Como enfrentar o medo com Inteligência Emocional
Não conheço alguém que goste de sentir medo! Você conhece?
A maioria de nós passa a vida tentando evitar o medo ou qualquer sentimento que seja percebido como negativo. Quando sentimos medo, poucos de nós expressam as emoções com clareza, simplicidade ou transparência.
Sentimos vergonha de assumi-las, nos sentimos pequenos, e com mais medo ainda. Por isso, usamos nossas melhores máscaras quando nos deparamos com a possibilidade de sermos descobertos.
Não gostamos de sentir incômodos, desconforto ou dor, seja ela física ou emocional, e quando nos identificamos com estas sensações ficamos mal, pois nosso cérebro é programado para evitar a dor, economizar energia e aumentar o prazer.
Tudo que contraria essa programação, gera em nós o medo: a reação automática de negar, fugir e tentar evitar ou esconder.
Mas tenho uma notícia: não precisa ser assim! A Inteligência Emocional nos liberta desta prisão.
Uma vez libertos, podemos voar e podemos sentir, nos tornando observadores de nosso funcionamento emocional.
É possível aprender a não se identificar com a emoção sentida, apenas a senti-la e, por que não, até apreciá-la.
Neste artigo, quero ajudar você a entender um pouquinho mais sobre esta emoção tão presente na nossa vida, no nosso dia a dia, apresentando novas possibilidades sobre o MEDO.
Saiba como enfrentar o medo para ter uma vida mais plena e ainda usá-lo a seu favor!
Sou terapeuta e mentora em Inteligência Emocional. Boa leitura!
Índice
Por que sentimos medo?
O medo é uma emoção primária, existencial, positiva e tem função – garantir a sobrevivência.
- O medo te deixa mais ágil, preparado para tomar decisões rapidamente;
- Te coloca em foco, você não tira o olho daquilo que provoca o medo em você.;
- Prepara o corpo para fugir ou lutar!
Nós aprendemos o medo ainda na barriga de nossas mães, pois ela sentia muito medo do que poderia acontecer conosco e com ela no futuro.
As emoções são fruto dos neuroquímicos que produzimos em nosso cérebro, e assim sendo, são passadas da nossa mãe para nós em sua barriga pela corrente sanguínea.
São os nossos primeiros aprendizados emocionais, e provavelmente o carregaremos por toda a vida, até ganharmos consciência disso!
Na pré-história o medo foi fundamental para a nossa sobrevivência e o nosso sistema emocional gravou profundamente essa emoção.
Naquela época não havia ainda o córtex pré-frontal, parte do nosso cérebro onde está a nossa tomada de decisão, planejamento, execução e regulação emocional, entre outras funções importantes… então tudo se resumia a lutar e fugir, ou então ficar paralisado e morrer!
Essa é a origem dos nossos pensamentos e emoções com viés negativo: ver o que pode dar errado pode salvar a vida.
Porém, era impossível sobreviver sem o medo! Desde a pré-história, quem sabia manejar ou regular o medo se dava bem.
Como enfrentar o medo de maneira positiva?
O medo em situação de perigo também pode ser ESTRATÉGICO E CRIATIVO e é nisso que devemos focar hoje, aprendendo a ativar conscientemente nosso viés positivo e registrar o que pode dar certo também!
Hoje não vivemos mais em situações tão selvagens, e já temos um córtex pré-frontal desenvolvido o suficiente para que conscientemente possamos mudar o foco do nosso sistema de sobrevivência para o nosso sistema de tomada de decisões.
Ou seja, mudar o foco do nosso sistema límbico para o nosso córtex pré-frontal, e perceber que podemos escolher o que e como sentir, pensar e fazer!
Reflita sobre como você constrói o seu bem-estar hoje, apesar da desgraceira no mundo!
Lembre-se: o mundo não vai parar para você ser feliz e ter paz… isso construímos dentro da gente com autoconhecimento e com inteligência emocional.
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Como usar o medo ao meu favor?
A primeira dica de como enfrentar o medo é começar a prestar atenção no que você escolhe pensar e sentir, pois:
Pensamentos geram imagens > Que geram emoções e sentimentos aprendidas na gestação e primeira infância > Reforçadas num looping de repetição por toda a vida!
É muito importante refletir:
- Por que você escolhe pensar desta ou daquela forma?
- Em que situações aprendeu que devia ser assim e não de outro jeito?
Perceba seu padrão na posição de observador e descubra seu padrão mental e emocional. Assim, você começará a ter poderes para mudar!
Abraçando o medo
Não controlamos nossas emoções, não escolhemos sentir ou não o medo, mas podemos dialogar com ele e criar estratégias para regulá-lo ou transformá-lo numa alavanca de autoconhecimento e superação. E, assim, podemos sim controlar nossos comportamentos.
Nossos comportamentos são nossas respostas emocionais quando nós nos identificamos com a emoção sentida.
Quando temos clareza, podemos dissociar sentir a emoção e a maneira de nos comportar, escolhendo os comportamentos que geram bem-estar em nós e nos outros à nossa volta… imagine o impacto disso na sua vida e nos seus relacionamentos!
Sentir medo é normal, ele é fundamental para garantir a nossa sobrevivência, mas não podemos nos deixar dominar por essa emoção!
O melhor é: aceitar e abraçar o medo!
Fugir ou negar não é o melhor caminho, pois pode se tornar um caminho automatizado, nos fazendo perder muitas oportunidades, e a longo prazo só piora o medo.
Exemplo: quando eu quero evitar algo, sem querer o tempo todo eu penso naquilo que quero evitar. Isso acaba tornando o objeto do meu medo muito presente. Tudo que resiste, persiste!
Temos a tendência de nos aproximar do que consideramos bom e nos afastar do que consideramos ruim na vida, e acabamos fazendo isso com nossos sentimentos também.
Classificamos sentimentos e emoções difíceis como coisas para nos afastar, como por exemplo: medo, ansiedade, dúvida, incerteza, tristeza e raiva.
Em contrapartida, sentimentos e emoções fáceis como coisas para nos aproximar, como: felicidade, excitação, alívio.
A longo prazo, isso nos traz problemas, pois não é saudável. Quando estamos numa situação em que sentimos medo, queremos correr!
Por exemplo: muitas vezes um concurso, um processo seletivo, uma iniciativa, uma inovação ou uma ideia diferente é deixada de lado porque temos medo “de dar errado, do julgamento, do fracasso”.
E assim, pensamos: “deixa pra lá, tento ano que vem, não estou pronto(a)!”
Procrastinamos e quando fazemos isso a primeira sensação é de alívio: substituímos um sentimento ruim, por um sentimento bom.
Mas isso é uma armadilha, pois pode significar nos afastar dos nossos sonhos, realizações e do que a gente mais quer na vida.
Foi por superar o medo que eu estou aqui hoje falando disso!
Evitar os sentimentos e emoções desconfortáveis, a longo prazo, faz com que a gente construa nossa vida em torno de evitar coisas que não queremos, em vez de perseguir as coisas que queremos muito.
Para sair disso é preciso:
- Identificar seus valores;
- Entender o ônus e o bônus das suas escolhas;
- Lidar com o medo, que nos permite ser mais criativos, agir com inovação e liderança;
- Lidar melhor com erros e com nossas vulnerabilidades.
Dicas de como enfrentar o Medo
Em uma situação emergente, siga esses 4 passos para enfrentar o medo:
- Foque no pensamento ou sensação que sustenta o medo: questione a interpretação e significado que está dando a situação;
- Se pergunte se a ameaça é real ou em potencial (às vezes sofremos por antecipação);
- Se é real, quais os riscos reais, o que pode acontecer de pior?
- Será que tenho recursos para lidar com a ameaça ou sou vulnerável a ponto de não conseguir buscar a solução? Onde posso buscar recursos?
Fazer algumas perguntas a si mesmo, ajuda a sair desse lugar de medo e transformar esta emoção em algo favorável.
Agora, vamos ver algumas estratégias de como vencer o medo paralisante a longo prazo:
- Meditar: ajuda a manter a calma, foco e evitar pensamentos de medo.
- Ter aceitação e permissão para a sensação de desconforto emocional: desista da luta de controlar os sentimentos e emoções, apenas não se identifique com todos eles. Observe-os e tenha consciência de que nada está concluído, as coisas estão em evolução constante.
- Escolha o estilo de vida que quer ter: visualize com frequência uma vida com sentido e tente conquistá-la, sem permitir que o medo desvie você dos seus objetivos.. sofrer com sentido nos permite sentir bem-estar.
- Identifique os seus valores: eles são nossa bussola, representam quem queremos ser, e como queremos nos relacionar com o mundo.
- Tenha Inteligência Emocional: através do autoconhecimento, abrace as suas vulnerabilidades!
- Busque apoio profissional: um processo terapêutico pode te ajudar a entender como enfrentar o medo da melhor maneira.
Vem participar da minha Mentoria em Inteligência Emocional para aprender como se libertar de emoções que te dominam. Torne-se protagonista de sua vida!