Religiosidade, Espiritualidade e Religião: você sabe a diferença?

Amplie os significados cristalizados que você possui sobre esses conceitos!
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Você sabe a diferença entre religião, religiosidade e espiritualidade?

Tanto no meu trabalho como taróloga, quanto na psicanálise e espiritualidade, recebo frequentemente o questionamento:

Sua terapia é ligada a alguma religião? É espiritismo?

Religião, religiosidade e espiritualidade são conceitos diferentes, que se confundem. Muitas vezes são tomados como sinônimos.

Não são realidades dissociadas, porém não se pode dizer que são a mesma coisa.

A espiritualidade e a religiosidade estão necessariamente contidas numa religião vivenciada de maneira saudável!

Já a religião nem sempre está associada à vivência da espiritualidade e/ou à religiosidade.

É sobre essas importantes diferenças que conversaremos nesse artigo, dispersando os preconceitos e equívocos que podem surgir da confusão de significados dessas palavras. Boa leitura!

Leia também: O que é inteligência espiritual e quais são seus princípios?


Significado de espiritualidade: tão antiga quanto a humanidade

Foto de significado de espiritualidade: mais antiga que a humanidade

Fonte: Yolya – istock

Muitas vezes a palavra espiritualidade é vinculada às religiões de cunho kardecista ou afrodescendentes, mas seu significado transcende qualquer dogma.

Segundo artigo acadêmico publicado na fundação Dialnet, vinculada à Universidad de La Rioja (Espanha):

“A espiritualidade é a dimensão peculiar de todo ser humano e o impulsiona na busca do sagrado, da experiência transcendente na tentativa de dar sentido e resposta aos aspectos fundamentais da vida.

A espiritualidade não é monopólio das religiões ou de algum movimento espiritual.

Ela é inerente ao ser humano.

É a dimensão que eleva a pessoa para além de seu universo e a coloca frente as suas questões mais profundas, as que brotam da sua interioridade, no anseio de encontrar resposta às perguntas existenciais”.

Fonte: Revista de Psicologia da IMED, 6(2): 107-112, 2014 – ISSN 2175-5027

Ou seja, tão antiga quanto a humanidade.

E é dessa dimensão que herdamos tantos saberes, como o Tarot e a Astrologia, por exemplo, que vêm sendo atualizados constantemente e combinados como técnicas complementares para as demandas atuais de saúde mental e bem-estar.

Atenta à relevância da espiritualidade para a integralidade da saúde, a Organização Mundial de Saúde (OMS) incluiu, em 22 de janeiro de ano de 1998, a dimensão espiritual no conceito multidimensional de saúde, referindo-a àquelas questões de significado e sentido da vida e não a restringindo a nenhum tipo específico de crença ou prática religiosa.

Segundo esse conceito:

“Saúde é um estado dinâmico de completo bem-estar físico, mental, espiritual e social e não meramente a ausência de doença ou enfermidade.” OMS

O conceito de saúde, posto nessa ampla dimensão, obrigou as universidades do mundo inteiro a se mobilizarem rapidamente para acrescentar a espiritualidade em seus currículos de saúde.

E ficou óbvio, quando tudo indicava que a espiritualidade ficaria cada vez mais distanciada da ciência, que a própria ciência – a física quântica, na visão de Fritjot Kapra ao tratar de saúde –, sentiu-se obrigada a fazer referência à espiritualidade.

Religião, Religiosidade e Espiritualidade: diferenças

imagem de religião, religiosidade e espiritualidade: diferenças

Fonte: olegbreslavtsev – istock

Agora vamos entender as diferenças entre esses três conceitos.

Religião

ícone de religião

A palavra religião é proveniente do latim “religio” e “ligare”, que significa ligar de novo, compreendendo a busca de Deus por parte das pessoas.

A religião é composta por determinadas crenças e ritos, incluindo o conceito institucional e doutrinário através de alguma forma de vivência religiosa.

Fundamentada em dogmas e hierarquias, a religião é espaço de socialização de uma doutrina praticada entre os membros da instituição numa estrutura formal.

Assim, enquanto a espiritualidade e a religiosidade englobam a dimensão essencialmente experiencial, a religião é voltada ao aspecto institucional e doutrinário.

Ou seja, a religião é organizada em forma de atividades institucionalizadas, valendo-se de um templo e de um sistema de ofícios.

Já a psicanálise e o tarô terapêutico, por exemplo, são de natureza holística. Sua fundamentação é a percepção da pessoa de maneira integral – considerando a instância física, mental, emocional e espiritual. Portanto, são técnicas que não se vinculam a nenhuma religião ou dogma, respeitando a espiritualidade, a religiosidade e a religião de quem está sendo acolhido.

Espiritualidade

ícone de espiritualidade

A espiritualidade é uma dimensão pessoal, inata, própria de cada indivíduo. Como veremos mais a frente no tópico sobre Inteligência Espiritual!

Ela pode encontrar na religiosidade a sua exteriorização.

Sendo a espiritualidade relativa à experiência de contato com o que transcende os aspectos corriqueiros da vida, a religiosidade se refere à expressão da própria espiritualidade, podendo ou não estar vinculada a alguma religião específica.

Religiosidade

ícone de religiosidade

A religiosidade contribui com a convicção de que existe uma dimensão maior, responsável pelo controle sobre as contingências presentes na vida, capacitando o indivíduo a lidar com os acontecimentos de forma mais tranquila, confiante e reduzindo o estresse e a ansiedade.

A experiência da religiosidade faz parte de uma vida com sentido, em que o ser humano explora a força de sua dimensão espiritual.

Até mesmo a literatura psicológica vem enfatizando o tema da espiritualidade como estratégia de enfrentamento dos fenômenos advindos da trajetória da vida nos contextos de saúde e doença dos indivíduos.

Ela vem reconhecendo que, na busca do desenvolvimento da totalidade do ser humano, é importante considerar todas as dimensões que o constituem.

No meu entendimento, é nesse contexto que a palavra “holístico” ganha força, já que significa uma abordagem que busca um entendimento integral dos fenômenos.

Práticas como o Reiki e Tarot são exemplos de religiosidade não necessariamente vinculados a uma religião e, que podem ser utilizados para auxiliar a expressão da espiritualidade – tanto de quem aplica essas terapias, quanto de quem recebe.

Religiosidade, Espiritualidade e Inteligência Espiritual

imagem de inteligência espiritual

Foto: metamorworks – istock

O termo inteligência espiritual foi criado pelos pesquisadores Ian Marshall e Danah Zohar, apresentado no livro QS: Inteligência espiritual.

Acompanhando a perspectiva de inclusão da espiritualidade e a partir de pesquisas de neurociência e de neuropsicologia, foram feitas descobertas nos anos 2000 que permitem um novo mapeamento do cérebro, ampliando as possíveis inteligências, a saber:

  • Inteligência Espiritual (QS), após terem sido enfatizadas a:
  • Inteligência Intelectual (QI) e a
  • Inteligência Emocional (QE).

A inteligência espiritual pode ser entendida para além do mental, ou seja, envolve nossos valores, virtudes e sentido diante da vida.

Seria, de maneira simplificada, equilibrar sua razão (QI) e sua emoção (QE) com o mundo exterior, encontrando então seu propósito de vida (QS).

A inteligência espiritual é, portanto, uma capacidade interna, inata, do cérebro e da psique humana.

É a habilidade do cérebro que possibilita ao sujeito descobrir novas manifestações de sentido e de cura, como centro integrador dos fenômenos existenciais, diferente de como desenvolver a inteligência emocional ou a intelectual.

A partir de pesquisas feitas no campo da neurociência, existe um “ponto Deus” no cérebro humano e esse centro espiritual interno se localiza nas conexões neurais nos lobos temporais do cérebro.

Evidentemente, a pesquisa não mensura existência de Deus, mas demonstra a evolução do cérebro na sensibilidade para conferir sentido às experiências e valores mais amplos e às perguntas existenciais.

A espiritualidade permite ao ser humano ser mais criativo frente aos problemas existenciais.

Todos nos deparamos com dificuldades ao longo da vida, algumas podendo levar ao adoecimento.

É importante que se perceba que a espiritualidade/religiosidade oferece relevantes recursos para enfrentar situações estressantes inevitáveis, em uma inter-relação direta com a saúde mental dos indivíduos.

Por isso, os fenômenos relacionados à experiência espiritual estão sendo considerados como elementos facilitadores de equilíbrio e bem-estar.

Como desenvolver a Inteligência Espiritual?

ícone de como desenvolver a inteligência espiritual

Ian Marshall e Danah Zohar recomendam algumas atitudes diante da vida para que possamos desenvolver a Inteligência Espiritual, assim como cuidamos das demais inteligências:

  • Exercícios de autoconhecimento são essenciais. A terapia pode ajudar e muito!
  • Se responsabilizar pela sua vida, evitando procurar culpados externos;
  • Saber diferenciar o que está no seu controle e o que não está;
  • Encarar as adversidades (autoaceitação): como enfrentar o medo, confiando na sua capacidade de resolver as situações da melhor forma possível;
  • Conectar-se com o transcendente, da sua maneira, mas com constância e profundidade. Você pode aprender como meditar, fazer orações, terapias energéticas, yoga;
  • Cultivar relações saudáveis e conexões sinceras nos relacionamentos interpessoais, valorizando as pessoas pelo que elas são;
  • Cuidar da sua independência;
  • Desenvolver uma visão de mundo mais ampla, mantendo a mente aberta e o senso crítico;
  • Ampliar os horizontes diante dos problemas. Um contexto ampliado trabalha a adaptabilidade e a flexibilidade;
  • Procurar ser espontâneo e ouvir sua voz e força interior (intuição). Seu coração sabe das coisas;
  • Cultivar a solidariedade, empatia e compaixão – por você mesmo e pelos outros.

Religiosidade, Espiritualidade e Terapias

imagem de religiosidade espiritualidade e tarot

Foto: panida wijitpanya – istock

Você se sente tão envolvido nas situações da vida que não sabe como começar as mudanças necessárias pra uma vida mais plena e cheia de sentido? Ou sente que não vê com a clareza necessária para tomar decisões assertivas?

As Terapias Holísticas podem te ajudar!

O Tarô, como instrumento de comunicação entre você e sua sabedoria interior, pode ajudar a clarear as coisas. Indicado para quem:

  • Se sente “no olho do furacão”;
  • Está sentindo que precisa ter uma visão mais clara das situações;
  • Para momentos de insegurança e decisivos da vida;
  • Se sente que a ansiedade está interferindo nas suas escolhas;
  • Quer harmonizar a vida desenvolvendo Inteligência Espiritual.

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