Investimento em saúde mental: dados para provar a importância na sua empresa (o ano inteiro)
Falar sobre investimento em saúde mental é tema em alta quando nos aproximamos de campanhas como Setembro Amarelo, Janeiro Branco e SIPAT. Mas a verdade é que esse tema deve ser pauta para a empresa durante o ano inteiro.
Neste artigo irei direcionar e alertar a importância desse assunto com dados.
Sou Rodrigo Roncaglio, CEO do Guia da Alma – a solução completa para a Saúde Mental no trabalho. Boa leitura!
Índice
Saúde mental nas empresas: porque o tema merece sua atenção
Saúde mental é tema extremamente relevante, principalmente nas empresas e no departamento de Recursos Humanos – que trabalha gerenciando pessoas e suas emoções.
A necessidade de se preocupar com esse tema dentro das empresas acabou se mostrando mais forte durante o ápice da pandemia de coronavírus, onde pode-se afirmar, segundo dados de saúde mental da Secretaria Especial da Previdência e Trabalho, que mais de meio milhão de brasileiros foram afastados do trabalho devido à transtornos mentais e comportamentais.
Esse registro é de 2020, quando a necessidade do lockdown fez-se presente no mundo. O aumento de absenteísmo no trabalho cresceu quase 30% a mais do que no ano anterior.
Segundo o Instituto Ipsos, em 2020 mais de 50% da população brasileira relatou algum problema relativo à saúde mental. Entre 30 países pesquisados, o Brasil atingiu o quinto lugar.
De 2020 até 2022 a urgência em trazer o tema da saúde mental para dentro das empresas tem se tornado mais palpável. Contudo, na prática, são poucas as instituições que se preocupam com isso.
Em pesquisa da Kenoby, 93% dos profissionais de Recursos Humanos (em empresas de até 500 colaboradores) relataram que as empresas ainda ignoram a saúde mental no ambiente corporativo.
Também foi relatado que as empresas em questão não possuem planos de ação concretos e o investimento necessário para tratar a problemática da saúde mental na equipe de colaboradores.
Porém em estudo de 2022 da Global Learner Survey, 92% dos brasileiros priorizam empresas que oferecem algum tipo de serviço ou programa voltado às questões de saúde mental.
Faz sentido pra você? Todos esses dados você encontra em nosso report completo com dados sobre Saúde Mental no trabalho, confira!
Recentemente a demanda para contratação de serviços de saúde mental nas empresas, como terapia online, por exemplo, tem aumentado. Isso corresponde a um plano de ação prático que as instituições estão começando a trazer para a cultura organizacional.
Algumas empresas que investem em saúde mental e oferecem benefícios para seus colaboradores, são consideradas as melhores para se trabalhar no Brasil. Entre elas: Ambev, Natura, Boticário, Danone e Nubank.
A pesquisa “Great Expectations: Making Hybrid Work Work”, realizada pela Microsoft, afirmou que mais de 50% dos colaboradores está propenso a cuidar mais da saúde mental e bem-estar no trabalho após a pandemia.
O estudo também afirmou que, agora, os profissionais começam a prestar mais atenção se as empresas contratantes preocupam-se com:
- Cultura positiva;
- Ações de saúde e bem-estar nas empresas;
- Senso de propósito;
- Flexibilidade no horário de trabalho.
Ou seja: falar sobre saúde mental nas empresas é tópico extremamente relevante e precisamos falar, também, sobre como o investimento em saúde mental para os colaboradores é necessário.
Investimento em saúde mental no Brasil
Segundo a pesquisa da startup Kenoby, em mais de 70% das empresas não há um departamento dedicado à saúde mental, enquanto quase 70% delas apresentam índices de afastamento no trabalho por problemas emocionais.
A startup também entrevistou o setor de Recursos Humanos e afirmou que:
- Para esse setor, quase 40% acredita que a produtividade individual e da equipe como um todo é prejudicada por ausência de cuidado em saúde mental;
- 23% apontou que a empresa já teve absenteísmo de colaboradores por questões relacionadas à saúde mental/emocional.
Pensando nisso, a empresa de tecnologia Oracle realizou uma pesquisa em 11 países e revelou que quase 80% dos colaboradores afirmam que as empresas onde trabalham precisam investir mais na saúde mental. Os dados coletados no Brasil, especificamente, são gritantes: 84% dos entrevistados afirmam que essa necessidade deve ser atendida.
Além disso, segundo estudo realizado pelo SurveyMonkey, companhia de desenvolvimento de pesquisa online, 90% dos colaboradores brasileiros dizem não ser felizes com a atividade que exercem na empresa em que trabalham.
São perceptíveis os danos na saúde mental do trabalhador brasileiro.
A OMS afirma, ainda, que o Brasil é o país com o maior número de pessoas com ansiedade, sendo quase 10% da população total, onde quase 90% sofre com algum transtorno mental.
Obviamente, nesse cenário, é preciso falar sobre a síndrome de burnout CID-11.
Burnout significa esgotamento mental ocasionado por excesso de trabalho. Essa síndrome afeta a maioria dos trabalhadores do mundo, seja pelo excesso de perfeccionismo, seja pela própria carga intensa de trabalho e estresse decorrente do mesmo.
Em pesquisa realizada pela plataforma Semrush, o termo “burnout” aumentou em 122% durante a pandemia de coronavírus.
Segundo pesquisas publicadas pelo ISMA e PuMed: o Brasil é o segundo país no mundo com mais casos. Um em cada três trabalhadores brasileiros sofrem com sintomas do Burnout.
Saúde mental nas empresas não precisa ser tabu. Os dados não mentem: é preciso investir nessa área.
Continua comigo nesse artigo que te mostrarei como!
É possível calcular o ROI do investimento em saúde mental?
Segundo pesquisa da Harvard Business Review: no caso de um colaborador que ganha cerca de R$2 mil, por exemplo, o presenteísmo (= colaborador presente, mas improdutivo) gera um custo de R$21 mil por ano. Se for um cargo mais alto, o curso do afastamento aumenta!
As perdas anuais por queda de produtividade dos colaboradores por causa da saúde mental tem impacto direto na economia mundial. As perdas, por ano, no mundo, giram em torno de US$ 2,5 trilhões e US$ 8,5 trilhões.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), por exemplo, quando um colaborador apresenta um quadro de depressão pode ter problemas na atenção, memória, tomada de decisão e capacidade de planejamento.
A produtividade e bem-estar dos funcionários e a produtividade da empresa estão intimamente relacionados. É possível medir isso em números?
Ou seja: é possível saber quanto uma empresa pode esperar de retorno positivo quando investe na saúde mental de seus profissionais?
De acordo com a Harvard Business Review, o ROI em saúde mental é 3,68 para a empresa como um todo e chega a 6,3 nos cargos de gestão.
Resumindo: para cada R$ 1 investido, a empresa pode esperar o retorno de R$ 3,68. Empresas que investem em saúde mental são mais prósperas!
Outro dado da OMS também aponta que cada euro gasto em saúde mental equivale a retorno de quatro euros.
Já uma pesquisa realizada em 2021 no Reino Unido pela Deloitte, mostrou que cada libra investida no cuidado com a saúde mental dos funcionários se traduz, em média, em 5 libras de retorno financeiro (ROI) para o negócio.
O estudo também revelou que o cuidado proativo traz um ROI mais alto (5,1 libras), do que o cuidado reativo (3,4 libras). Ou seja, agir apenas quando o colaborador já está com um problema mais grave é essencial. Mas agir de forma preventiva é mais eficaz!
Empresas que investem em saúde mental são mais prósperas!
Investir em saúde: Por onde começar?
Antes de tudo, é preciso entender que esse assunto é um tabu que precisa ser desconstruído.
Segundo pesquisa de 2019 da Mental Health America, 55% dos funcionários afirmaram tinham medo de tirarem um dia de folga em prol da saúde mental e quase 70% preferiram não falar sobre esse assunto com os seus superiores.
Além disso, a empresa britânica Capita revelou, em pesquisa, que 49% dos colaboradores não acham que seu superior saberia o que fazer se eles relatassem algum problema de saúde mental.
É nesse sentido que a gestão de RH deve agir cada vez mais próxima da equipe de colaboradores, almejando o diálogo constante e o diferencial de focar no bem-estar e satisfação de todos, com escuta ativa e resiliente.
As empresas precisam investir em ações concretas, onde as relações laborais mantenham-se saudáveis e o ambiente de trabalho permaneça produtivo e tranquilo.
Palestras sobre saúde mental no trabalho para todo o time e treinamento de líderes para gestão emocional são boas formas de iniciar.
O principal desafio é ampliar a discussão e torná-la palatável para todos os setores das empresas, onde não apenas a gestão de RH tenha o incentivo de estimular programas de saúde mental, mas os colaboradores sintam-se motivados e interessados em adotar práticas que melhorem essa área de sua vida.
É importante que os colaboradores tenham consciência em realizar a manutenção dos seus conflitos individuais para que não se alastrem para a área profissional, e vice-versa! Benefícios em terapias complementares, são ótimas formas de incentivar isso.
A literatura sobre esse questionamento é extensa, o que é preciso é haver mais diálogo sobre o assunto na prática, através de investimento em informação e conhecimento.
É necessário que a temática de saúde mental seja inserida, principalmente, na missão e cultura organizacional das empresas. Essa é uma meta da agenda 2030 da ONU e de ESG nas empresas.
A naturalização da discussão sobre saúde mental no trabalho deve funcionar, principalmente para situações de crise, seja dentro da empresa, seja decorrente de catástrofes que estão para além da administração da empresa, mas que apresentam, stricto sensu, sequelas na performance da empresa como um todo.
Além disso, de maneira geral, transtornos relacionados à saúde mental podem impactar negativamente o estado mental e emocional do trabalhador, impedindo que ele exerça suas atividades de maneira exemplar.
Em contrapartida, segundo estudo da Universidade da Califórnia, um trabalhador feliz é:
- 31% mais produtivo;
- Três vezes mais criativo;
- Vende 37% mais.
A campanha de saúde mental inglesa Time to Change, afirmou que:
“provavelmente todos trabalhamos com alguém que está passando por um problema de saúde mental. As preocupações com dinheiro, empregos e benefícios costumam dificultar a resolução e superação desse problema”.
Além disso, segundo pesquisa do International Stress Management Association (Isma-BR) de 2018, os dados antes da pandemia mostraram que 32% dos trabalhadores brasileiros tinham Burnout, ficando em segundo lugar no ranking mundial (só ficando atrás do Japão).
Durante a pandemia e no pós, considera-se que esses dados tenham crescido consideravelmente.
Segundo o artigo “Avaliação da produtividade na síndrome de burnout” de Adriano Hyeda e Zuher Handar que avaliou o impacto do burnout no desenvolvimento do presenteísmo pelos sintomas emocionais em um grupo de enfermagem, concluiu que:
“Os sintomas emocionais referidos pelos trabalhadores afetaram significativamente no desempenho dos funcionários com burnout, interferindo na capacidade de concentração e na conclusão das atividades laborais.”
As doenças mais comuns em colaboradores, além da síndrome de burnout, são a ansiedade e depressão no trabalho.
Essas doenças estão diretamente relacionadas à queda na produtividade e absenteísmo das empresas, afetando até mesmo a capacidade cognitiva dos trabalhadores, o que reduz seu desempenho de atividades laborais, até as cotidianas básicas.
É possível analisar o problema para as empresas através do alto índice de absenteísmo no trabalho decorrente de transtornos relacionados à saúde mental.
A Agência de Saúde e Segurança no Trabalho do Reino Unido realizou uma pesquisa entre 2018 e 2019 que estima uma perda de 23,5 milhões de dias úteis. As causas dessas ausências no trabalho são, principalmente, derivadas de estresse, depressão e ansiedade.
Não apenas pela questão de priorização do bem-estar dos colaboradores e foco na produtividade dos mesmos, a empresa deve focar em saúde mental, também, para resultados economicamente positivos.
Além disso, a Lancet Commission prevê que até 2030 o número de dias de absenteísmo causados por profissionais com problemas voltados à saúde mental gere um impacto de dezesseis trilhões de dólares na economia global.
O RH do futuro tem foco em saúde mental, para que, dessa maneira, os colaboradores estejam engajados e felizes. E uma liderança saudável que gera resultados mais positivos! Nesse sentido, RH e líderes precisam trabalhar juntos.
Não é de hoje que o mercado já se deu conta de que o investimento em saúde mental no trabalho é essencial para uma equipe equilibrada e produtiva.
Uma solução que tem se tornado mais palpável para as empresas é a contratação de serviços que ofereçam práticas terapêuticas voltadas para assistência em saúde mental, sendo a sua maioria de forma remota. Veja algumas dicas:
- A empresa deve manter um canal de escuta ativa com os profissionais e de comunicação assertiva: a vida pessoal pode apresentar desafios que se estendem para a vida profissional e o diálogo pode promover um ambiente mais suscetível à sinceridade e troca, o que contribui para uma saúde mental em dia;
- Incentive as pausas no trabalho: assim, a mente pode retornar mais descansada e produtiva. Durante as pausas os colaboradores podem realizar atividades leves, como: meditação no trabalho ou estímulo a uma leitura, por exemplo;
- Promova práticas de atividades físicas em grupo, de maneira remota, como ginástica laboral ou yoga. Essas atividades podem prevenir ou tratar problemas como Lesão por Esforço Repetitivo (LER);
- A liderança deve proporcionar feedbacks construtivos, da mesma forma que deve estar aberta para receber o mesmo de seus funcionários;
- Ofereça benefícios e suporte de serviços de saúde.
Faz sentido para você? Se você tem dificuldades em demonstrar aos decisores da sua empresa a importância do investimento de saúde mental o ano inteiro como tema prioritário, saiba que podemos te ajudar!
Guia da Alma: a melhor plataforma para investir em saúde mental para a sua empresa
Somos uma solução completa para Saúde Mental no trabalho, desde 2016 ajudando empresas e colaboradores a atingir seu melhor nível de desenvolvimento pessoal e profissional!
Nosso método tem como 3 pilares:
- Plataforma de terapias;
- Dados sobre saúde mental;
- Educação com conteúdo;
- e mais!