Relacionamento poliamoroso: será que ele é pra você? Descubra o seu tipo!
Você sabe como funci0na um relacionamento poliamoroso? Qual a diferença entre um relacionamento aberto, amor livre e um relacionamento fechado? E com qual tipo você mais se identifica?
Sabemos que existem os mais diversos tipos de relacionamento e este artigo tem como objetivo trazer informação, orientação e quebrar alguns tabus!
Por definição, a não-monogamia, popularmente chamada entre os praticantes de poliamor, é um termo que serve de ponto de partida para compreender a possibilidade de cultivar relações íntimas e/ou sexuais com mais de um parceiro.
Sua estrutura é complexa e sofisticada, por apresentar uma amplitude maior de caminhos de desenvolvimento relacional.
Os nomes e detalhes éticos dos formatos mais típicos atualmente estão sendo abordados neste artigo. Porém, vale lembrar que esse é um campo que fervilha uma constante expansão em seus estilos.
Quanto mais pessoas se tornam adeptas, suas experiências, conflitos e desafios expandem o campo de conhecimento sobre o assunto, impulsionando a criação de novas variantes para seus acordos interpessoais.
Neste artigo irei falar sobre os tipos de relacionamento e quais as diferenças entre um relacionamento poliamoroso, aberto e fechado.
Sou Lilla Dagaz, psicoterapeuta ancorada no Sagrado Feminino. Boa leitura!
Índice
- Tipos de relacionamento: quais são?
- O que é hierarquia e anarquia relacional?
- Monogamia e relacionamento poliamoroso: qual é a diferença?
- Monogamia e relacionamento poliamoroso: história
- 6 mitos do relacionamento poliamoroso
- Mito 1: o relacionamento poliamoroso é amor livre
- Mito 2: é mais fácil, tem menos conflitos e DR
- Mito 3: é obrigatório estar sempre envolvido em múltiplas relações
- Mito 4: é a solução para uma relação monogâmica em crise
- Mito 5: o relacionamento poliamoroso é o mesmo que “swing” ou “orgia”
- Mito 6: é propagador de DSTs
- Geometria do relacionamento poliamoroso
- Dicionário do relacionamento poliamoroso
- Relacionamento poliamoroso e preconceito
- Tipos de relacionamento: o poliamoroso é pra mim?
Tipos de relacionamento: quais são?
Antes de tudo, vamos conhecer quais são os tipos de relacionamento que podem existir?
Solteiro
Um solteiro convicto, ou seja, que não pretende mudar seu status, é aquele completamente independente e livre da intenção de formar vínculos construtivos, de longo prazo, com ninguém.
Ele é voltado somente para si mesmo, suas próprias necessidades.
Se satisfaz com um contato casual, superficial e sem espaço para conhecer a psique do outro, mais voltado ao contato físico.
Amigo Colorido
Um amigo colorido é uma espécie de subtom do solteiro, pois exclui a possibilidade de crescimento da relação, demandando o mínimo possível de responsabilidade afetiva.
Pode se estabelecer por longo prazo, mas inibe construção de expectativas e participação íntima na vida do outro.
É permitido guardar segredos, desobrigado de dar satisfações e passível de ghosting (desaparecer e cortar o contato repentinamente por longos períodos, sem justificativa).
Monogâmico
Relação afetiva em que duas pessoas decidem que o sexo, romantismo e flertes pode ocorrer apenas mutuamente entre o casal.
É uma fidelidade afetiva que envolve exclusivamente uma dupla.
Não-Monogâmico
Poliamor ou Não-Monogamia é o mesmo que ter relações afetivo-sexuais comprometidas entre 3 ou mais pessoas.
O significado exato vai depender da ética e particularidades que cada grupo ou dupla decide adotar.
É impossível descrever literalmente todas as possibilidades cabíveis dentro das dinâmicas poli porque a multiplicidade de combinações e tipos de acordo é imensa.
E a criatividade humana sempre pode trazer ainda mais à tona conforme a prática do autoconhecimento.
Nos tópicos seguintes você vai encontrar alguns fundamentos que podem te orientar, mas de maneira nenhuma eles são normas ou regras que tenham que ser seguidas exatamente assim pelo seu grupo.
Os pré-requisitos básicos para adentrar no universo poli de maneira saudável são os mesmos da monogamia: amizade, amor, responsabilidade, respeito, aceitação dos erros e defeitos do outro, interesse no crescimento e bem-estar dos parceiros, comunicação, colaboração, notar as virtudes e sucessos dos parceiros, empatia, disposição para vulnerabilidade, perdão e compromisso.
Relacionamento fechado
Todas as relações monogâmicas são fechadas, ou seja, é desconsiderada a hipótese de se relacionar com mais pessoas e há fidelidade com somente um parceiro.
Entretanto, no poliamor também é possível vivenciar uma relação fechada.
O termo usado para explicar isso é polifidelidade. Significa ter mais de um parceiro, porém mantendo fidelidade a essas relações.
Ou seja, um grupo de 3 ou mais parceiros está fechado a incluir novas relações com mais pessoas, permanentemente ou temporariamente.
Sendo assim, o grupo usa o título “fechado” para expressar sua decisão de manter os vínculos afetivo-sexuais somente entre os parceiros já estabelecidos.
Relacionamento aberto
Quando uma dupla ou grupo de parceiros está aberto a conhecer e relacionar-se com outras pessoas.
Ou seja, há o consenso entre os parceiros sobre a possibilidade de acrescentar novos contatos e possíveis vínculos afetivo-sexuais, o grupo usa o título de “aberto”.
Em qual desses tipos de relacionamento está seu status atual? Se você precisa de ajuda para entender melhor sua sexualidade e relacionamento, agende uma sessão de Psicoterapia Holística online comigo 🙂 Será um prazer te guiar nessa jornada de autoconhecimento.
O que é hierarquia e anarquia relacional?
É o sentimento de que alguns parceiros terão prioridades sobre outros.
Fatores motivadores da ordem de importância e comprometimento podem ser a duração da relação (parceiro de anos > parceiro de meses) ou grau de intimidade (dividem o mesmo lar > apenas namorados), por exemplo.
Podem usar termos como parceiro primário, secundário.
A hierarquia não é uma obrigação e há quem sinta constrangimento quando percebe que certo parceiro tem um grau de afinidade maior consigo do que com outros.
Dentro da comunidade poli existe o conceito de Anarquia Relacional que, ao meu ver, fala sobre não se deixar influenciar sobre os padrões de relacionamento que a sociedade impõe como ideais, assumindo a autoridade de criar e governar seus próprios modelos de relações.
Porém, eu nunca entendi a anarquia relacional como a possibilidade de garantir que vou gostar e tratar todos os meus parceiros da mesma maneira.
Isso pode ser um autoengano, uma opressão da sua natureza emocional e sentimentos sinceros e também um jeito de se forçar a sustentar algo impossível.
Compreenda que sua vontade de gostar de todos os seus parceiros igualmente não basta para que isso seja real.
O mesmo conflito acontece com uma mãe de vários filhos.
A dose dela de amor pode ser a mesma para todos, mas a dose de desejo não será porque cada filho é único.
Aqueles que apresentam mais compatibilidade tendem a despertar mais vontade de conexão na gente e isso é normal.
O importante é nunca se culpar por isso e encontrar uma maneira gentil de confessar esses sentimentos para seu grupo, mantendo-se íntegro e verdadeiro.
Assim, os parceiros que são menos afins ficam conscientes do seu nível de envolvimento com eles e podem modular a reciprocidade, soltando expectativas e emoções para seu próprio conforto.
Monogamia e relacionamento poliamoroso: qual é a diferença?
Em resumo, o que realmente difere os dois tipos de relacionamento?
Relacionamento monogâmico
Em termos civis quer dizer o matrimônio, documentado em cartório e/ou oficializado por alguma religião, com um único parceiro.
Relacionamento poliamoroso
Na poligamia, o matrimônio, documentado em cartório e/ou oficializado por alguma religião, é permitido entre vários parceiros.
Monogamia e relacionamento poliamoroso: história
Em termos mais biológicos, o ser humano é de tendência polígama, ou seja, tende a manifestar espontaneamente o interesse e curiosidade por contatos interpessoais com múltiplos parceiros, exatamente como predomina no reino animal.
Por mais que a nossa mentalidade possa ser trabalhada e refinada através da razão para administrar a libido e desejos (ou seja, conseguimos aprender como lidar com a retenção de impulsos quando estamos na presença de uma pessoa que lhe desperta “tesão” inesperadamente, algo que os animais não sabem fazer), ainda assim, isso não quer dizer que somos capazes de não sentir os estímulos.
Podemos controlar o que fazemos com os estímulos a partir de nossa decisão e vontade mais conveniente, mas não podemos evitar que tais estímulos na direção de vários parceiros diferentes sejam espontaneamente sentidos em nossa natureza física e psicológica.
Há milênios atrás, numa época em que ainda não havia desenvolvimento suficiente da competência da razão, nos primórdios do Hommo Sapiens, a estrutura social era de fundamento matriarcal e a poligamia era o padrão vigente mais comum.
Na sociedade dessa época, o papel de gênero era bastante definido e específico.
Os homens saíam para caçar e cuidar de atividades externas e coletar novidades. Enquanto as mulheres geravam filhos, cuidavam da construção do território estável da tribo (lar) e de atividades como agricultura.
Ou seja, o que consistia em maior valor patrimonial, por serem bens duráveis, ficava sob o domínio das mulheres.
Isso explica porque a ordem política dessas tribos era de poder matriarcal, que estendia a divisão da propriedade familiar entre toda a tribo.
Não existia uma associação óbvia de qual homem era pai de quais filhos.
Mas quando isso mudou? Por que mudou?
Friedrich Engels, autor do livro “A Origem da Família, da Sociedade Privada e do Estado”, conta que o conceito atual de monogamia está diretamente conectado ao surgimento do patriarcado, que moveu o conceito de família-tribal para essa estrutura de família-nuclear que predomina hoje.
O mesmo impulso evolutivo foi descrito na obra “Totem e Tabu”, de Freud: a necessidade do homem em assegurar a posse de bens.
Como o homem poderia separar para si quem eram “seus filhos” e “sua propriedade”?
Limitar o acesso da mulher somente a ele traz a garantia de seu domínio sobre um pedaço específico da esfera social e da descendência.
Esse golpe na sociedade matriarcal transferiu o caráter natural das relações para uma lógica econômica.
Em consequência disso, para legislação vigente em maior parte do mundo, o matrimônio só é permitido entre um casal e implica em fidelidade recíproca, sendo o adultério considerado crime.
Não existe lei que apoie a estrutura de poligamia no Brasil ainda, como acontece entre os muçulmanos no Oriente Médio, por exemplo. Porém, uma ressalva: lá somente os homens de lá podem ser polígamos.
Até pouco tempo atrás, aqui no Brasil, apesar de não-oficiais, as múltiplas parcerias eram um direito basicamente masculino e, por justificada desigualdade, as mulheres faziam resistência contra.
Inclusive devido ao consequente surgimento de famílias paralelas que ficavam desamparadas: o famoso mito da mãe solteira.
Assim surgiu uma alternativa legal para o casamento: o contrato de união estável, que permite que múltiplas uniões conjugais paralelas sejam incluídas no que diz respeito à tutela protetiva do estado para os direitos de partilha de bens e dos filhos.
Eis que, enfim, os métodos contraceptivos trouxeram a tão sonhada liberdade sexual e, junto com isso, a emancipação do poder financeiro da mulher.
Desde então, pautas feministas surgem contestando cada vez mais a família monogâmica.
Se filhos podem ser uma escolha e não um acidente da natureza, é realmente necessário que as parcerias para sexo também sejam parcerias para construção de riquezas?
Sendo nua e crua: hoje em dia, a monogamia está longe de ser uma prática predominante para a maioria.
Há, sim, casais monogâmicos. Mas também há, do mesmo modo, muitos indivíduos com pouquíssimo interesse em parcerias exclusivas.
O que, finalmente, me permite inaugurar o desenvolvimento do tema central desse artigo: a não-monogamia consensual.
A palavra CONSENSUAL é de extrema importância aqui.
Se você nunca ouviu de alguma pessoa próxima histórias sobre traição, nunca foi vítima real ou um próprio traidor, que atire a primeira pedra!
Esse assunto acontece entre nós com muito mais frequência do que nossa zona de conforto gostaria de admitir.
6 mitos do relacionamento poliamoroso
Conheça os mitos que circundam o relacionamento poliamoroso! Afinal, o que é e o que não é poliamor?
Mito 1: o relacionamento poliamoroso é amor livre
Apesar de usar muito a palavra “livre” nos conceitos, liberdade é a última coisa que se realiza.
Em geral, a não-monogamia demanda dos participantes um nível de maturidade, paciência com a hora certa de alcançar seus desejos e dedicação acima da média.
Por serem muitas pessoas envolvidas, sem calma e tolerância é bem provável que o grupo tenha mais conflitos e estresse do que teria namorando uma pessoa só.
A definição que se aproxima com mais fidelidade à ideia de “amor livre” é a de uma pessoa solteira, que pode fazer o que bem entender, com quem bem entender, sem necessidade de dar satisfações a ninguém sobre o que andou fazendo e com quem.
Mito 2: é mais fácil, tem menos conflitos e DR
Típico de quem tem seu primeiro contato com a não-monogamia é pensar que se trata de um jeito mais desapegado e irresponsável de se relacionar.
A realidade é oposta: é necessária muita disponibilidade para conversar, para definir acordos, alinhar expectativas e manter relações tão múltiplas funcionando.
Há questões como administração do tempo, gestão dos encontros, equilíbrio de reciprocidades, renegociações etc.
É um sistema bem parecido com o de empreender um negócio.
Alguns grupos precisam adotar até o uso de apps para compartilhar sua agenda e seus planos entre os parceiros de forma clara e mais prática.
Em resumo: não-monogamia dá mais trabalho!
Lá na monogamia, a única quebra de acordos é se relacionar com outra pessoa, bem simples.
Já dentro da não-monogamia os contratos são mais extensos e complexos, cheios de cláusulas, adendos, exceções pontuais.
Isso aumenta a necessidade de responsabilidade afetiva e de seguir os compromissos. As possibilidades de vacilar e trair alguém do círculo também são maiores.
Mito 3: é obrigatório estar sempre envolvido em múltiplas relações
Na não-monogamia, as escolhas nunca são completamente livres, individualizadas e espontâneas como aconteceria para uma pessoa solteira e sem vínculos.
O contato com novos parceiros traz impacto direto ou indireto nas relações já formadas.
Por isso, tomar decisões sem consultar seus parceiros, escondido deles e/ou sem obter seu consentimento antes é desrespeitar os vínculos.
Há o risco de machucar o outro desnecessariamente e macular uma relação que você já tinha.
Essa é a situação que mais causa problemas e rompimentos.
Mito 4: é a solução para uma relação monogâmica em crise
Não, muitas vezes não e pode terminar pior! Vamos destrinchar isso.
Primeiro, sentir desejo por pessoas é normal da natureza humana.
Você não está sentindo desejo por mais pessoas porque sua relação monogâmica está ruim, você está sentindo porque você é dotado de capacidade de ser estimulado.
Segundo, se sua relação está ruim, 99% de chance que o problema está na comunicação e na aceitação.
Por vezes evitamos dialogar porque assim também evitamos ter que aceitar verdades como, por exemplo, que uma relação confortável de anos se tornou incompatível demais para continuar.
A única solução para uma relação ruim é torná-la um relacionamento saudável em si.
A não-monogamia não é um movimento tapa-buracos, nem para fugir dos seus problemas e da responsabilidade com seu parceiro.
Ela é uma possibilidade de ir além, de expansão.
Mas se você expandir construções novas a partir de um terreno maltratado, está em risco de desabar tudo com prejuízo ainda maior.
- Se você não está conseguindo transformar seus problemas em soluções, agende uma das psicoterapias que ofereço aqui no catálogo do Guia da Alma. Orientação adequada pode ser o que seu relacionamento precisa.
Mito 5: o relacionamento poliamoroso é o mesmo que “swing” ou “orgia”
O que norteia o estilo de vida poliamorista é a possibilidade de expandir seu círculo de relações íntimas, o que pode incluir o sexo com grupos de pessoas, é claro, mas jamais se reduz objetivamente a isso.
O poliamor também pressupõe que somos capazes de criar vínculos emocionais profundos de família, cuidado e carinho com várias pessoas.
Mito 6: é propagador de DSTs
Conforme apontei no mito 1 e 5, a proposta não-monogamia é diferente da liberdade sexual absoluta.
É óbvio que se contaminar com doenças nunca é a intenção de nenhum ser humano que está lúcido e ama sua vida.
Mas leve em consideração que grupos de pessoas podem se intitular poliamoristas sem seguir as recomendações de boas práticas que a comunidade compartilha.
E não se pode ter nenhum controle sobre isso!
Se a premissa do poliamor é afeto, zelo igual ao que se tem dentro de uma relação monogâmica, pautas sobre cuidados com proteção, sexo seguro e saudável tendem a ser de constante abordagem entre os grupos.
Pense que as decisões sobre sexo e o que uma pessoa faz com seu corpo pode afetar todo o grupo, por isso é tão fundamental.
Geometria do relacionamento poliamoroso
Trios, trisais, quadrupla? Confira as principais configurações do relacionamento poliamoroso!
Entre 3 pessoas
Trio em V: pessoa A se relaciona com B e C, mas pessoas B e C não se relacionam entre si.
Trisal: todo o trio A, B e C se interrelaciona.
Entre 4 ou mais pessoas
Redes relacionais: daqui em diante a estrutura geométrica oferece muitas possibilidades de alquimia e também tende a ser mais dinâmica.
Dicionário do relacionamento poliamoroso
Vamos aprender agora alguns termos ditos dentro do relacionamento poliamoroso e seus significados!
Compersão
Sentimento de alegria e satisfação ao saber que um parceiro está desfrutando do tempo com outro parceiro, que não você.
É como celebrar o sucesso do outro.
Metamor
Nome que se dá para parceiros de um parceiro seu.
Ex.: João é meu metamor, ele é noivo do meu namorado Fabio.
Unicórnio
Termo popular para se referir à mulheres com perfil bissexual, poliamorista e atraente que são “caçadas” por casais recém-poli para fazer sexo a três.
Polissaturado
Termo usado quando um poliamorista já está envolvido no máximo de relações que consegue dar conta ou quando está excedendo demais o número de parceiros, sem conseguir se dividir harmoniosamente entre o grupo.
A polêmica do “don’t ask, don’t tell”
É como diz o nosso ditado popular: “o que os olhos não veem o coração não sente”…
Essa é a política que mais fomenta discussão dentro da comunidade poli: o acordo de manter segredos sobre as relações paralelas, como uma forma de se proteger de qualquer vulnerabilidade emocional, ciúmes e coisas do tipo.
Em geral, a regra é mais adotada pelos iniciantes, que ainda se sentem inseguros na transição da monogamia para o poliamor e acabam confundindo um pouco com a sensação que tinham quando eram solteiros.
Francamente, em termos práticos, é inviável compartilhar tudo sobre seus relacionamentos.
Além do que, existe um nível saudável de privacidade, até certo ponto.
Mas os parceiros de um grupo precisam saber algumas coisas do que vem acontecendo, principalmente se for algo que possa lhe afetar.
Sentir vulnerabilidade e insegurança é normal, mas o amor também é capaz de harmonizar para resolver isso.
Os poli-veteranos nunca recomendam o caminho de esconder e fingir que as relações paralelas não estão acontecendo.
Reflita: mudança já é algo desafiador por natureza.
Por isso, amizade e honestidade são a garantia para um desfrute verdadeiro do poliamor.
Se ainda se sentem despreparados, flertem com a ideia por mais um tempo.
Procurem membros da comunidade para conviver e conversar. Isso pode dar força para vencer o estigma.
Pressa e ansiedade são sempre inimigas.
Mais vale evoluir aos poucos, tomando cuidado para que suas experiências nunca se convertam em traumas emocionais.
Quando esperamos o tempo certo de um fruto amadurecer para fazer a colheita, somos privilegiados com um fruto doce e delicioso.
Mas se apressamos seu ciclo, podemos comer um fruto duro e amargo. Pense nisso!
Relacionamento poliamoroso e preconceito
É comum que um assunto novo, principalmente quando é do tipo que estremece vários níveis da sociedade, chegue com uma carga de tabu muito forte.
Nosso entendimento sobre sexualidade e expressões de gênero, que eu já abordei em outro artigo aqui do Guia da Alma, vem passando por uma fase de transição dentro do mundo contemporâneo.
Nós somos a primeira geração que está rompendo a casca do patriarcado para deixar brotar experiências que remontam o estilo de vida dos tempos matriarcais.
A falta de experiência e conhecimento tende a gerar julgamentos equivocados.
Por exemplo: associar não-monogamia à libertinagem, que é a liberdade relacional excessiva, que carece de responsabilidade afetiva.
Quem assume que a não-monogamia é sempre uma ausência de compromissos pegou a ideia na contramão e está confundindo com solteirice.
A quebra do moralismo é o primeiro passo essencial para conviver com a realidade que vem se desdobrando diante de nós.
Talvez você tenha uma opinião bastante convicta sobre a manutenção da monogamia para si e não há nada de errado com isso.
Porém, é possível que você descubra amigos do seu círculo que decidiram “abrir a relação” ou filhos que estão envolvidos com múltiplos parceiros e se sentem oprimidos, escondendo isso da família.
Como você pode fazer para não se sentir ameaçado com mudanças tão chocantes?
- Evite pressupor verdades;
- Faça perguntas a essas pessoas;
- Decida compreender o que estão vivendo;
- Ouça sem criticar o que você nunca experienciou.
Tipos de relacionamento: o poliamoroso é pra mim?
Crucial fazer uma análise sobre as características da sua relação atual com uma abordagem delicada e generosa em discernimento para extrair essas informações.
Quanto melhor o autoconhecimento dos envolvidos, mais fácil para confessar desejos, alinhar quais expectativas são viáveis para então escalar as prioridades.
O nível de inteligência emocional também conta muito para o bom desenvolvimento dos formatos de poliamor.
Faça listas, se organize porque o planejamento também é parte da diversão poliamorista.
Se você chegou aqui buscando informações para entender mais sobre poliamor e descobrir se serve para você, torço para que esse artigo tenha te ajudado de alguma forma.
Aqueles que ainda não se sentem plenamente representados nesse conteúdo, a minha sala de terapias está aberta para recebê-los!
São meus convidados a agendar uma sessão para que a gente possa trabalhar melhor suas dúvidas juntos.
A ajuda de um terapeuta é super útil para trazer estruturas emocionais que sustentem suas experiências poliamoristas.
Aqui no Guia da Alma você encontra uma opção de psicoterapia que elaborei para esse propósito. Confira:
Você também pode deixar perguntas nesse link, se sentir necessidade.
Te vejo em breve! 🙂