçar a abordagem da Saúde Integrativa, a medicina transcende os limites da doença, valorizando e considerando o ser humano em sua totalidade, para proporcionar cuidados mais abrangentes e efetivos em busca do bem-estar e da saúde integral.
Se interessou?
Medicina Tradicional e Medicina Integrativa: quais as diferenças?
Antes de tudo, é importante compreender que ao abordar a saúde, não estamos nos referindo exclusivamente à Medicina.
A medicina é um campo de estudo e uma profissão que abrange diversos aspectos da saúde, concentrando-se na prevenção, promoção e recuperação do indivíduo.
Para alcançar esses objetivos, a medicina requer olhares e abordagens específicas, de acordo com sua área de atuação.
A Medicina Convencional, por exemplo, é a forma moderna de medicina amplamente utilizada no Brasil, adotada em todos os serviços públicos e privados, regulamentada e ensinada aos profissionais de saúde.
Nessa abordagem, são amplamente utilizados medicamentos industrializados, além de procedimentos ambulatoriais e cirúrgicos. O foco da medicina convencional é a doença, e seu objetivo é combater os sintomas, evitar as consequências e reduzir o sofrimento.
A Medicina Tradicional, por outro lado, é caracterizada como um conjunto de saberes e práticas em saúde de um determinado grupo étnico.
Essa forma de medicina reconhece a natureza como fonte de recursos terapêuticos eficazes, utilizando abordagens com produtos de origem vegetal, animal e mineral, exercícios corporais e técnicas manuais.
O foco da medicina tradicional é a pessoa, e seu objetivo é identificar a causa, tratar e prevenir doenças, mantendo o bem-estar. Exemplos notáveis da medicina tradicional incluem a Medicina Tradicional Chinesa e a Medicina Ayurvédica.
A Medicina Integrativa, por sua vez, reconhece tanto a medicina convencional quanto a tradicional, além de outras terapias que contribuem para o bem-estar da pessoa e abordam as diversas dimensões do ser.
Portanto, a Saúde Integrativa não substitui a medicina convencional, mas a complementa, combinando tratamentos e planos de cuidados com outras práticas que auxiliam o indivíduo a compreender melhor sua condição, engajar-se no tratamento e assumir o autocuidado.
O foco da medicina integrativa é a pessoa em sua totalidade, e seu objetivo é desenvolver a autoconsciência na pessoa sobre como seus cuidados refletem em sua própria saúde, integrando diversas práticas para prevenir agravos, promover a saúde e o bem-estar.
Como se cuidar com a Saúde Integrativa? 6 orientações!
Se você chegou até aqui, certamente já está considerando a importância de cuidar da sua saúde de forma integrativa, com foco no autocuidado. Para isso, é fundamental conhecer os pilares da Saúde Integrativa, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS):
- Evitar colocar-se em risco;
- Utilizar medicamentos e produtos de saúde com cautela;
- Praticar atividade física regularmente;
- Seguir uma alimentação equilibrada;
- Cuidar do sono para garantir uma boa qualidade de descanso;
- Manter uma boa higiene corporal;
- Buscar o autoconhecimento, entendendo suas necessidades e limitações.
Ao ter conhecimento desses pilares do autocuidado, torna-se mais fácil compreender como é possível prevenir algumas situações críticas de saúde por meio de práticas e hábitos simples que podem ser incorporados no dia a dia.
Por exemplo, optar por uma alimentação consciente reduz consideravelmente a probabilidade de apresentar alterações importantes nos exames de colesterol.
Praticar 30 minutos de atividade física diariamente reduz drasticamente o risco de desenvolver obesidade, mesmo que haja uma predisposição genética relevante na família.
Assumir o autocuidado com base nesses pilares não apenas contribui para a saúde presente, mas também promove uma maior qualidade de vida a longo prazo, minimizando o surgimento de problemas de saúde e potencializando o bem-estar geral.
Dica 1. Hábitos e Saúde Preventiva
Tanto a Saúde Preventiva quanto a Saúde Integrativa compartilham a priorização de hábitos semelhantes para promover qualidade de vida e longevidade. Esses hábitos essenciais incluem:
- Gestão do estresse para equilibrar as demandas diárias e promover o bem-estar emocional;
- Prática regular de atividades físicas para fortalecer o corpo e manter a saúde cardiovascular;
- Garantir um sono de qualidade para promover a recuperação do organismo e melhorar o funcionamento mental;
- Adotar uma alimentação saudável, proporcionando ao corpo os nutrientes necessários para o seu bom funcionamento;
- Suplementação de nutrientes, quando necessário, para complementar a dieta e suprir deficiências específicas.
Esses hábitos constituem a base para uma vida saudável, permitindo a prevenção de doenças e o alcance de uma maior qualidade de vida ao longo do tempo.
Dica 2. Traga uma atividade física para sua vida
Movimente-se! Encontre formas agradáveis de exercitar seu corpo.
De acordo com a OMS, são necessários de 150 a 300 minutos de atividade física por semana.
Divida esse tempo ao longo de 7 dias e escolha caminhadas, corridas, natação, musculação ou qualquer outro exercício que seja de acordo com suas preferências.
Atualmente, há diversas opções de academias e personal trainers que oferecem uma variedade de atividades, bem como aplicativos que trazem exercícios para fazer em casa ou de forma rápida para quem tem pouco tempo. Não há mais desculpas!
Dica 3. Alimentação consciente
Evite dietas milagrosas e o consumo excessivo de frituras, gorduras e alimentos processados.
Não deixe de se alimentar por longos períodos, afinal, o corpo pede apenas o que realmente necessita.
Busque o equilíbrio! Se em um dia exagerou nas indulgências, no dia seguinte procure optar por alimentos mais leves.
Tenha conhecimento sobre o que você come, estudando sobre os alimentos, assim será mais fácil tomar decisões conscientes em relação à sua alimentação.
Dica 4. Cuide do seu sono
Dê importância aos seus momentos de descanso, pois é nesse período que nosso corpo e mente conseguem se reabilitar.
Estabeleça uma rotina e procure dormir sempre no mesmo horário, para acordar também na mesma hora.
Afaste-se de celulares e telas pelo menos 1 hora antes de dormir. Durma em um ambiente escuro e silencioso, e recorra a máscaras de dormir ou protetores auriculares, caso não seja possível ajustar o local de descanso.
Dica 5. Mantenha a higiene em dia
O seu corpo é o seu templo. Portanto, mantenha-o limpo e bem cuidado.
Banhos diários são essenciais, especialmente dado o clima do Brasil.
Escovar os dentes, cortar as unhas e lavar as roupas podem parecer orientações óbvias, mas a falta desses cuidados pode levar muitas pessoas a adoecer.
Dica 6. Saúde Integrativa: busque eternamente o seu autoconhecimento
Tenha o hábito de olhar para si mesmo: observe seu comportamento, suas reações, seus julgamentos, suas habilidades e suas fraquezas. Afinal, você é o único responsável por sua felicidade.
Mantenha um diário, grave áudios para si mesmo e tire fotos sempre que desejar, para perceber suas mudanças mais sutis ao longo do tempo.
Pratique a meditação, a atenção plena e faça terapias para trabalhar seus medos, incertezas e crenças limitantes, mas também para se empoderar, fortalecer suas habilidades, melhorar sua autoestima e se autopreservar.
Não pare por aí! Estamos em constante mudança, adquirindo novas opiniões, pontos de vista e experiências. Sempre há mais a conhecer sobre si mesmo.
Se você achar desafiador encaixar esses hábitos e ações em sua rotina diária, não sabe por onde começar, ou desejar experimentar essa nova forma de cuidar de si mesmo,