Como evitar a Síndrome de Burnout CID – 11: a nova doença do trabalho
A Síndrome de Burnout CID – 11 não é um problema recente. Porém, a partir de 2022, a Síndrome de Burnout é doença ocupacional. Ou melhor falando, “Síndrome ocupacional”.
A grande diferença é que, na maioria dos casos, as doenças tem uma razão conhecida e definida. Enquanto as síndromes são quadros sem um veredicto definitivo sobre sua origem e sintomas.
O Burnout foi oficializado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma síndrome crônica e inserida na Classificação Internacional de Doenças (CID-11).
Ele é definido como a síndrome do esgotamento profissional, resultante do excesso de trabalho, que não foi gerenciado com sucesso. E pode acarretar em sensação de exaustão, esgotamento de energia, sentimentos negativos e redução da eficácia profissional.
Por isso, RHS, líderes, gestores e empresários, devem estar atentos a essa síndrome ocupacional no que se refere a qualidade de vida no trabalho oferecida, produtividade e por questões trabalhistas.
Nesse artigo, vamos explicar tudo sobre o que é a Síndrome de Burnout, como identificar se os seus colaboradores estão com Burnout e o que RHs e líderes podem fazer para prevenir.
Sou Liana Chiaradia, co-founder e CMO do Guia da Alma – a maior plataforma de Terapias Holísticas do Brasil para melhorar a saúde mental nas empresas.
Boa leitura!
Índice
O que é a Síndrome de Burnout CID – 11 e como afeta as empresas agora?
Em 2019, a OMS classificou o Burnout como um “fenômeno ligado ao trabalho”. Mas foi em 2022 que a síndrome foi oficializada com CID e, segundo o texto, como “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”.
A mudança na classificação traz uma evidente relação do Burnout com o ambiente de trabalho e a responsabilidade da empresa sobre a saúde mental e integridade dos colaboradores.
Essa classificação pode ter um efeito grandioso em processos trabalhistas e indenizações relacionadas ao tema. Algumas dos principais recursos que o funcionário pode usar são:
- Diagnóstico e laudo médico;
- Histórico do profissional;
- Avaliação do ambiente de trabalho;
- Relatos de testemunhas;
- Provas de degradação emocional;
- Fatores causadores da síndrome, como: assédio moral e cobranças agressivas.
Segundo pesquisa do International Stress Management Association (Isma-BR) de 2018, os dandos antes da pandemia, mostraram que 32% dos trabalhadores brasileiros tinham Burnout, ficando em segundo lugar no ranking mundial (só ficando atrás do Japão).
Durante a pandemia e no pós, considera-se que esses dados tenham crescido consideravelmente.
Segundo o artigo “Avaliação da produtividade na síndrome de burnout” de Adriano Hyeda e Zuher Handar que avaliou o impacto do burnout no desenvolvimento do presenteísmo pelos sintomas emocionais em um grupo de enfermagem, concluiu que:
“Os sintomas emocionais referidos pelos trabalhadores afetaram significativamente no desempenho dos funcionários com burnout, interferindo na capacidade de concentração e na conclusão das atividades laborais.”
Sintomas de síndrome de Burnout no ambiente de trabalho
Algumas das profissões mais atingidas pelo Burnout são aquelas de muita pressão mental, risco e/ou trabalho excessivo, como: policiais, médicos e professores.
Porém, a síndrome de Burnout CID 11 também tem sido cada vez mais comum em empresas de tecnologia.
Muitas pessoas que são vistas como: “perfeccionistas”, “que fazem horas extras e estão sempre à disposição”, “exigentes demais”, “sempre estressados”, “não é mais um bom profissional como antes”, podem na verdade, estar apresentando sintomas de síndrome de Burnout no ambiente de trabalho.
Confira aqui alguns dos sinais e sintomas do Burnout mais frequentes que os colaboradores podem apresentar:
- Necessidade constante de aprovação e validação;
- Incapacidade de se desligar do trabalho, estando sempre online e fazendo horas extras;
- Colocar o trabalho antes nas necessidades pessoais;
- Mudanças visíveis em comportamentos, humor e valores pessoais;
- Distanciamento social e problemas interpessoais;
- Exaustão e falta de energia;
- Rendimento, desempenho e produtividade em queda;
- Baixa motivação;
- Negativismo;
- Problemas de saúde frequentes;
- Sentimentos de incompetência e insegurança.
Leia também nossos outros artigos para entender mais sinais:
Como prevenir a Síndrome de Burnout CID 11 na empresa? 5 dicas valiosas!
É possível que ao ler os sintomas você tenha identificado eles em muitos colaboradores. Talvez muitos deles não sabem o que fazer com a situação, ou mesmo não sabem que estão nela, ou como evitar.
Por isso, é importante promover ações tanto emergenciais, como preventivas.
Seja essa mudança, tão necessária na vida de seus colaboradores. Confira dicas que você pode implementar na sua empresa:
1. Falar sobre o tema
Saúde Mental no trabalho não pode mais ser um tabu. Quanto mais falamos sobre o tema, mais pessoas entenderão o que estão sentindo e se sentirão motivadas a mudar essa questão.
Inclusive, recentemente muitos famosos admitiram estar vivenciado ou terem superado a Síndrome de Burnout, como: a jornalista Izabella Camargo, as cantoras Anitta e Taylor Swift.
Fale sobre o tema no ambiente de trabalho através de materiais de endomarketing, nas reuniões e 1:1, e com palestras sobre saúde mental.
- Conheça os programas de Saúde Mental e Qualidade de Vida para empresas do Guia da Alma: palestras, treinamentos, práticas de saúde mental e mais!
2. Implementar uma cultura saudável
Criar um ambiente de trabalho saudável que não normaliza o “estresse”, nem determina metas impossíveis, é um primeiro passo.
Mas mais do que isso, é criar um ambiente confortável, com segurança psicológica e práticas que estimulem o bem-estar dos colaboradores.
3. Proporcionar tempo para relaxamento com práticas
Incentivar pausas no trabalho, para dar um “reset” na mente são muito saudáveis e podem ajudar a aliviar os sintomas do burnout, da ansiedade e estresse no trabalho.
Meditação, Yoga, Ginástica Laboral e Exercícios de Respiração são ótimos e comprovados cientificamente.
4. Treinar a liderança
Os líderes precisam estar preparados para identificar como seus liderados estão e como agir através de uma liderança assertiva e comunicativa. Estimule treinamentos, 1:1 e feedbacks constantes.
5. Implementar projetos de Saúde Mental
Fazer ações pontuais já é um começo, mas ter projetos de longo prazo, certamente vai trazer resultados mais estáveis e duráveis.
Nesses projetos você pode inserir mapeamentos de saúde mental, terapias individuais para tratamento e práticas recorrentes de bem-estar.
As dicas fizeram sentido?
Então conheça os programas de Saúde Mental e Qualidade de Vida para empresas do Guia da Alma: palestras, treinamentos, terapias, práticas de meditação, yoga e mais!
Vai ser um prazer te ajudar a prevenir essa síndrome, assim como já ajudamos tantas outras empresas.