Depressão: como ajudar um amigo, familiar ou colega?
Esse artigo é sobre Depressão: como ajudar um amigo, familiar ou colega que está com depressão da maneira correta?
Inicio com uma reflexão: O que há de mais devastador na vida de um ser humano do que não ter mais sonhos, enxergar um futuro obscuro, não ter vontade de fazer nada e se sentir incapaz de dominar sua mente, impedindo-a de produzir pensamentos negativos?
Existe um relevante diferencial entre o estado de tristeza e a depressão clínica.
O desânimo da depressão é severo e angustiante. Relatos de quem sofre dessa doença psíquica a descrevem como “viver literalmente no fundo de um poço escuro”, com sentimento de uma profunda e dolorida infelicidade e aflição.
De acordo com os estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é a quarta causa de incapacitação e sofrimento em âmbito mundial.
Infelizmente as estimativas não são em nada animadoras: em breve a depressão ultrapassará as causas de morte por acidentes de trânsito e as decorrentes do tratamento do câncer.
Sou Sandra Silva, Terapeuta Holística com especialização em Psicologia, Saúde Mental e Thetahealing. Boa leitura!
Índice
Como identificar alguém com Depressão?
Definitivamente as características não se limitam a um ou dois sintomas.
As causas são conjuntos de sintomas que envolvem desequilíbrios neuroquímicos, biológicos e genéticos. Alguns são, inclusive, pouco visíveis.
Para identificar alguém com depressão é preciso estar atento, ter algum nível de convivência e ser bom ouvinte.
Ressalto que somente um profissional da saúde tem capacitação para realizar o diagnóstico.
Os sintomas listados pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) são:
- Insônia ou hipersonia;
- Fadiga persistente sem esforço físico;
- Preocupações com culpa;
- Ruminações;
- Humor irritável;
- Dificuldade de concentração;
- Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio;
- Semblante apático;
- Alteração no apetite;
- Agitação ou retardo psicomotor (lentidão na fala ou raciocínio);
- Senso exagerado de responsabilidades pelas adversidades;
- Autopunição;
- Autocobrança e autocrítica exageradas;
- Baixa autoestima;
- Sentimentos de desesperança;
- Autopunição;
- Pouca tolerância aos estresses;
- Dificuldade em lidar com as frustrações.
As circunstâncias do momento, como lidar com o luto, desemprego, mudanças em geral, doenças crônicas, crise no relacionamento e problemas financeiros, por exemplo, podem agravar ou desencadear o quadro depressivo.
Causas e tipos de depressão
As causas podem ser:
- Genéticas: a pessoa herdou um traço genético da doença podendo aparecer em algum momento da vida;
- Bioquímica cerebral: distúrbios nos níveis neurotransmissores e neuroquímicos como dopamina, noradrenalina e serotonina;
- Ambientais: vivências adversas na infância ou situações estressantes podem desencadear comportamento depressivo em pessoas com predisposição genética.
Tipos de depressão:
Conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), os transtornos depressivos classificam-se em:
- Transtorno Disruptivo ou Transtorno de Humor;
- Distimia ou Transtorno Depressivo Persistente;
- Depressão maior;
- Depressão atípica;
- Transtorno Bipolar;
- Transtorno Disfórico Pré-menstrual (TPM).
O que difere entre uma e outra classificação é a gravidade (leve, moderado e grave), a duração, a determinação das causas (genética, bioquímica ou ambiental) e o quadro de sintomas.
Sinais da depressão: análise do comportamento
Indivíduos em estado depressivo são incapazes de sentir prazer mesmo quando praticam atividades que anteriormente apreciavam.
É como se todas as suas ações fossem robotizadas, o fazer por fazer apenas, sem nenhum significado.
São pessoas que não se sentem necessariamente tristes, mas sem vida e com uma sensação de vazio interior indecifrável que as atinge incessantemente.
Insistem, interiormente, em atender as expectativas e parâmetros estabelecidas pelas pessoas de sua convivência ou que vem de fora, como familiares, parceiro amoroso, sociedade, mídia, chefia…
E acabam por gerar uma sobrecarga emocional e muita pressão interna, principalmente quando se veem limitados em suas capacidades.
Se identificou com algum dos sintomas acima?
- Procure ajuda profissional. Agende uma consulta terapêutica comigo e vamos tratar a raiz da sua angústia.
Depressão e suicídio
O transtorno depressivo é um problema de saúde pública em virtude da elevada incidência; é dificilmente reconhecido e, quando diagnosticado, infelizmente muitos são tratados de forma inadequada.
Ora por falta de empatia do profissional da saúde mental, ora por abandono do tratamento por parte do paciente.
A depressão pode levar ao suicídio quando o paciente não recebe a atenção e apoio necessários das pessoas mais próximas.
A ausência de um olhar mais cuidadoso e empático está presente em lares ou ambientes onde prevalece uma grande dificuldade de diálogo e afetividade nos relacionamentos.
A pessoa em estado depressivo se sente sozinha, sem apoio e incapaz de lidar com tudo o que está sentindo, chegando a ferir a si mesmo, como uma tentativa inconsciente de pedir ajuda ou até tentar a morte de fato.
Se você precisa de apoio e acolhimento, saiba que não está só!
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Depressão: frases de apoio e o que evitar
Para amparar uma pessoa deprimida, você pode utilizar frases como:
- “Eu estou com você.”
- “Eu tenho ideia do que você está passando.”
- “Converse comigo, estou aqui para escutar o que você está sentindo.”
- “Juntos vamos encontrar um tratamento que traga sentido para você.”
Evite:
- Se colocar como protagonista da situação do outro: o que serviu para você não necessariamente faz sentido para outras pessoas;
- Não menospreze o que a pessoa está sentindo;
- Não diga que isso vai passar, porque sem tratamento não vai passar;
- Não force a pessoa a reagir, ela se sente sem forças.
Depressão: como ajudar? Gestos de apoio
Muitas pessoas querem ajudar alguém com depressão na família, um amigo ou colega. O primeiro passo é:
Ficar atento a estes gestos:
- Observe o comportamento de quem está ao seu redor;
- Ao menor sinal de suspeita busque saber mais sobre o assunto;
- Coloque-se disponível sem críticas ou julgamentos;
- Escutar é diferente de ouvir: a escuta é interna e empática;
- Mantenha a aproximação;
- Dialogue com a intenção de acolher;
- Sugira o uso dos centros de apoio gratuitos como CVV ou Caps;
- Sugira, aliado ao tratamento neuroquímico, sessões de terapia a fim que a pessoa encontre dentro de si respostas para suas dores.
Buscar ajuda com profissional psiquiatra é essencial para o diagnóstico e ajuste neuroquímico, pois as medicações são temporárias e proporcionam alívio em torno de 40 a 60% dos sintomas, favorecendo, assim, o retorno à convivência social e afazeres do cotidiano.
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Como ajudar um filho com depressão na adolescência?
Em levantamento realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é apontada como a terceira maior doença entre jovens adolescentes e a segunda causa principal de morte de jovens na faixa etária entre 15 e 25 anos no mundo.
Atualmente, especialistas orientam pais a agir na prevenção desde a fase inicial da infância, com o intuito de inserir na rotina das crianças atividades e muita conversa voltadas ao desenvolvimento da sua saúde emocional.
O despertar dessas habilidades fortalecem as crianças, desde cedo, para melhor lidar com as emoções e situações de estresse que irão surgir nas interações com outras pessoas no decorrer de suas vidas.
Segundo Adriana Fóz, pesquisadora do Laboratório Interdisciplinar de Neurociências Clínicas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp):
“Se desde crianças, as pessoas forem capazes de processar, entender e compreender melhor emoções, como tristeza, raiva e medo, elas terão muito mais clareza e condições para lidar com elas e, provavelmente, serão menos afetadas pelo estresse e outros sentimentos.”
Os sintomas mais presentes da depressão e ansiedade na adolescência são:
- Alterações de humor;
- Melancolia;
- Irritabilidade;
- Ausência de entusiasmo;
- Cansaço persistente;
- Problemas com o sono;
- Transtornos alimentares.
Ajudar o jovem com depressão exige que os pais, primeiramente, libertem-se de crenças limitantes como “depressão é fraqueza, depressão é frescura” ou “você tem tudo na vida e deveria ser feliz por isso”, entre outras, como também críticas e julgamentos.
É necessário que estejam abertos à conexão com seu filho, onde possam escutá-lo e acolhê-lo, procurando entender a sua visão de mundo.
Como pais, coloquem-se no lugar de suas fragilidades e vulnerabilidades, principalmente relacionadas ao convívio social, como rejeição ou sofrimentos decorrentes de ataques de bullying, por exemplo.
Além disso, é ideal unir e mobilizar a família em torno do jovem, para que, juntos, todos se apoiem e se fortaleçam nessa causa em busca de um tratamento adequado.
Como ajudar uma pessoa com depressão à distância
Saiba mais sobre a depressão: como ajudar mesmo à distância:
- Procure manter contato constante;
- Interaja com a pessoa demonstrando apoio, seguindo as orientações citadas anteriormente;
- Demonstre interesse em pesquisar junto um tratamento com profissional adequado próximo à sua localização;
- Converse e mobilize as pessoas próximas a ela;
- Indique grupos de apoio e terapias online.
Além de recomendar o CVV, acompanhamento médico, indico também recomendar o apoio terapêutico.
Em meus atendimentos como terapeuta, percebo que a terapia de Regressão, por exemplo, possui excelentes recursos terapêuticos que propiciam o desenrolar desse emaranhado de sentimentos, emoções, sensações e pensamentos aflitivos, com o intuito de acessar e resgatar a força interna do indivíduo e a capacidade de autocura para, juntos – terapeuta e cliente –, investigarem a origem oculta ou crenças limitantes relacionadas aos sofrimentos.
Faz sentido pra você? Agende uma sessão de Terapia online comigo! 🙂