Saúde Mental pós-pandemia: dados e dicas de como lidar!
Como está sua saúde mental pós-pandemia? Estudos dizem que vivemos uma segunda pandemia: a da saúde mental!
Sabemos que os números de pessoas com transtornos mentais eram graves mesmo antes da pandemia, porém foram agravados com ela.
E para sempre fomos marcados por esse período da história onde foi necessário aprender a lidar com o medo, luto, distanciamento e isolamento. Até hoje sentimos seus efeitos!
Por uma questão de necessidade, o tema da saúde mental ganhou destaque. E é sobre isso que vamos falar nesse artigo: como está nosso estado mental pós-pandemia, segundo dados e pesquisas.
Também trago dicas para cuidar da saúde mental no pós pandemia para pessoas e empresas.
Sou Rodrigo Roncaglio, CEO do Guia da Alma – a solução completa para a Saúde Mental no trabalho. Boa leitura!
Índice
Dados pré, durante e pós-pandemia: um comparativo da realidade!
Antes da crise de saúde mental na pandemia, os dados já eram alarmantes.
Em 2017, segundo a OMS, a depressão já afetava 322 milhões de pessoas no mundo, sendo 11,5 milhões de brasileiros. Em 10 anos, de 2005 a 2015, esse número havia crescido 18,4%! A previsão era que em 2030 a depressão se tornaria a doença mais comum do mundo.
Já os casos de ansiedade estavam presentes em 264 milhões de pessoas e havia crescido 15%, sendo o Brasil o país com mais casos no mundo (18,6 milhões de pessoas).
E o estresse atingia, em algum nível, 90% das pessoas do mundo!
Dados do Datasus informam que, mesmo antes da pandemia no Brasil, transtornos mentais já a principal causa de pagamento de auxílio-doença (não relacionados a acidentes de trabalho), sendo representada por:
- 30,67% (depressão);
- 17,9% (ansiedade).
Em 2019, a OMS já estimava que quase 1 bilhão de pessoas viviam com algum transtorno mental no mundo.
A pandemia de coronavírus foi anunciada em 2020 e, com ela muitas mudanças! O isolamento social, novas modalidades de trabalho e transtornos mentais em crescimento.
O Relatório Mundial de Saúde Mental de 2022 afirmou que no primeiro ano de pandemia, o índice de ansiedade e depressão aumentou em 25%, numa esfera global. E entre as principais causas se destacavam:
- Isolamento social e solidão;
- Desemprego e preocupações financeiras;
- Perda de vínculo com parentes, amigos e comunidade;
- Luto;
- Medo de adoecer;
Podemos dividir as principais consequências da pandemia em 4 fases:
- Sobrecarga dos hospitais para internação de infectados;
- Diminuição de recursos para saúde por conta do realocamento de verba para lidar com a pandemia;
- Interrupção em cuidados de pacientes com doenças crônicas;
- Aumento do índice de transtornos mentais e traumas psicológicos derivados do vírus ou do momento histórico.
Como afirmou Dorisdaia Humerez, coordenadorada Comissão Nacional de Enfermagem em Saúde Mental (Conasem/Cofen),
“O aumento nos transtornos ansiosos e depressivos é uma tendência dos últimos anos, mas atingiu patamares muito mais alarmantes após a crise sanitária”.
No comportamento da população, foi possível observar um estado de angústia coletivo, com reações como: insônia, estresse, lapsos de memória, sobrecarga de informações, entre outros.
Apenas no primeiro ano da pandemia de Covid-19, 53 milhões de pessoas desenvolveram depressão e 76 milhões ansiedade — totalizando 129 milhões e altas de 28% e 26% da incidência, respectivamente.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, informou durante esse período que:
“As informações que temos agora sobre o impacto da COVID-19 na saúde mental do mundo são apenas a ponta do iceberg (…) Este é um alerta para que todos os países prestem mais atenção à saúde mental e façam um trabalho melhor no apoio à saúde mental de suas populações”.
90% dos países pesquisados pela OMS incluíram o cuidado com saúde mental como plano de resposta para lidar com as sequelas da pandemia de covid-19. Porém, nem todos estavam preparados para isso.
Sobre impactos na saúde pós pandemia da população, juntamente com dados do último estudo Global Burden of Disease, é possível identificar:
- A pandemia afetou significamente a saúde mental dos jovens, gerando comportamentos suicidas e automutilação;
- As mulheres foram mais afetadas pela pandemia do que os homens;
- Pessoas com condições de saúde pré-existentes (como asma, câncer e doenças cardíacas) eram mais propensas a desenvolver sintomas de transtornos mentais;
- Pessoas com transtornos mentais pré-existentes, quando infectadas, são mais propensas à hospitalização, doença grave e óbito;
- Pessoas com transtornos mentais em estado mais grave (como psicose) e jovens com transtornos mentais estão potencialmente em maior risco.
O cuidado com a saúde mental entrou no Plano de Ação Integral de Saúde Mental 2013-2030 da OMS, assim como medidas de apoio psicossocial e serviços de saúde mental foram apontados como urgentes na Assembleia Mundial de Saúde de 2022.
Contudo, a preocupação com a saúde mental da população derivada dos impactos da pandemia precisa ser proporcional ao investimento global.
Dados do mais recente Atlas de Saúde Mental da OMS informam que, em 2020, governos no mundo inteiro gastaram pouco mais de 2% de seus orçamentos para saúde mental e muitos países de baixa renda alertaram ter menos de um profissional da área para cada 100 mil pessoas.
Ainda estamos absorvendo os impactos e aprendizados deixados em todos nós sobre saúde pós-pandemia.
Ninguém sabe dizer exatamente quando a pandemia acabou. Ainda há incertezas para dizer que isso de fato aconteceu!
E isso gerou inseguranças em todos nós. Afinal, o que é o novo normal?
Foi preciso uma readaptação para voltar aos círculos sociais sem sentir medo de ficar doente, por exemplo. Muitas pessoas não quiseram voltar para seus empregos no formato presencial. Muitas famílias puderam se reencontrar após meses longe.
Dentre tantos desafios, uma coisa aprendemos: o cuidado com a saúde mental deve ser constante!
Saúde mental pós-pandemia no trabalho
Com a pandemia, falar sobre saúde mental no trabalho se tornou essencial.
Os dados aqui também eram alarmantes pré-pandemia. Em 2019, a Organização Mundial de Saúde (OMS) informava que cerca de 20 milhões de pessoas pediam afastamento em seus cargos por doenças mentais.
Porém, isso ainda era um tabu. Na pandemia, em um momento coletivo de angústia, não tinha mais como “esconder” o que estávamos sentindo e dizer que “estava tudo bem”!
A realidade da pandemia alterou nossa forma de trabalho, a relação com ele e com nossos colegas. Muitas pessoas não estavam acostumadas ao home office, ou sentiam muito medo de trabalhar presencialmente!
E o desequilíbrio entre a vida pessoal e profissional, possivelmente também está entre os fatores que influenciaram no aumento do índice de brasileiros com doenças mentais, como síndrome de burnout.
Isso derivado do excesso de trabalho e informações que vivenciamos. Tudo isso atrelado a um senso de imediatismo!
Dentre as profissões mais prejudicadas, estão as da área médica: 78% dos profissionais de saúde tiveram sinais de Burnout durante a pandemia, segundo a PEBMED, a síndrome do esgotamento profissional.
Isso contribuiu para incluir a Síndrome de Burnout na Classificação Internacional de Doenças (CID-11) em 2022.
Segundo a Associação Internacional de Gerenciamento do Estresse no Brasil (ISMA-BR), 30% dos trabalhadores estão sofrendo de burnout atualmente. Dentre as principais causas estão:
- Quantidade de tarefas a serem executadas em prazos apertados;
- Gerenciamento inadequado dos colaboradores;
- Tudo isso aliado aos fatores de estresse da vida cotidiana.
Após a pandemia, também surgiram os movimentos nas relações com o trabalho:
- Lay off: empresas demitiram grande parte da equipe, como alternativa para enfrentar os desafios durante e pós-pandemia;
- Grande renúncia: onde diversas pessoas pediram demissão dos seus empregos buscando mais qualidade de vida. Nisso está incluso melhores salários, não voltar ao modelo presencial, e buscar por empresas com uma cultura saudável;
- Quiet quitting ou “demissão silenciosa”: onde colaboradores fazem “o mínimo” das suas entregas de trabalho, sinalizando seu desejo em deixar a empresa.
Nesse sentido, empresas devem cada vez mais olhar para a sua equipe de colaboradores visando o bem-estar geral, ou seja, cuidando da saúde mental e observando seus impactos no comportamento do time.
Nesse tempo, a felicidade no trabalho, também foi tema de debate. Algumas empresas até incluíram em seu time, o cargo de CHO (Chief Happiness Officer), diretor de felicidade corporativa.
Cada vez mais tem se falado em lideranças humanizadas, e os C-Level saudáveis serem exemplos para o time, se envolvendo em projetos de bem-estar.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o trabalho pode ser um dos principais fatores de promoção de saúde mental, pois proporciona mudanças significativas na autoestima, através de:
- Estrutura temporal;
- Contato social;
- Senso de esforço;
- Propósito coletivo;
- Atividade regular;
- Identidade social.
Da mesma forma que pode ser, também, a causa de diversos problemas psicológicos, como síndrome de burnout e autocobrança excessiva, devido a:
- Sobrecarga de trabalho;
- Prazos irrealistas;
- Insegurança no cargo;
- Falta de instruções claras por parte da liderança;
- Horários inflexíveis;
- Entre outros.
É preciso, portanto, cuidar do bem-estar dos colaboradores para que os impactos da saúde mental no trabalho sejam positivos.
Durante os últimos anos, diversos estudos demonstraram como o investimento em saúde mental no trabalho, pode gerar impactos positivos tanto para os colaboradores (em termos de bem-estar e produtividade), como para a empresa (que reduz custos com afastamentos e turnover, por exemplo).
Isso também se tornou uma mudança cultural, onde dados da pesquisa Global Learner Survey da Pearson, demonstraram que 90% das pessoas preferem empresas que ofereçam benefícios de bem-estar.
Portanto, cada vez mais Programas de Saúde Mental, serão implementados nas empresas que desejam um crescimento sustentável.
Vamos ver, agora, dicas para lidar com esse momento e praticar o autocuidado, para pessoas e empresas!
Como lidar com a saúde mental no pós-pandemia: dicas para a vida pessoal e profissional!
Como fica nossa saúde mental pós pandemia? As dicas para cuidar da saúde mental abaixo são fáceis de serem aplicadas no dia a dia, como ideias para ajudar a conter a ansiedade no trabalho em meio à rotina, por exemplo:
Dica 1. Respeite o ambiente compartilhado
Tanto em casa, caso trabalhe em sistema de trabalho híbrido ou remoto, como no convívio presencial da empresa, busque ter relações harmônicas e um clima organizacional tranquilo.
Exercite a paciência quanto às próprias limitações, entendendo que as estruturas emocionais humanas são particulares e reagem de formas distintas quanto aos desafios individuais e coletivos.
Você pode começar a praticar a paciência através da concentração no momento presente, por meio de práticas que podem ser realizadas de forma online, como a meditação ou yoga, por exemplo.
No Guia da Alma há várias práticas para se conectar com o momento presente e exercitar mais a empatia e tranquilidade no cotidiano.
Lembre de cuidar de si, estabelecendo limites para suas tarefas, sempre lembrando das suas relações na família, amigos, entre outros. Autocuidado é essencial para aumentar a qualidade de vida pós pandemia.
Dica 2. Busque exercer uma rotina saudável
Aproveite o seu tempo livre para organizar os seus horários.
Já pensou em utilizar um planner físico ou até mesmo usar o Google Agenda para planejar quais horários estipular para as suas tarefas?
Assim você pode ter uma rotina mais saudável, estruturando suas atividades profissionais e pessoais de forma a serem melhor encaixadas no seu dia, como:
- Alimentar-se de forma saudável e regrada;
- Momentos de lazer com a família e amigos;
- Atividades físicas;
- Brincar com seu filho;
- Ouvir ou fazer música;
- Praticar a higiene do sono;
- Entre outros.
Confira mais dicas no Guia de Saúde Mental Pós Pandemia no Brasil!
Dica 3. Faça terapia!
O agravamento de sintomas relacionados à saúde mental é o tabu em torno da busca por terapia.
O acompanhamento terapêutico é fundamental para lidar com as consequências do coronavírus e suas transformações, incertezas e perdas.
Entenda que há coisas que você não consegue controlar e lidar sozinho, e a ajuda de um terapeuta pode ser, através de uma ótica externa, a melhor solução para te fazer enxergar por uma nova perspectiva diante do sofrimento.
Após a pandemia, os serviços tecnológicos mostraram-se cada vez mais eficazes. Que tal fazer terapia, também, de dentro da sua casa?
- Conheça a plataforma de terapias complementares do Guia da Alma
- Conheça os programas de Saúde Mental para empresas do Guia da Alma
Dica 4. Interaja!
Durante a pandemia e o isolamento social, é fato que o contato social caiu em desuso. Associar o toque ao medo causou sequelas na saúde mental pós pandemia.
Hoje em dia, opte por sair de casa, mesmo que a sua rotina de trabalho seja home office.
Que tal trabalhar em uma cafeteria e viver uma nova experiência hoje?
Da mesma forma, não se sinta pressionado a sair de casa, caso participar de atividades ao ar livre seja desconfortável para você.
Exponha-se gradualmente às atividades e conte com sua rede de confiança. Siga seu ritmo.
No trabalho, mesmo em reuniões online ou via chat, interaja mais com a equipe. Mesmo à distância é possível criar laços com colegas!
Dica 5. Fortalecimento emocional
Como dito anteriormente, é preciso reforçar: foi muito afetada, também, a saúde mental na pandemia.
Aprendemos que não temos controle sobre as situações que podem surgir em nossa frente!
Tendo isso em vista, aceitar a ansiedade e a preocupação como parte da vida ajuda a criar estratégias para lidar com elas de forma saudável. Já pensou em escrever seus pensamentos em um caderno?
Experimente escrever seus pensamentos ansiosos em uma folha de papel de forma focada e consciente. Isso permite uma reflexão sobre seus problemas, além de permitir uma perspectiva externa e mais clareza no entendimento das questões.
Estabelecer um horário diário para escrever seus pensamentos pode ser uma boa pedida!
Como lidar com a saúde mental no pós pandemia nas empresas: dicas para RHs, empresários e executivos!
Como fortalecer a saúde mental nas empresas pós pandemia?
Dica 1. Mantenha a equipe atualizada
Uma das grandes dificuldades para se adaptar ao novo normal no ambiente corporativo são os colaboradores que não aceitam a transformação digital.
Ofereça um treinamento com as ferramentas tecnológicas atualizadas para demonstrar como elas podem ajudar na economia de tempo para auxiliar os serviços e desenvolver novas estratégias.
Empresas do mundo inteiro já digitalizaram seus processos e estão investindo em novos negócios, alguns exemplos são os aplicativos de entrega e streaming, que facilitaram o dia a dia das pessoas através de seu desenvolvimento tecnológico.
Veja algumas outras atividades que ganharam versões online:
- Compras no supermercado;
- Aulas;
- Transmissões de shows de artistas em redes sociais;
- Exercícios físicos;
- Reuniões corporativas;
- Atendimentos médicos;
- Entre outros.
Dica 2. O trabalho remoto veio para ficar!
Com a pandemia, a oficialização do home office e, consequentemente, do horário flexível, veio como medida permanente no sistema de trabalho atual.
Uma empresa que conta com um sistema menos rígido de horários é uma das principais tendências do mundo pós-pandemia.
Novos processos, estratégias e formas de trabalhar já entraram em vigor, tanto em relação aos funcionários, quanto aos clientes e parceiros. Atente-se às necessidades de seus colaboradores!
Dica 3. Mantenha uma boa comunicação com a equipe
O período pós crise exige uma necessidade de contato e comunicação maior com a equipe de colaboradores.
A comunicação assertiva com escuta ativa permite que os funcionários sintam-se respeitados pela empresa, proporcionando aumento da confiança e motivação.
Dica 4. Prepare os líderes
No novo cenário pós-pandêmico, além de mudanças na modalidade de trabalho, também é preciso que os gestores e líderes estejam atualizados sobre novas formas de gerenciamento através de plataformas digitais e reuniões por videochamada, promovendo engajamento e parceria.
O cálculo de produtividade pode ser realizado por meio de sistemas como ATS (Applicant Tracking System), que conta com ferramentas tecnológicas para controlar a eficácia de indicadores como processos seletivos, produtividade, entre outros.
Oferecer treinamentos sobre Inteligência Emocional também é uma ótima iniciativa.
Dica 5. Invista em saúde mental!
Empresas podem implementar uma cultura organizacional saudável através do planejamento de estratégias focadas no capital humano da empresa.
Dessa forma, os anseios da equipe diante de uma nova realidade precisam ser levados em consideração.
É fato! O relatório intitulado “Tendências Globais de Capital Humano” da Deloitte, mostrou que 61% dos profissionais confirmam que programas de saúde corporativa e bem-estar nas empresas aumentam a produtividade e resultados financeiros.
Um ambiente de trabalho seguro garante um trabalhador saudável!
Agora que você já sabe dicas especiais para cuidar da saúde mental da equipe no pós-pandemia, conte conosco!
O Guia da Alma oferece soluções em saúde mental para a sua empresa:
- Plataforma de terapia complementar online;
- Mapeamento de saúde mental;
- Práticas de descompressão e palestras para a equipe;
- Dados para o RH
- E mais!
Vamos juntos?