Ansiedade na adolescência: sintomas e orientações para pais e educadores!
Você sabia que é muito comum a ansiedade na adolescência?
Viver em estado ansioso é algo corriqueiro, infelizmente, para muitas pessoas.
Sintomas que são tratados das mais diversas maneiras, mas poucas vezes como realmente deveriam.
A ansiedade é um transtorno que merece muita atenção.
Este é um artigo para pais e familiares. Vamos entender o que é realmente ansiedade e como saber se nossos filhos estão passando por essa situação. Boa leitura!
Índice
O que é ansiedade na adolescência?
O termo “ansiedade” tem várias definições nos dicionários não técnicos:
- Aflição
- Angústia
- Perturbação do espírito causada pela incerteza
- Relação com qualquer contexto de perigo etc.
Levando-se em conta o aspecto técnico, devemos entender ansiedade como um fenômeno que ora nos beneficia ora nos prejudica, dependendo das circunstâncias ou intensidade. Podendo tornar-se patológica, isto é, prejudicial ao nosso funcionamento psíquico (mental) e somático (corporal).
Entender a ansiedade como algo benéfico é muito confuso, mas essa é uma característica que nos protege de perigos iminentes, algo que foi adquirido ao longo de sucessivas evoluções, através da seleção natural de Darwin.
A ansiedade não-patológica nos prepara para situações diferentes das que vivemos no cotidiano.
Essa ansiedade demonstra que somos responsáveis e temos uma atitude positiva mediante um desafio.
- Como, então, podemos entender e tratar de uma ansiedade que já está num nível prejudicial?
- Como lidar com uma ansiedade que tornou-se um transtorno patológico?
Ainda mais em adolescentes, numa fase rica de incertezas, cheias de insatisfações, repletas de dúvidas e falsas convicções…
É uma fase em que as emoções e hormônios estão a pleno vapor, onde o mundo exige que ele se posicione, muito cedo, para uma futura profissão, onde ele PRECISA SER, bem antes de SE CONHECER.
Então, como identificar essa linha tênue entre ser um adolescente “normal” e um adolescente “ansioso”?
Ansiedade na adolescência: dados
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, o bem estar psicológico, físico, social e emocional em adolescentes depende de vários fatores determinantes e cruciais para o correto diagnóstico, pois mundialmente estima-se que entre 10% e 20% dos adolescentes vivenciam problemas de saúde mental.
Segundo um estudo publicado em 2021 na JAMA Pediatrics, 1 em cada 5 jovens experimentou sintomas de ansiedade clinicamente elevados durante a pandemia.
Existem testes de ansiedade na internet para dar uma ideia geral. Porém, o correto diagnóstico por um médico e terapeuta, é a melhor forma de ter certeza se o seu filho tem ou não ansiedade patológica.
Para isso, tenha atenção aos sinais que demonstram um adolescente ansioso.
Sinais de ansiedade na adolescência e sintomas
Vamos entender os sintomas mais comuns:
- Dificuldades na escola;
- Buscar estímulos o tempo todo, mantendo-se sempre inquieto, agitado e insatisfeito;
- Alimentação fora do padrão, consumo exacerbado ou escasso;
- Constante irritação com colegas e familiares, baixa tolerância a frustrações e a opiniões alheias;
- Preocupação em excesso com situações que não são de sua responsabilidade, bem como, aflição com atividades que são de seu dever;
- Medos variados (escuro, ficar sozinho, perder ente querido, de morrer, de ficar preso, de passar mal, além de fobias especificas);
- Compulsão alimentar (muitos desenvolvem transtornos alimentares, como: bulimia, anorexia e restrição à alguns alimentos);
- Preocupação excessiva: com avaliações escolares, com a opinião dos outros, com participações em ambientes sociais, com aparência…
Enfim, a melhor forma de perceber esses sinais é o convívio diário.
Caso os pais trabalhem fora o dia todo, é recomendável ter sempre um adulto que possa entrar em contato com o adolescente ao longo do dia.
Eu sei, não é possível ver todos os passos que seu filho dá no mundo, mas é perfeitamente adaptável, com familiares próximos, criar uma rotina para contribuir com o bom desenvolvimento do seu filho.
Então, faz-se necessário sempre ter alguém presente, que possa conversar e entender como pensa e como sente esse ser, que está num turbilhão de transformações.
Algo muito importante que eu falo em meus atendimentos de terapias para ansiedade é que: não existem culpados para esses sintomas.
Não é responsabilidades dos pais adivinharem que seu filho terá um quadro de ansiedade e que pode até se agravar, mas é perfeitamente plausível dizer que é o nosso compromisso como pais responsáveis, quando assumimos o desejo de ter um filho.
Mesmo que ele não tenha sido planejado, deve-se criar a consciência de que, a partir daquele momento, devemos nos colocar numa postura ativa perante a sua educação e desenvolvimento.
Observar os sinais e sempre conversar com eles é imprescindível para entender se a ansiedade comum pode se tornar um transtorno psíquico patológico. Neste caso, é necessário apoio terapêutico e médico.
- Você reconheceu algum desses sinais no seu filho (a)? Agende uma sessão de terapia para ansiedade com terapeutas Guia da Alma!
Quais as causas da ansiedade na adolescência?
Os pais não são culpados, então? Quais são as causas da ansiedade que atrapalha o desenvolvimento dos adolescentes?
As causas não são totalmente conhecidas, mas existem fatores que oferecem mais predisposição, como:
- Questões genéticas não podem ser descartadas, se existem pessoas na família com esses traços, o seu filho pode ter herdado. Entretanto, não se pode ter certeza de que os genes envolvidos serão ou não ativados;
- Eventos pós-traumáticos podem gerar crises de ansiedade, pois a pessoa teme que aquilo ocorra novamente, impactando inclusive na forma que ela vê outros eventos que possam ser semelhantes ao trauma ocorrido;
- Traumas de infância que muitas vezes não são recordados pelas pessoas, palavras, gestos que são vivenciados por eles e que, nesse momento, cria-se conexões neurais de forma traumática;
- Uso em demasia de medicamentos para uma determinada patologia pode trazer episódios de ansiedade e até crises de pânico.
Inúmeras podem ser as causas, mas a prevenção mais eficaz é a observação atenta à postura das crianças e adolescentes no dia a dia.
Qualquer sinal de alerta que for visto por você ou pela escola deve ser investigado.
Problemas e consequências da ansiedade na adolescência
Uma vez instaurado o transtorno de ansiedade, este leva prejuízos emocionais e físicos para a criança e/ou adolescente, além de uma desestruturação familiar.
As situações mais propensas a crises são em âmbito escolar, em momentos em que essa pessoa ficará em circunstâncias que acionam circuitos pré-estabelecidos como perigosos.
São gatilhos para as crises de ansiedade:
- Avaliações;
- Apresentações orais;
- Momentos em que seja necessário fazer trabalhos em grupos, em que seja indispensável a emissão da sua opinião: tudo isso pode desencadear uma situação aflitiva, estressante e ansiosa.
Há também algo muito similar nas relações com amigos fora da escola, no seu entorno de moradia.
Em muitos casos a criança e/ou adolescente começa numa fase de isolamento, em que evita qualquer tipo de situação de aborrecimento.
O retraimento pode ser cada vez maior, mergulhando em sentimentos negativos de medo e angústia, antecipando fatos que nunca poderão vir a acontecer.
Ansiedade e depressão na adolescência
O quadro de ansiedade a longo prazo pode levar à tristeza e possivelmente depressão.
“A depressão consiste em um distúrbio que pode atingir o ser humano nos diferentes estágios da vida (…) Entretanto, a compreensão de que sujeitos antes da fase adulta também poderiam ser acometidos por esta enfermidade constitui-se em um campo recente de investigação, visto que até algumas décadas atrás, esse quadro clínico em crianças e adolescentes não era explorado.”
Do artigo científico “DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA E COMPORTAMENTO SUICIDA: UMA
REVISÃO INTEGRATIVA” (2018)
A depressão nessa fase tem aumentado significativamente.
Um dos principais motivos podem ser os eventos que essas pessoas tiveram que viver ao longo da pandemia, por exemplo.
Aulas on-line, afastamento de amigos e até parentes muito próximos foram gatilhos para o agravamento e/ou início de processos de ansiedade em vários jovens.
Tudo isso contribuiu para que o foco de estudos sobre esse tema tenha se ampliado em todo mundo.
Por mais que seu filho não tenha apresentado traços ansiosos ao longo da vida, durante a pandemia esse quadro foi aumentado em muitas famílias.
De acordo com resultados preliminares de uma pesquisa internacional com crianças e adultos em 21 países, em média, um em cada cinco adolescentes e jovens de 15 a 24 anos entrevistados (19%) disse que, muitas vezes, se sente deprimido ou tem pouco interesse em fazer coisas.
Enquanto a covid-19 está perto de chegar a seu terceiro ano, o impacto sobre a saúde mental e o bem-estar de crianças e jovens continua pesando muito.
Segundo os últimos dados disponíveis do UNICEF, globalmente, pelo menos uma em cada sete crianças foi diretamente afetada por lockdowns. Enquanto mais de 1,6 bilhão de crianças sofreram alguma perda relacionada à educação.
A ruptura com as rotinas, a educação, a recreação e a preocupação com a renda familiar e com a saúde estão deixando muitos jovens com medo, irritados e preocupados com seu futuro.
Uma pesquisa online na China no início de 2020, citada no relatório Situação Mundial da Infância 2021, indicou que cerca de um terço dos entrevistados relatou sentir medo ou ansiedade.
Sim, a pandemia deixará marcas!
Entretanto, se cuidarmos da nossa saúde mental e a de nossos filhos, essas marcas serão registros de experiências de uma história difícil, porém uma história da jornada de cada um, em que sairemos mais fortalecidos, ricos de aprendizados e emocionalmente mais preparados para a vida.
Felizmente, a ansiedade é conhecida desde a pré-história.
Ela foi e sempre será uma rica contribuição para a sobrevivência de nossa espécie, para nos afastar de eventuais perigos.
Contudo, a ansiedade de forma demasiada deve ser tratada e verificada para que os nossos filhos venham a ter uma vida mais saudável, rica de experiências e relações sociais fortes.
Como tratar a ansiedade na adolescência? Dicas!
Eu sempre recomendo a atenção máxima aos nossos filhos, alunos e sobrinhos. E trago aqui algumas dicas e orientações importantes!
1. Dica para pais, mães e cuidadores
A identificação na escola é muito comum e pode ser confirmada com a sua atenção em casa, então a solicitação nesses casos é:
- Perguntar como foi o dia na escola, como se sentiu e o que fez. Assim você poderá ter um parâmetro de como ele vem gerenciando suas emoções no ambiente escolar;
- Participar de reuniões estipuladas pela coordenação. Nelas os professores sempre pontuam comportamentos estranhos que você pode confirmar com os modos em casa;
- Observar se ele fica muito tempo em aparelhos eletrônicos e se esquece ou não gosta de ficar com pessoas reais;
- Verificar os sites de busca no celular ou notebook, caso você perceba comportamentos estranhos;
- Conversar e ficar mais tempo com seu filho.
- Fazer programas com toda a família, incluindo ele. Os adolescentes relutam em fazer passeios em família, mas é importante falar que esse convívio é necessário, e ele pode sugerir locais;
- Examinar se durante a madrugada ele fica nas redes sociais. Ter noites de sonos de no mínimo 8 a 9 horas é importante nessa faixa etária;
- E, como sempre, dar carinho, escuta atenta, colocar regras para convívio em família, sempre inserindo os filhos na confecção das regras e amar, amar e amar.
2. Ansiedade em jovens e autoestima
Algumas crianças e/ou adolescente possuem mais inclinação a esse transtorno.
São pessoas com baixa autoestima, falta de confiança, excessos de medo e insegurança.
Assim, as possibilidades de estabelecer um quadro de TAG – Transtorno de Ansiedade Generalizada são maiores.
Para que isso não aconteça, fortaleça características positivas, nos momentos que você perceber que está sendo uma dificuldade para ele.
3. Dicas para educadores sobre Ansiedade na escola
Na escola, os educadores devem também estar atentos a pequenos sinais repetitivos de aflições, pois esse é um dos ambientes mais propícios a esses acontecimentos, como dito anteriormente.
O professor deve exercer sua profissão com responsabilidade, tendo para com seus alunos uma escuta atenta.
Para que isso seja possível, ele deve planejar seu conteúdo pautado em metodologias ativas, onde o aluno é protagonista do seu conhecimento, proporcionando subsídios para a expressão daquele indivíduo.
Em momentos que se perceba os sinais destacados acima é de suma importância reportar ao profissional responsável na escola pela gestão psicopedagógica.
4. Acompanhamento terapêutico
Quanto antes for diagnosticado e tratada a ansiedade, mais fácil será ter uma via produtiva e feliz, mesmo que alguns episódios ocorram ao longo da vida.
A complementação com a medicina integrativa proporcionará um tratamento natural. A Terapia Holística é uma complementar à terapia convencional.
Nessa modalidade não são utilizados medicamentos, além de trabalhar o autoconhecimento e possibilitar o fortalecimento de autoconfiança, desenvolver senso de responsabilidade, aceitação das dificuldades e expandir suas potencialidades.
Tudo isso gerando relacionamentos mais saudáveis, fortalecendo a tomada de decisões, gerindo os sentimentos, superando frustrações, tornando-se uma pessoa proativa e engajada pela própria vida.
O acompanhamento terapêutico holístico irá recorrer a técnicas que estimulem a pessoa ansiosa a entender a raiz de sua situação, assim os eventos serão esporádicos e espaçados, a ponto de construir uma inteligência emocional e um melhor gerenciamento de seus sentimentos.
Tudo isso, possibilitando que se torne um adulto que saiba administrar seus conflitos internos, não prejudicando suas relações sociais.
Agende uma sessão de terapia para ansiedade com terapeutas Guia da Alma!
Dica extra 5. Aromaterapia e ansiedade na adolescência
A aromaterapia vem como uma alternativa ao alívio dos principais sintomas leves da ansiedade.
Os aromas são identificados pelo cérebro, promovendo bem estar, fortalecimento das defesas do corpo, bem como o equilíbrio das emoções.
“Segundo estudos científicos de várias partes do mundo, os óleos essenciais vegetais contêm propriedades terapêuticas cicatrizantes, antivirais, antibacterianas, antifúngicas e antissépticas, além de contribuir para o tratamento da insônia, estresse, ansiedade, dor e depressão.
Os Óleos Essenciais são extraídos de vegetais, como flores, folhas, frutos e raízes, a aromaterapia é indicada para várias condições de saúde mental, como insônia, estresse, ansiedade, dor, depressão, entre outras doenças orgânicas e desconfortos.
Isso porque o aroma e as partículas liberadas pelos óleos essenciais estimulam diferentes partes do cérebro, ajudando a aliviar diversos sintomas e patologias.
Além dos resultados positivos na mente humana, existem os efeitos fisiológicos, advindos de suas propriedades cicatrizantes, antibacterianas, antifúngicas e antivirais, uma vez que os óleos essenciais penetram com facilidade na membrana celular de natureza fosfolipídica e se dissolvem na gordura corporal.”
Artigo “Aromaterapia: sistema terapêutico reconhecido pelas Ciências da Saúde” por Katia Machado, CABSIN 2021
O tratamento aromaterápico associado ao da medicina tradicional permite uma integralidade da saúde física, emocional e mental do indivíduo, de forma mais consistente, segura e definitiva.
O uso de óleos essenciais potencializa os resultados desejados, reequilibrando o emocional e físico do seu filho.
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