Absenteísmo no trabalho: causas, como medir e reduzir

Entenda quais podem ser os motivos por trás das faltas dos colaboradores.
mulher em absenteísmo no trabalho
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O presenteísmo e absenteísmo no trabalho são recorrentes desafios para os recursos humanos.

É preciso compreender, portanto, o que está por trás dessas ausências, para entender se os gargalos estão na empresa ou na própria rotina individual de cada colaborador.

Para isso, pensar para além do cálculo das horas trabalhadas é fundamental. Se a intenção da gestão é controlar e reduzir o absenteísmo, é importante entender o motivo da falta, mais do que julgá-la.

Neste artigo te conto mais sobre como o RH pode ajudar o time de colaboradores a manter-se mais engajado e motivado e te mostro dicas para reduzir o absenteísmo na empresa.

Sou Rodrigo Roncaglio, CEO do Guia da Alma – a solução completa para a Saúde Mental no trabalho. Boa leitura!


O que é o absenteísmo no trabalho? Significado

O que é o absenteísmo no trabalho? Significado

Foto: DCStudio – Freepik

Segundo o dicionário Michaelis, absenteísmo significa:

  1. Sistema de exploração da terra em que o proprietário confia a administração dessa a intermediários, empreiteiros, rendeiros ou feitores;
  2. Hábito de estar ausente da pátria ou do emprego;
  3. Ausência decidida antecipadamente;
  4. Hábito de preferir as coisas estrangeiras;
  5. Abstenção do exercício do voto; abstencionismo.

Utilizaremos a definição referente à ausência no trabalho, ação que pode trazer consequências mais graves do que aparenta para as empresas.

Tipos de absenteísmo no RH

Segundo o autor da área de Administração de empresas e RH, Idalberto Chiavenato, o absenteísmo (também chamado de ausentismo) significa a soma do tempo em que os colaboradores não estão presentes no trabalho, sendo faltas, atrasos ou saídas antecipadas.

Com exceção das férias, podem ser considerados tipos de absenteísmo:

  • Advertência ou suspensão do colaborador;
  • Faltas legais, como licença maternidade, afastamento pelo INSS, com atestado médico etc;
  • Ausência por motivos particulares não justificados.

É válido enfatizar que faltas ocasionais são normais; contudo, se em excesso, podem afetar o comprometimento não apenas do colaborador em questão, mas de toda a equipe, onde as consequências possam ser altos índices de turnover e rotatividade.

Causas e motivos das faltas no trabalho

As causas do absenteísmo podem ser de ordem pessoal, como urgências médicas ou familiares.

Mas há, também, motivos dentro da própria empresa que podem acarretar na desmotivação e consequente ausência dos funcionários. Vamos ver quais podem ser?

  • Colaboradores sentindo-se sobrecarregados na posição que exercem, sem suporte ou reconhecimento das demandas;
  • O colaborador recebe demandas em excesso, excedendo o tempo da carga horária, podendo gerar ansiedade e estresse;
  • Falta de estrutura na empresa e ausência de acompanhamento por parte da gestão;
  • A empresa apresenta uma cultura organizacional focada numa gestão autoritária, sem levar em conta as subjetividades dos colaboradores;
  • Ausência de um bom líder, que engaje a equipe e faça os funcionários se sentirem parte da empresa;
  • Clima organizacional desagradável e desarmônico;
  • Ausência de plano de carreira para o colaborador, onde este sente-se frustrado e desmotivado no cargo que exerce;
  • Entre outros.

Algumas vezes, contudo, como já foi dito acima, os motivos estão para além da empresa, sendo por causas individuais. Nesse sentido, é lugar da gestão estar mais próxima e participante da vida do funcionário, buscando um diálogo direto e com escuta ativa para compreender a situação e suavizar os gargalos.

Tendo isso em vista, nenhuma empresa está isenta do absenteísmo, pois imprevistos podem acontecer e todos somos seres humanos.

Segundo pesquisa realizada pela revista Exame:

  • O absenteísmo do setor de serviços possui uma taxa média de 5%;
  • O absenteísmo do setor varejista apresenta um índice variável entre 7 a 10%.

Variando de acordo com o tamanho e segmento da empresa, um índice de absenteísmo considerado aceitável é, de modo geral, até 4%.

Contudo, de acordo com a Associação Brasileira de Controle de Qualidade (ABCQ), o índice ideal deve ser, no máximo, 1,5%.

Ao ultrapassar essa porcentagem, é preciso ficar alerta.

Absenteísmo no Brasil

Absenteísmo no Brasil

Alguns dados de absenteísmo no Brasil são:

  • Segundo pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), entre 2011 e 2014 o índice de absenteísmo consumiu, em média, 4 dias de trabalho de cada colaborador por ano;
  • Dados da mesma pesquisa revelam que o presenteísmo derivado de causas médicas reduz em até 30% a produtividade;
  • Em 2015 a FIESC publicou nova pesquisa afirmando que, no Brasil, 35 milhões de dias de trabalho são perdidos por problemas de saúde;
  • Dados levantados pela startup Levee, ao analisar as 500 maiores empresas do Brasil (como Pernambucanas, C&A, St Marché, Dasa, Rede D’Or e G4S) realizou que todas tiveram, em 2017, um faturamento de 840 bilhões de dólares, com 32 bilhões de lucro e recuo de 3,3% por fatores como improdutividade e absenteísmo;
  • Ainda segundo a Levee, afirma-se que problemas como absenteísmo e improdutividade são maiores em empresas do setor de serviços, como varejos, restaurantes, hospitais e call centers, onde, em média, 5% dos colaboradores se ausentam por dia, no Brasil.

Quais os impactos e as consequências do absenteísmo para as empresas

Quais os impactos e as consequências do absenteísmo para as empresas

Foto: DC_Studio – Envato

Algumas consequências, para as empresas, da rotatividade e absenteísmo no trabalho, podem ser:

  • Contribuição para aumento da taxa de turnover;
  • Clima organizacional afetado;
  • Aumento do volume de demandas, gerando acúmulo de tarefas, que podem ocasionar ansiedade e estresse;
  • Equipe de funcionários torna-se mais insatisfeita quando não pode contar com algum colega que não está presente;
  • Clientes não têm os serviços atendidos no prazo e ficam insatisfeitos;
  • Entre outros.

A ausência dos colaboradores compromete diretamente o ciclo de atividades da empresa, pois as pessoas que trabalham na instituição são o que há de mais importante e caro.

Sendo responsáveis pela efetivação e cuidado dos processos empresariais dentro de uma organização, a presença dos colaboradores é fundamental para que o desenvolvimento do lugar e seus objetivos sejam alcançados.

Segundo supracitado, os motivos do ausentismo do trabalho podem ser ordem pessoal ou de responsabilidade da empresa.

Portanto, a cultura empresarial deve estar de acordo com a valorização do funcionário, para que não afete a saúde do colaborador e traga riscos tanto para ele quanto para a organização.

Como calcular o absenteísmo no trabalho

Como calcular o absenteísmo no trabalho

Foto: LightFieldStudios – Envato

Existe um cálculo específico para saber como medir e controlar o absenteísmo no trabalho.

Contudo, há, também, outras formas de medir essas ausências, como o controle de ponto eletrônico (para empresas com mais de dez funcionários) e através de anotações manuais (para empresas com menos funcionários).

Através do indicador da taxa de absenteísmo é possível identificar problemas que não podem ser medidos por outras métricas, como problemas estruturais da empresa, por exemplo, além de ser um aliado para fortalecer o employer branding e desenvolver um ambiente de trabalho mais positivo.

É válido salientar que, dentro do cálculo da taxa de absenteísmo, não estão inclusas as férias do trabalhador, pois estas fazem parte do direito estipulado aos funcionários.

Há várias formas de calcular o controle de absenteísmo, mas a que mais se popularizou no mercado foi a elaborada por Jean Pierre Marras, professor e doutor em Administração. Para medir a taxa mensal, o cálculo de absenteísmo no trabalho funciona assim:

Taxa de absenteísmo = dias de trabalho perdidos/dias de trabalho planejados x 100

Ou seja:

  • Número de colaboradores: 6;
  • Número de horas trabalhadas: 6 horas por dia;
  • Número de dias úteis no mês: 20;
  • Número de horas de trabalho perdidas: 33.

Logo:

Número ideal de horas trabalhadas: 6 x 6 x 20 = 720
Taxa do indicador de absenteísmo = 33 / 720 x 100 = 4,5%.

Ações para reduzir o absenteísmo

Ações para reduzir o absenteísmo

Foto: itchaznong – Envato

Veja agora algumas dicas e planos de ação para reduzir absenteísmo nas empresas!

Dica 1. Estabeleça melhorias para o clima organizacional

Dica 1. Estabeleça melhorias para o clima organizacional

O RH pode monitorar o clima organizacional da empresa através de pesquisas de satisfação, que podem ser respondidas de forma anônima. Assim, é possível saber o que está acontecendo entre os colegas da equipe e quais as melhorias que podem ser realizadas para resolver quaisquer gargalos que atrapalhem a harmonia e desempenho do time.

Além disso, é possível aproximar o RH da visão dos colaboradores numa perspectiva voltada à elaboração de planos de ação para resolver problemas juntos.

Ter um bom relacionamento com a equipe é essencial, pois, em determinados casos, os funcionários sentem-se com dificuldades de relacionamento até mesmo com a própria gestão, o que acaba ocasionando absenteísmo e desmotivação para cumprir as tarefas.

Também é possível criar reuniões semanais com todo o time de colaboradores, onde todos possam trocar ideias e feedbacks de forma clara e harmoniosa.

O clima organizacional reflete diretamente na cultura organizacional da empresa e vice-versa, por isso é preciso sempre estar atento a essa questão. Um clima organizacional agradável entre a equipe pode:

  • Ajudar a guiar atitudes, comportamentos e direcionamentos nas atividades diárias e tomadas de decisões;
  • Favorecer o trabalho em equipe;
  • Gerar senso de pertencimento e engajamento no trabalho dos colaboradores;
  • Reduzir o absenteísmo, pois os funcionários se sentirão mais felizes e motivados.

Dica 2. Desenvolva planos de carreira para os colaboradores

Dica 2. Desenvolva planos de carreira para os colaboradores

Desenvolver um plano de carreira para os funcionários é acreditar no potencial do desenvolvimento profissional de cada um.

Se a empresa possui profissionais que pretendem crescer na área que trabalham e a própria organização não investe e não cria um programa de desenvolvimento concreto, há grandes chances de haver desligamento da empresa por parte dessas pessoas, podendo gerar, na prática:

  • Atrasos;
  • Queda na produtividade;
  • Desmotivação;
  • Relação abalada com os colegas de trabalho;
  • Falta no trabalho;
  • Insubordinação;
  • Presenteísmo (quando o colaborador está presente fisicamente, mas não executa suas atividades com qualidade);
  • Entre outros.

O plano de carreira, portanto, deve ser construído visando o interesse do profissional e da empresa, através da criação de metas compatíveis com o objetivo de ambas as partes.

Assim, o colaborador sente-se valorizado, entendendo o quanto a sua ausência pode interferir nos resultados da equipe e da organização como um todo.

Dica 3. Valorize o diálogo

Tanto a comunicação entre a gestão e o time de colaboradores como entre todos da equipe entre si deve ser valorizado e priorizado.

A gestão de RH pode:

  • Deixar claro, desde o momento do recrutamento, os processos e cultura organizacional da empresa, denotando as prioridades da organização;
  • Traçar o perfil da equipe para encontrar o veículo de comunicação mais eficiente entre todos (como e-mail, slack, reunião, whatsapp etc);
  • Trabalhar, durante as reuniões, o diálogo entre as diferentes áreas, para que todos possam entender melhor sobre o trabalho de cada colega;
  • Manter-se mais perto dos colaboradores, criando um ambiente de confiança mútua, onde os colaboradores possam expor suas questões individuais (que muitas vezes podem estar influenciando no desempenho individual e gerando absenteísmo);
  • Trabalhar a empatia e se colocar no lugar dos funcionários.

Quando há ruídos na diálogo entre a gestão e a equipe, consequentemente há ruídos na comunicação, que podem se manifestar no time de funcionários através de faltas, atrasos ou desligamentos.

Dica 4. Ofereça benefícios para bem-estar nas empresas

Dica 4. Ofereça benefícios para bem-estar nas empresas

Para conquistar a confiança e manter perto os colaboradores, estabeleça programas de qualidade de vida no trabalho.

Pensar em nível holístico é entender que apenas um pequeno ato pode afetar o todo. Uma empresa que foca no bem-estar e qualidade de vida dos funcionários consegue preencher lacunas que não estão sendo atendidas em um nível satisfatório.

Os benefícios mais comuns incluem VR, VA e Plano de Saúde. Mas que tal ir além?

  • É importante estabelecer dias de folga determinados, como em datas comemorativas ou aniversários;
  • Ater-se mais à entrega do trabalho do que necessariamente a quantidade de horas exercidas, focando na flexibilidade de horários;
  • Benefícios flexíveis, como descontos em academias, teatros, cinemas e vale-compras;
  • Soluções de saúde mental, como atendimentos com terapias complementares e participação em práticas como yoga e meditação.

Os benefícios de cuidar da saúde do colaborador são inúmeras, como:

  • Atração e fidelização de talentos;
  • Maior comprometimento do trabalhador com a empresa;
  • Diminuição de absenteísmo, atrasos e afastamentos;
  • Aumento do bem-estar e produtividade dos colaboradores;
  • Redução de custos com saúde e indenizações;
  • Levantamento de estatísticas e ações preventivas;
  • Redução do índice de esgotamento profissional ou síndrome de burnout CID-11 e ansiedade;
  • Entre outros.

É fato! O relatório intitulado “Tendências Globais de Capital Humano” da Deloitte, mostrou que 61% dos profissionais confirmam que programas de saúde corporativa e bem-estar nas empresas aumentam a produtividade e resultados financeiros.

Agora que você já sabe dicas especiais para reduzir o índice de turnover e absenteísmo de sua empresa e como as práticas integrativas fazem a sua empresa crescer, conte conosco!

O Guia da Alma oferece soluções para a sua empresa, como:

  • Sessões de terapias complementares online;
  • Meditação Mindfulness no trabalho;
  • Thetahealing;
  • Constelação empresarial;
  • Reiki para empresas;
  • Ginástica laboral e yoga no trabalho;
  • Práticas de descompressão (stress relief);
  • Mapeamento de saúde mental para o RH;
  • Treinamento para líderes;
  • Plataforma de autocuidado para o colaborador;
  • Conteúdos incríveis como palestras dinâmicas, com teoria e prática pensadas para o ambiente corporativo;
  • Práticas para relaxamento;
  • Entre outros.

Garanta o equilíbrio físico, mental e emocional para a sua equipe de colaboradores!

 

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Fundador e CEO do Guia da Alma. Especialista em Saúde Mental corporativa. Especialista em Terapias Complementares. Palestrante e Instrutor de Meditação Mindfulness para Empresas.

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