Layoff: como funciona demissão humanizada? E como cuidar de quem fica?

Priorizando a empatia: estratégias para uma demissão humanizada e o cuidado com os colaboradores que permanecem.
Layoff: como funciona demissão humanizada? E como cuidar de quem fica?
Mais terapias de Rodrigo Roncaglio
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A tomada de decisão sobre demissões, como o layoff, nunca é uma tarefa fácil para as organizações. Infelizmente, situações como reestruturações, crises econômicas e mudanças no mercado podem levar à necessidade de dispensa de colaboradores.

No entanto, o impacto emocional e psicológico que essa decisão causa nos colaboradores afetados e naqueles que permanecem é inegável.

Diante desse desafio, o foco em uma demissão humanizada é fundamental para demonstrar o compromisso da empresa com o bem-estar dos seus profissionais.

Este artigo tem como objetivo explorar as melhores práticas para conduzir a demissão de forma humanizada, priorizando o cuidado da saúde mental dos colaboradores que permanecem na empresa.

Abordaremos como líderes e gestores podem tomar decisões compassivas, comunicar-se de maneira transparente e fornecer suporte adequado aos colaboradores impactados.

Além disso, exploraremos 12 estratégias para garantir a continuidade do engajamento e da produtividade da equipe após esse momento delicado.

Vamos mergulhar nessa jornada rumo à demissão humanizada e ao cuidado com a saúde mental dos que ficam!

Sou Rodrigo Roncaglio, CEO do Guia da Alma – a solução completa para a Saúde Mental no trabalho. Boa leitura!


O que é layoff?

O que e layoff?

Foto: Freepik

O significado de layoff é: uma prática empresarial temporária em que os empregadores suspendem temporariamente os contratos de trabalho de seus funcionários, geralmente devido a dificuldades financeiras, falta de demanda ou outras circunstâncias que afetam negativamente a empresa.

A tradução de layoff para o português é suspensão temporária do contrato de trabalho ou simplesmente suspensão temporária.

Durante o período de layoff, os funcionários podem ser dispensados do trabalho ou trabalhar em regime de meio expediente ou com uma redução significativa em seus salários. A ideia por trás do layoff é que, ao invés de demitir permanentemente funcionários em tempos difíceis, a empresa os mantém em suas folhas de pagamento para que possam ser chamados de volta quando a situação melhorar.

É importante notar que as políticas de layoff podem variar de país para país e estar sujeitas a leis trabalhistas específicas.

Como funciona o layoff no Brasil?

Como funciona o layoff no Brasil?

Foto: Drazen Zigic – Freepik

No Brasil, o layoff é uma medida prevista na legislação trabalhista para enfrentar períodos de crise ou dificuldades econômicas nas empresas, permitindo que os empregadores suspendam temporariamente os contratos de trabalho de seus funcionários.

A principal lei que rege o layoff no Brasil é a Lei nº 4.923/1965, que trata do Programa de Seguro-Desemprego. Ela permite que empresas em situações de crise ou dificuldades financeiras adotem o layoff de forma temporária para evitar demissões em massa.

Aqui estão alguns aspectos importantes sobre como o layoff funciona no Brasil:

Layoff: regras

  • A empresa precisa comprovar que está enfrentando uma situação econômica adversa que justifique a suspensão temporária dos contratos de trabalho dos colaboradores. Geralmente, isso ocorre devido à falta de demanda, problemas na produção, dificuldades financeiras ou outras situações semelhantes;
  • O período de suspensão dos contratos de trabalho pode variar, mas geralmente é de até 90 dias, não podendo ser superior a esse limite. Caso a situação persista, a empresa pode renovar o layoff por mais 90 dias, mas é importante seguir as normas específicas do programa vigente à época;
  • Durante o período de layoff, os colaboradores recebem uma espécie de seguro desemprego, que é uma ajuda financeira temporária paga pelo governo. Esse benefício é chamado de Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm), que foi criado como uma medida de enfrentamento aos impactos da pandemia de COVID-19 e foi estendido para situações de crise econômica. Além disso, a empresa pode complementar essa ajuda com outros benefícios previstos em acordos coletivos ou individuais;
  • Antes de implementar o layoff, a empresa precisa comunicar os funcionários e negociar com o sindicato da categoria para obter a aprovação do plano. Em algumas situações, também é necessária a comunicação ao Ministério da Economia.

É importante ressaltar que as regras e os programas podem sofrer alterações ao longo do tempo, portanto, é essencial consultar fontes oficiais e atualizadas, como a legislação em vigor e o Ministério da Economia, para obter informações precisas sobre como funciona o layoff no Brasil no momento.

Panorama do layoff das empresas de tecnologia

Panorama do layoff das empresas de tecnologia

Foto: Envato

 

Saiba mais sobre as suspensões temporárias do contrato de trabalho das maiores empresas de tecnologia da atualidade:

Layoff Pagseguro

 

No início de 2023, mais um episódio de suspensão temporária do contrato de trabalho ocorreu em uma grande empresa.

Em janeiro, o banco digital PagBank, do PagSeguro, demitiu aproximadamente 7% de seus funcionários. A empresa confirmou os cortes, porém não divulgou o número exato de demissões.

Conforme informado pela empresa em comunicado enviado ao Startups, os cortes afetaram todas as áreas do neobanco e foram considerados necessários para melhorar a eficiência da companhia após um período de crescimento contínuo de sua equipe.

Uma planilha colaborativa circulou pelas redes sociais, registrando cerca de 40 nomes de funcionários que foram dispensados.

De acordo com informações disponíveis no site do PagBank PagSeguro, a fintech possuía cerca de 7 mil funcionários. Portanto, aproximadamente 500 pessoas foram dispensadas, correspondendo aos 7% mencionados.

Os cargos mais afetados foram os relacionados à área de tecnologia da empresa, especialmente nas áreas de desenvolvimento ágil, produto e experiência do usuário (UX).

O PagBank atribuiu os cortes ao cenário atual, mencionando que ajustes estruturais estão sendo realizados, seguindo a tendência de empresas de tecnologia e fintechs no Brasil e no mundo.

Essa onda de cortes no PagSeguro é apenas um exemplo de várias empresas nacionais que estão realizando demissões no início deste ano.

Na semana anterior, a empresa Rock Content demitiu 15% de seus colaboradores, seguindo-se a insurtech Pier, que dispensou 39% de sua força de trabalho (cerca de 111 pessoas).

Além disso, a startup unicórnio Frete.com também fez parte da lista, com a demissão de 15% de sua equipe.

Layoff XP

O cenário econômico de altas taxas de juros tem levado investidores a resgatar seus investimentos ou reduzir a procura por produtos de investimento, impactando negativamente as plataformas financeiras.

A empresa XP entrou para a lista das empresas do setor que estão fazendo ajustes em sua equipe de colaboradores.

Órama Investimentos, Empiricus, TradeMap e Grupo Primo também realizaram demissões, totalizando 297 pessoas desligadas, de acordo com informações do site Layoffs Brasil.

Algumas publicações de ex-funcionários da XP indicam que as demissões foram inesperadas.

Ao ser procurada para comentar sobre o assunto, a XP não informou a quantidade exata de cortes, mas destacou que atualmente possui mais de 180 vagas abertas e está priorizando negócios que atendam às necessidades dos clientes e apresentem alto potencial de crescimento.

Especulações sugerem que a empresa pode estar promovendo mudanças em seu modelo de parceria, possivelmente retornando a um modelo anterior onde o XP Control é composto por membros associados. No entanto, detalhes sobre essas possíveis mudanças ainda não foram divulgados. Essa perspectiva foi mencionada em um relatório do BTG.

Layoff Google

O Google confirmou que alguns de seus funcionários brasileiros serão demitidos, após notificações enviadas em 10 de fevereiro de 2023.

Essas demissões ocorrem como parte de um corte global de 12 mil trabalhadores anunciado pelo CEO da empresa, Sundar Pichai, em 20 de janeiro. As informações foram divulgadas pela Folha de S.Paulo.

No entanto, o Google Brasil, que emprega cerca de 1,8 mil funcionários, não especificou o número exato de demissões. A nível global, a gigante de tecnologia emprega 150 mil trabalhadores.

Devido à crise no setor tecnológico, a Alphabet, empresa controladora do Google, revelou um plano de redução de sua equipe de trabalho em 20 de janeiro deste ano, resultando no corte de 12 mil funcionários em sua operação.

O CEO da Alphabet, Sundar Pichai, comunicou a decisão por meio de um e-mail enviado aos funcionários, explicando que o corte de funcionários é uma resposta à “realidade econômica distinta que enfrentamos hoje”. A empresa passou por uma revisão rigorosa para alinhar seus contratados e cargos com suas maiores prioridades.

Pichai expressou preocupação com o impacto que essas mudanças terão na vida dos colaboradores do Google e assumiu total responsabilidade pelas decisões tomadas.

Além do Google, outras empresas de tecnologia também estão passando por cortes de pessoal como uma reação à crise no setor.

Em 19 de janeiro, a Microsoft também revelou sua decisão de demitir 10 mil funcionários nos próximos meses. Essas medidas mostram os desafios enfrentados pelas empresas de tecnologia em um ambiente econômico incerto.

Layoff Ifood

A empresa de serviços de entrega iFood está reduzindo seu quadro de colaboradores no Brasil.

No início de março de 2023, 355 funcionários, correspondendo a cerca de 6,3% do total de colaboradores, foram demitidos.

Em comunicado, a empresa explicou que a decisão é uma resposta ao “cenário econômico mundial atual”, que se mostra particularmente desafiador para as empresas de tecnologia.

Segundo o iFood, as demissões são uma medida imediata em resposta às dificuldades enfrentadas em suas operações diárias e representam uma “mudança de direção”.

Essas demissões refletem a situação complicada que muitas empresas de tecnologia têm enfrentado em meio às adversidades econômicas globais, impactando diretamente o setor de entrega de alimentos.

O iFood tomou essa ação como parte de seus esforços para se adaptar ao ambiente em constante mudança e buscar maior eficiência operacional.

Layoff Amazon

Quase três meses após anunciar a demissão de 18 mil funcionários, a Amazon informou, em 20 de março de 2023, que mais 9 mil pessoas serão cortadas de seu quadro de funcionários.

O CEO da Amazon, Andy Jassy, comunicou que essa decisão foi tomada devido à economia incerta em que vivemos e à falta de clareza sobre o futuro próximo. A empresa optou por simplificar seus custos e reduzir o número de funcionários.

Jassy explicou que os cortes adicionais de 9.000 empregos não foram anunciados anteriormente porque algumas equipes ainda estavam conduzindo avaliações para determinar quais posições seriam eliminadas.

Segundo o The Wall Street Journal, as demissões na Amazon superaram as expectativas de analistas de mercado e os rumores que circularam na imprensa nos últimos meses.

No final de novembro do ano anterior, o The New York Times havia reportado que os planos da empresa eram cortar 10 mil empregos. O número real de cortes acabou sendo menor, mas ainda significativo, afetando muitos colaboradores da empresa.

Layoff Meta

Em 24 de maio de 2023, a Meta (empresa de Mark Zuckerberg) concluiu a última fase do processo de demissão em massa anunciado em março.

Ao todo, a empresa demitiu 6.000 funcionários nesta rodada, o que representa quase metade do número de demissões realizadas em novembro de 2022.

Na primeira rodada de demissões em abril, a empresa havia encerrado o contrato de 4.000 funcionários. Com isso, a Meta alcançou a meta de demitir 10.000 funcionários, conforme anunciado por Zuckerberg ao apresentar os resultados financeiros de 2022.

Nessa ocasião, o CEO destacou que 2023 seria o “ano da eficiência” para a companhia, mencionando a possibilidade de uma nova demissão em massa, que foi posteriormente confirmada. Segundo o TechCrunch, essa nova onda de demissões afetará principalmente o segmento de negócios da empresa.

Ex-funcionários das áreas de marketing, recrutamento, engenharia e comunicação corporativa da Meta estão relatando suas demissões no LinkedIn, de acordo com a agência de notícias. Em abril, quando a primeira onda de demissões começou, a divisão de tecnologia já havia sido impactada significativamente.

Layoff Nubank

A onda de demissões em empresas de tecnologia alcançou o Nubank. O banco digital anunciou em 7 de junho de 2023 que promoveu uma reestruturação em sua operação brasileira, resultando no fechamento de quase 300 vagas.

De acordo com o Nubank, as demissões foram necessárias devido a um novo modelo definido para a área, que tornou algumas funções e posições “redundantes”. Para reduzir o número total de cortes, a instituição optou por realocar internamente grupos de colaboradores, porém, ainda assim, 296 pessoas foram desligadas.

A empresa comunicou a decisão aos funcionários afetados, agradecendo pelo trabalho realizado, e ofereceu um pacote de benefícios, incluindo salários adicionais por tempo de serviço, extensão temporária do plano de saúde e apoio financeiro para recolocação no mercado.

O Nubank também aproveitou a nota para tranquilizar seus cerca de oito mil funcionários em relação a futuras demissões em massa, afirmando que, no momento, não estão previstas outras reestruturações.

Nas demais áreas, as contratações e desligamentos seguirão o ritmo normal, alinhados aos planos de negócios e ao desempenho dos funcionários.

Layoff Microsoft

A Microsoft prosseguiu com seus planos de reestruturação organizacional e anunciou uma nova rodada de demissões no dia 10 de julho de 2023, apenas uma semana após o início do ano fiscal de 2024.

Esses cortes afetaram 276 funcionários e tiveram impacto nas áreas de atendimento ao cliente, suporte e vendas, como relatado em um novo registro no sistema de Notificação de Ajuste e Retreinamento do Trabalhador do estado de Washington.

De acordo com informações do site GeekWire, um total de 210 funcionários em Washington, Estados Unidos, foram dispensados, além de 66 empregos em regime remoto.

Um porta-voz da empresa afirmou que os ajustes na organização e na força de trabalho são uma parte necessária e comum na gestão dos negócios. A Microsoft continuará a priorizar e investir em áreas estratégicas de crescimento para o futuro, buscando oferecer suporte aos clientes e parceiros.

Essa nova fase de cortes se soma à demissão em massa anunciada em janeiro, quando a empresa desligou aproximadamente 10 mil funcionários.

Além disso, em maio, a Microsoft cortou outros 158 empregos no estado de Washington, que não estavam incluídos no grupo de 10 mil demitidos anunciados anteriormente. Essas medidas refletem os esforços contínuos da empresa para ajustar sua estrutura e enfrentar os desafios econômicos e operacionais em curso.

Veja abaixo as empresas de tecnologia que anunciaram demissões em 2023:

  • Adobe: corte de 100 funcionários;
  • Amazon: demissão de 27 mil funcionários;
  • Afterverse: demissão de 150 funcionários;
  • C6 Bank: demissão de até 500 funcionários;
  • Enjoei: corte de 50 colaboradores;
  • Fazenda do Futuro: corte de 90 funcionários
  • Galena: demissão de 27 funcionários;
  • Google: demissão de 12 mil funcionários;
  • HP: demitirá de 4 mil a 6 mil funcionários de 2023 até o final de 2025;
  • IBM: corte de 3,9 mil empregados;
  • iFood: demissão de 355 funcionários
  • Loft: corte de 340 funcionários
  • Loggi: demissão de 250 funcionários;
  • Microsoft: demissão de 10 mil funcionários;
  • MePoupe!: demissão de 72 funcionários;
  • Nubank: demissão de 40 funcionários;
  • Pagaleve: corte de 20 funcionários;
  • PagSeguro: corte de 7% dos funcionários;
  • PayPal: cortará 2 mil funcionários;
  • Philips: demitirá 6 mil funcionários de 2023 até 2025;
  • SalesForce: corte de 10% do quadro de funcionários;
  • Solfácil: demissão de 150 funcionários;
  • Unico: demissão de 110 funcionários;
  • Vimeo: cortará 11% da sua força de trabalho;
  • Wiz Co: demissão de 150 funcionários.

Startups e layoff: como é a dinâmica?

Startups e layoff como é a dinâmica

Foto: Envato

Startups também podem recorrer ao layoff em situações de crise econômica ou dificuldades financeiras, assim como outras empresas.

A dinâmica do layoff em startups pode variar dependendo do tamanho, modelo de negócio, cultura organizacional e outras especificidades da empresa. No entanto, algumas características comuns podem ser observadas:

  • Contexto: Startups são empresas emergentes e muitas vezes estão sujeitas a incertezas do mercado, especialmente aquelas que operam em setores altamente competitivos ou inovadores. Em momentos de desafios financeiros ou mudanças no cenário econômico, algumas startups podem enfrentar a necessidade de realizar cortes de custos, incluindo o layoff;
  • Abordagem ágil: Startups têm uma cultura frequentemente caracterizada pela agilidade e rapidez na tomada de decisões. Em cenários de crise, elas podem se ajustar rapidamente às mudanças no mercado e identificar a necessidade de reduzir a força de trabalho para garantir sua sobrevivência e viabilidade futura;
  • Impacto em equipes menores: Em comparação com empresas maiores, o layoff em startups pode ter um impacto mais significativo em termos proporcionais. Como as equipes de startups geralmente são menores, o desligamento de alguns funcionários pode afetar consideravelmente a cultura e a dinâmica de trabalho;
  • Comunicação transparente: Uma abordagem comum adotada por startups é a comunicação transparente e aberta durante períodos difíceis. É importante que os fundadores ou líderes expliquem os motivos para a tomada de decisão, como o layoff, e ofereçam suporte e assistência aos colaboradores afetados;
  • Redefinição de estratégia: Em algumas situações, o layoff em startups pode ser uma parte de uma redefinição mais ampla da estratégia de negócios. A empresa pode optar por focar em áreas mais rentáveis e reduzir recursos em outras, o que pode levar ao corte de pessoal em algumas áreas específicas.

É fundamental lembrar que a abordagem ao layoff pode variar de startup para startup, dependendo das circunstâncias específicas de cada empresa.

Algumas startups podem buscar alternativas ao layoff, como licenças não remuneradas, acordos de redução de jornada ou outras soluções criativas para minimizar o impacto nos funcionários.

Independentemente da abordagem escolhida, o objetivo principal é garantir a sustentabilidade e a continuidade do negócio em um ambiente de desafios financeiros.

Como as demissões em massa afetam as empresas?

Como as demissões em massa afetam as empresas

Foto: drobotdean – Freepik

0As demissões em massa podem ter diversos impactos negativos nas empresas, especialmente no clima organizacional e na satisfação geral dos colaboradores. Algumas das principais consequências incluem:

  • Clima organizacional negativo: As demissões em massa podem criar um ambiente de trabalho tenso e estressante. Os funcionários que permanecem na empresa podem ficar ansiosos e preocupados com a possibilidade de serem os próximos a perder o emprego. Isso pode levar a uma atmosfera de desconfiança e medo, afetando negativamente a moral e a motivação dos colaboradores;
  • Aumento da carga de trabalho: Com menos funcionários para realizar o mesmo volume de trabalho, os colaboradores que permanecem na empresa podem ter que assumir mais responsabilidades e tarefas adicionais. Esse aumento da carga de trabalho pode levar à exaustão, diminuição da produtividade e aumento do risco de esgotamento profissional;
  • Redução do engajamento e da lealdade: As demissões em massa podem causar descontentamento e desconfiança entre os funcionários, levando à redução do engajamento no trabalho e da lealdade à empresa. Os colaboradores podem se sentir desvalorizados e desprezados, o que pode resultar em uma diminuição do comprometimento com os objetivos organizacionais;
  • Perda de conhecimento e expertise: Quando funcionários experientes são demitidos, a empresa pode perder conhecimentos específicos e habilidades essenciais que foram desenvolvidas ao longo do tempo. Isso pode afetar a capacidade da empresa de inovar, resolver problemas complexos e enfrentar desafios futuros;
  • Impacto na reputação: Demissões em massa podem afetar negativamente a imagem da empresa perante o público, clientes e fornecedores. Isso pode gerar preocupações sobre a estabilidade e a saúde financeira da empresa, o que pode impactar negativamente suas relações comerciais e aquisição de novos clientes;
  • Saída voluntária de talentos: Diante da insegurança e do ambiente negativo, colaboradores talentosos podem optar por buscar oportunidades em outras empresas. A perda de talentos valiosos pode ter um impacto significativo no desempenho e na competitividade da empresa;
  • Dificuldade na reconstrução da cultura: Demissões em massa podem alterar a cultura organizacional e os valores da empresa. A reconstrução de uma cultura positiva e saudável após um período de demissões pode ser um desafio, exigindo esforços adicionais de liderança e engajamento dos colaboradores.

Para mitigar esses impactos negativos, é importante que as empresas adotem uma abordagem sensível e cuidadosa durante os processos de demissão em massa.

A comunicação transparente, o suporte aos funcionários demitidos, o reconhecimento e valorização dos colaboradores que permanecem e a criação de um ambiente de trabalho que promova confiança e segurança são fundamentais para minimizar as consequências negativas dessas situações.

Demissões em massa são eficazes?

Demissões em massa afetam as empresas (2)

Foto: Freepik

Nos Estados Unidos, entre os anos de 2000 a 2008 e de 2010 a 2013, aproximadamente 880.000 a 1,5 milhão de pessoas foram demitidas anualmente, mesmo em períodos de crescimento econômico.

Durante o auge da Grande Recessão, em 2009, esse número chegou a 2,1 milhões de americanos desligados do trabalho. Globalmente, o desemprego aumentou em 34 milhões de pessoas de 2007 a 2010, de acordo com dados da Organização Internacional do Trabalho.

O fenômeno das demissões em massa tem sido uma tendência crescente desde a década de 1970. Em 1979, menos de 5% das empresas listadas na Fortune 100 anunciaram demissões, mas em 1994, esse número subiu para quase 45%.

Durante o período da recessão e seus desdobramentos, de 2008 a 2011, uma pesquisa realizada pela McKinsey com 2.000 empresas dos EUA revelou que 65% delas optaram por demissões.

Hoje em dia, as demissões em massa têm se tornado uma resposta comum para enfrentar um futuro incerto, marcado por rápidos avanços tecnológicos, mercados voláteis e intensa concorrência.

Apesar disso, os dados sobre os impactos das demissões devem fazer as empresas repensarem essa abordagem.

Uma revisão de 20 estudos realizada pelo pesquisador Deepak Datta na Universidade do Texas em Arlington, em 2012, revelou que as demissões tiveram efeito neutro a negativo nos preços das ações nos dias seguintes ao anúncio.

Além disso, a maioria das empresas que passaram por demissões enfrentou declínios na lucratividade, e essas perdas nos lucros persistiram por até três anos após o ocorrido.

Outra pesquisa conduzida por uma equipe de universidades, incluindo Auburn, Baylor e Tennessee, indicou que as empresas que recorreram a demissões têm o dobro de chances de entrar em falência em comparação com aquelas que não optaram por essa estratégia.

Após uma demissão em massa, os funcionários que permanecem na empresa enfrentam uma redução de 20% no desempenho no trabalho, o que sugere que esse tipo de abordagem pode gerar impactos negativos significativos para a produtividade no trabalho e o moral dos colaboradores que permanecem na organização.

Com muita frequência, os altos executivos descartam tais descobertas.

Alguns argumentam que, uma vez que as empresas realizam demissões porque já estão em má situação, não é surpresa que seu desempenho financeiro possa não melhorar.

As demissões estão tão enraizadas nos negócios como uma solução de curto prazo para reduzir custos que os gerentes ignoram o fato de que elas criam mais problemas do que resolvem.

As empresas que reduzem a força de trabalho perdem o tempo investido no treinamento dos colaboradores, bem como suas redes de relacionamentos e conhecimento sobre como realizar o trabalho. Ainda mais significativos são os efeitos negativos sobre os sobreviventes.

Charlie Trevor, da Universidade de Wisconsin-Madison, e Anthony Nyberg, da Universidade da Carolina do Sul, descobriram que reduzir a força de trabalho em 1% leva a um aumento de 31% na rotatividade voluntária no ano seguinte.

Enquanto isso, a baixa moral enfraquece o engajamento.

As demissões podem fazer com que os funcionários sintam que perderam o controle: o destino de seus colegas envia uma mensagem de que o trabalho árduo e o bom desempenho não garantem seus empregos.

Um estudo de 2002 conduzido por Magnus Sverke e Johnny Hellgren da Universidade de Estocolmo e Katharina Näswall da Universidade de Canterbury constatou que após uma demissão, os sobreviventes experimentaram uma queda de:

Conceito demissão humanizada: qual o papel das empresas em uma situação de dispensa coletiva?

Conceito demissão humanizada qual o papel das empresas em uma situação de dispensa coletiva

Foto: Envato

 

A demissão humanizada é uma abordagem que valoriza o respeito, a empatia no trabalho e o cuidado com os colaboradores durante o processo de dispensa coletiva ou individual.

O objetivo é minimizar o impacto emocional e profissional dessas situações difíceis e ajudar os colaboradores a enfrentar a transição de forma mais suave, mantendo sua dignidade e bem-estar.

O papel das empresas em uma situação de dispensa coletiva é crucial para garantir que os funcionários sejam tratados com respeito e consideração, mesmo em momentos de reestruturação ou dificuldades financeiras. Algumas dicas para um offboarding humanizado incluem:

  1. Comunicação transparente: Informe os funcionários sobre a situação de forma clara e honesta. Forneça explicações sobre os motivos da dispensa e as medidas tomadas para minimizar o impacto;
  2. Aviso prévio: Dê um aviso prévio adequado aos colaboradores afetados, quando possível, para que eles tenham tempo de se preparar para a transição;
  3. Suporte emocional: Ofereça suporte emocional aos funcionários demitidos, demonstrando empatia e compreensão em relação aos sentimentos que eles possam estar experimentando;
  4. Pacote de benefícios: Forneça um pacote de benefícios adequado, incluindo indenizações, auxílio para recolocação no mercado de trabalho e extensão temporária do plano de saúde;
  5. Assistência de carreira: Ofereça serviços de orientação profissional, auxílio na elaboração de currículos e treinamentos para aprimorar as habilidades dos funcionários que estão em busca de novas oportunidades;
  6. Feedback construtivo: Forneça feedback construtivo aos funcionários sobre suas habilidades e contribuições, ajudando-os a entender seus pontos fortes e áreas de desenvolvimento;
  7. Networking e referências: Ajude os funcionários demitidos a criar redes de contatos e forneça referências positivas para ajudá-los em sua busca por novas oportunidades;
  8. Reconhecimento e agradecimento: Reconheça as contribuições dos funcionários durante o tempo em que estiveram na empresa e agradeça pelo seu trabalho;
  9. Tratamento igualitário: Certifique-se de que todos os colaboradores sejam tratados de forma justa e igual durante o processo de dispensa, evitando qualquer tipo de discriminação;
  10. Avaliação contínua: Faça uma avaliação contínua do processo de demissão e busque melhorar constantemente a abordagem humanizada, levando em consideração o feedback dos colaboradores e os resultados obtidos.

Ao adotar uma abordagem de demissão humanizada, as empresas demonstram preocupação com o bem-estar de seus colaboradores, mesmo em momentos difíceis.

Isso contribui para manter a reputação da empresa, a motivação dos funcionários que permanecem e a relação com a comunidade e o mercado de trabalho. Além disso, pode facilitar a redução do índice de turnover e aumentar a retenção e o recrutamento de talentos no futuro.

Como cuidar dos colaboradores que ficam?

Como cuidar dos colaboroadores que ficam

Foto: Envato

Quando uma empresa passa por uma ação de layoff, os colaboradores que permanecem na equipe também são impactados de várias maneiras.

A insegurança no trabalho é uma das principais preocupações que afetam os funcionários após uma demissão em massa.

Eles podem se sentir apreensivos sobre o futuro da empresa e temer que novas ondas de cortes ocorram, o que gera incerteza em relação à sua estabilidade e segurança no emprego.

Essa insegurança pode levar a uma queda na produtividade entre os colaboradores que ficam.

A preocupação com a possibilidade de perderem seus empregos pode afetar sua concentração, motivação e comprometimento com o trabalho. A ansiedade e o estresse gerados pela incerteza podem resultar em dificuldades em manter o mesmo nível de desempenho e eficiência, prejudicando a qualidade do trabalho entregue.

Outro impacto significativo é a rotatividade voluntária de colaboradores após um layoff.

Aqueles que não se sentem seguros ou satisfeitos com a situação podem começar a procurar oportunidades de emprego em outras empresas, onde a estabilidade e o futuro do trabalho pareçam mais promissores. Isso pode levar à perda de talentos valiosos e experientes, afetando negativamente a continuidade dos projetos e a expertise dentro da equipe.

Para cuidar dos colaboradores que ficam após uma ação de layoff, as empresas precisam ser proativas na comunicação e no suporte emocional.

É fundamental que a liderança seja transparente sobre a situação atual e forneça informações claras sobre os planos de recuperação e as estratégias para enfrentar os desafios futuros.

Além disso, é importante ouvir as preocupações e necessidades dos funcionários, dando-lhes espaço para expressar suas ansiedades e sentimentos em relação à situação.

Oferecer canais de comunicação abertos e uma cultura que incentive o feedback e a participação dos colaboradores pode ajudar a aliviar parte do estresse e da insegurança.

Investir no desenvolvimento profissional e no treinamento contínuo dos colaboradores também é uma forma de demonstrar o compromisso da empresa com o crescimento e a valorização da equipe.

Isso pode ajudar a melhorar a motivação e a confiança dos funcionários, ao verem que a empresa está investindo em seu futuro mesmo em momentos desafiadores.

12 estratégias para manter a empresa saudável depois de uma dispensa em massa

 

12 estratégias para manter a empresa saudável depois de uma dispensa em massa

Foto: Freepik

Após uma dispensa em massa, é essencial que as empresas adotem estratégias para manter a saúde organizacional e recuperar a estabilidade. Aqui estão algumas estratégias importantes a serem consideradas:

1. Comunicação transparente

Uma comunicação aberta e honesta é crucial para reconstruir a confiança dos funcionários que permaneceram na empresa.

Os líderes devem explicar os motivos por trás da dispensa em massa, demonstrar empatia com os afetados e esclarecer como a empresa planeja seguir em frente.

2. Apoio aos colaboradores afetados

Oferecer suporte aos funcionários demitidos, como serviços de aconselhamento de carreira, treinamento para busca de emprego e benefícios adicionais, pode ajudar a minimizar o impacto emocional e financeiro das demissões.

3. Reavaliação de processos e estrutura

A dispensa em massa pode ser uma oportunidade para reavaliar os processos internos e a estrutura organizacional.

Identificar ineficiências, redirecionar recursos e otimizar a alocação de pessoal pode ajudar a tornar a empresa mais ágil e competitiva.

4. Foco no engajamento dos colaboradores

Investir no engajamento dos funcionários que permaneceram é fundamental para garantir sua motivação e produtividade.

Criar um ambiente de trabalho positivo, reconhecer o esforço dos funcionários e oferecer oportunidades de desenvolvimento profissional são medidas que podem aumentar o comprometimento da equipe.

5. Investimento em capacitação

Proporcionar treinamentos e capacitação contínua aos funcionários pode melhorar suas habilidades e torná-los mais adaptáveis às mudanças no ambiente de trabalho.

6. Diversificação de fontes de receita

Dependendo do motivo da dispensa em massa, a empresa pode buscar diversificar suas fontes de receita, reduzindo sua dependência de um único mercado ou segmento de negócio.

Isso pode tornar a empresa mais resiliente a flutuações econômicas.

7. Inovação e adoção de tecnologia

Aproveitar a inovação e a adoção de tecnologia pode melhorar a eficiência dos processos e permitir que a empresa se mantenha competitiva em um ambiente em constante mudança.

8. Foco na cultura organizacional

Cultivar uma cultura organizacional positiva e alinhada aos valores da empresa pode fortalecer a identidade da marca e atrair talentos qualificados.

9. Monitoramento e feedback

Realizar pesquisas de clima organizacional, coletar feedback dos funcionários e analisar métricas de desempenho podem ajudar a identificar problemas e oportunidades de melhoria após a dispensa em massa.

10. Planejamento de sucessão

Desenvolver planos de sucessão e garantir que a empresa esteja preparada para lidar com futuras mudanças pode ajudar a mitigar os impactos de possíveis desafios futuros.

11. Investimento em saúde mental

Demissões em massa podem ter um impacto significativo na saúde emocional e psicológica dos funcionários que permanecem na empresa.

A incerteza sobre o futuro, o medo de novas demissões e a carga de trabalho adicional podem levar a níveis elevados de estresse e ansiedade entre a equipe.

Ao investir em programas de saúde mental e bem-estar, as empresas podem demonstrar um compromisso com o bem-estar de seus funcionários, contribuindo para uma cultura organizacional mais saudável e solidária.

12. Conte com o Guia da Alma

Na busca por construir uma cultura corporativa mais saudável e feliz, o Guia da Alma oferece uma plataforma de saúde mental especialmente projetada para atender às necessidades das empresas.

Nossa Plataforma de Saúde Mental é uma poderosa ferramenta que te ajuda a manter um ambiente de trabalho saudável, e também gera relatórios valiosos sobre o engajamento dos colaboradores e outros dados importantes.

Com a nossa plataforma, os colaboradores têm acesso a terapia online, permitindo que cuidem de sua saúde mental de forma prática e conveniente. Reconhecemos a importância de promover o bem-estar dos funcionários e entendemos que a saúde mental é um pilar fundamental para um ambiente de trabalho feliz e produtivo.

Além disso, oferecemos mapeamentos para medir o índice de felicidade no trabalho e saúde mental. Com essas avaliações, as empresas têm insights valiosos sobre o nível de satisfação e engajamento dos colaboradores, permitindo identificar áreas de melhoria e tomar ações para fortalecer a cultura organizacional.

Para apoiar ainda mais a sua empresa, disponibilizamos palestras sobre saúde mental no trabalho. Nossos especialistas estão prontos para compartilhar conhecimentos e insights valiosos sobre como criar um ambiente de trabalho feliz, saudável e produtivo.

Estamos comprometidos em ser o parceiro ideal para promover a saúde mental e a felicidade no trabalho na sua empresa!

Nossa solução abrangente e conveniente capacita os colaboradores a cuidarem de sua saúde mental, ao mesmo tempo em que proporciona aos RHs ferramentas eficazes para promover a qualidade de vida no trabalho.

Convidamos você a solicitar uma demonstração da nossa Plataforma de Saúde Mental:

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Fundador e CEO do Guia da Alma. Especialista em Saúde Mental corporativa. Especialista em Terapias Complementares. Palestrante e Instrutor de Meditação Mindfulness para Empresas.

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