RH humanizado e estratégico: características e práticas indispensáveis!
Neste artigo você vai entender como um RH humanizado e um RH estratégico, são as características necessárias para o futuro da gestão de pessoas.
Segundo estudo realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), SPC Brasil e Sebrae, quase 40% dos colaboradores afirmam que o sucesso profissional é resultado do equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Tendo isso em vista, cada vez mais as empresas têm enxergado os funcionários como indivíduos que possuem uma vida à parte da empresa, com problemas, sonhos e vivências particulares.
Segundo pesquisa “Panorama do bem-estar corporativo” do Gympass de 2022 com mais de 9 mil colaboradores, 77% afirmaram que pensam em deixar uma empresa que não prioriza o bem-estar.
A partir disso, o RH pode ser mais humanizado, desenvolvendo ações focadas no bem-estar e qualidade de vida dos profissionais da empresa.
Junto a isso, o RH também pode ser estratégico, utilizando dados e tecnologia para desenvolver essas ações de maneira mais assertiva.
Continue neste artigo e saiba mais sobre o assunto!
Sou Rodrigo Roncaglio, CEO do Guia da Alma – a solução completa para a Saúde Mental no trabalho. Boa leitura!
Índice
Tipos de Recursos Humanos: o que é o RH humanizado
Quando surgiu o RH humanizado?
Contextualizando historicamente, pode-se dizer que até a Revolução Industrial as pessoas trabalhavam em condições precárias, chegando a ter um expediente com mais de 14h diárias e salários baixos, que não correspondiam à carga horária imposta.
O que pode-se chamar de RH, neste período, tinha apenas uma função burocrática dentro da empresa.
No século XX, em 1914, a partir do sistema fordista, modificaram-se as condições dos trabalhadores, assim como a carga horária, que foi minimizada para 8h diárias, remuneradas por cinco dólares.
Contudo, os profissionais, dentro da empresa, ainda eram vistos como números. Uma visão humanizada em relação aos trabalhadores ainda não havia entrado em voga.
Foi apenas em 1943 que o Brasil começou a estipular condições mais dignas de trabalho nas empresas, a partir da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), referente aos direitos do trabalho e direitos processuais do trabalho.
O setor de RH, até início do século XXI, possuía uma função puramente burocrática, focada em tarefas específicas, como controle de ponto, admissões, demissões, entre outros.
É apenas em 2011 que tudo muda: é apresentado, na Alemanha, durante uma feira de negócios, o RH 4.0.
Nesse momento surge uma nova concepção de RH, com uma função mais estratégica dentro das instituições, visando o aumento da motivação, produtividade e engajamento dos colaboradores em suas áreas de atuação.
É neste momento que começa a se desenvolver um setor de Recursos Humanos humanizado.
O recrutamento e seleção humanizado busca enxergar os colaboradores de forma completa: levando em conta as suas necessidades, problemas e ambições.
Dessa forma, a relação entre empresa e trabalhador torna-se mais estreita, onde os aspectos da vida pessoal do contratado também são levadas em consideração.
Nessa perspectiva, o profissional não é visto como apenas mais um número dentro da empresa, mas como um indivíduo completo, de forma humana.
Quais são as consequências dessa abordagem?
Os números falam por si só: segundo estudo realizado pela Net Impact-Rutgers University, quase 90% dos trabalhadores acreditam que o ambiente de trabalho saudável, levando em conta os acontecimentos de sua vida pessoal, os deixam mais engajados, motivados e felizes no trabalho.
Agora, por sua vez, surge uma nova fase na história dos Recursos Humanos: o rh 5.0, o RH humanizado na era digital. O que é isso?
Nesse cenário, o RH preza por uma gestão estratégica em recursos humanos pautada nas tecnologias para criar modelos de cooperação e bem-estar dentro das empresas.
Ou seja: enquanto o rh 4.0 busca, a partir da transformação digital, otimizar processos por meio de ferramentas virtuais, o rh 5.0 procura humanizar esse setor através da união das tecnologias com metodologias inovadoras.
Nessa nova fase, podemos enfatizar algumas características, como:
- Flexibilidade de horário no trabalho;
- Ambiente inovador;
- Plano de desenvolvimento de carreira;
- Otimização, automação e digitalização de processos;
- Maior engajamento dos colaboradores;
- Programas de saúde mental;
- Criação da jornada de experiência do colaborador;
- Entre outros.
Pode-se dizer, portanto, que essa nova abordagem é a base de gestão de pessoas do rh do futuro.
E o que é um RH estratégico nas organizações?
Podemos conceitualizar um RH estratégico como um modelo que visa otimizar os processos e decisões com o uso de tecnologia, ajudando no crescimento e rentabilidade da empresa.
No RH 3.0 é dado início a uma etapa de digitalização, sendo introduzidas soluções para facilitar a rotina de remuneração e as primeiras métricas de desempenho. No RH 4.0, também chamado de RH tecnológico e RH Ágil, a tecnologia ganhou mais força e espaço.
Mas agora, no RH 5.0, falamos em um RH mais estratégico, com temas como People Analytics e Inteligência Artificial para tomada de decisões e para criar soluções focadas nas necessidades de colaboradores e empresa.
Como ser um RH estratégico?
Inicialmente, deve-se conhecer profundamente a cultura organizacional da empresa e seus propósitos em todas as áreas.
Nesse momento, é possível pensar em ações de RH estratégico para valorizar o público interno da empresa, visando a redução do impacto nas despesas da organização.
A missão do RH estratégico é, portanto, encontrar um caminho do meio entre a estratégia do Recursos Humanos e o colaborador. Como afirma Milton Marinho, professor do IPOG e especialista em Análise e Diagnóstico Organizacional:
“Quando a gente vem humano demais, a empresa não vê sustentação.
Então a gente acaba se perdendo no caminho, porque começa a fazer curso de estratégia, curso de gestão e vai se dissociando do lado humano.”
O caminho do meio opta por valorizar os colaboradores, ao mesmo tempo que lida com resultados e números, porque o RH é importante para a sustentação da empresa, sendo vital para o desenvolvimento sadio e motivado das instituições.
Outro ponto importante é conhecer os principais gargalos a serem melhorados na gestão de pessoas, bem como, as métricas desse setor. Mais a frente darei dicas sobre isso!
Benefícios: por que um RH humanizado é também um RH estratégico?
Como dito anteriormente, dentro de uma empresa deve-se encontrar o caminho do meio, ou seja: trazer as ações de um RH estratégico para valorizar, de forma humanizada, o público interno da empresa.
Segundo pesquisa realizada pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), da USP, um RH humanizado não impacta apenas no desempenho do time de colaboradores, mas, também, na satisfação dos clientes, elevando o bem-estar dos trabalhadores em até 225% e o dos clientes em até 240%.
Ainda de acordo com a pesquisa, a rentabilidade, para as empresas que prezam por um RH humanizado, subiu mais que o dobro em relação às outras instituições.
Outros benefícios gerados pelo RH humanizado:
- Aumenta a motivação, produtividade e engajamento dos colaboradores;
- Melhora o clima organizacional da empresa;
- Atrai e retém talentos;
- Diminui a rotatividade;
- Permite uma comunicação mais clara e direta;
- Fortalece a marca empregadora;
- Diminui índices de absenteísmo no trabalho;
- Reduz acidentes de trabalho e afastamentos por licença médica;
- Proporciona a manutenção da saúde mental dos colaboradores;
- Entre outros.
Características: RH humanizado e estratégico x RH tradicional
O RH humanizado e estratégico enxerga o colaborador como um ser humano que, tendo uma vida pessoal para além da empresa, pode cometer erros como qualquer pessoa.
Veja outras características de um RH humanizado:
- Escuta ativa, priorizando a voz do colaborador;
- Preocupação com a qualidade de vida e bem-estar do colaborador;
- Reconhecimento profissional;
- Visão estratégica: considera em suas decisões vários aspectos, não apenas situações pontuais;
- Treinamento de lideranças para construir uma equipe de gestores apta a sustentar a humanização dos processos;
- Clima organizacional positivo;
- Promoção da criatividade, redução dos processos burocráticos e investimento em comunicação informal;
- Entre outros.
Recursos Humanos: exemplos e ações de humanização e estratégia!
Qual deve ser o planejamento estratégico de recursos humanos para tornar o setor mais humanizado?
Para que isso ocorra, o RH deve proporcionar, para a equipe de colaboradores, um ambiente que valoriza o lado humano do trabalhador, com investimentos no bem-estar físico e mental, criando um clima organizacional de acolhimento e segurança.
A partir disso, é possível ter um clima positivo que foge de cobranças excessivas, estresse exacerbado e assédio moral.
Veja, abaixo, algumas práticas pertinentes para serem aplicadas no cotidiano do setor de Recursos Humanos estratégico:
Ter um canal de escuta ativa
É importante abrir canais de comunicação-não violenta, prezando por bons relacionamento e ausência de conflitos.
Para isso, o RH deve proporcionar um ambiente em que todos os colaboradores sintam-se igualmente importantes e possam, também, dar feedbacks, além de recebê-los, assim como expor críticas, desconfortos ou sugestões.
Um diálogo humanizado possui uma comunicação aberta, objetiva e com escuta ativa.
Além disso, estimular a comunicação entre as equipes é muito importante: seja através de treinamentos ou eventos de confraternização, as áreas devem manter-se em sinergia, para que a empresa como um todo possa prosperar.
Valorizar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional
A vida pessoal impacta diretamente no trabalho. É preciso que o RH entenda as necessidades individuais de cada colaborador.
Veja algumas dicas:
- Não sobrecarregue o colaborador com acúmulo de horas extras;
- Estabeleça políticas claras quanto à remuneração e tempo máximo de trabalho, de acordo com a legislação;
- Permita horários de trabalho mais flexíveis;
- Ofereça oportunidade de home office;
- Entre outros.
Investir no crescimento do colaborador
O crescimento da empresa não pode ser dissociado do crescimento individual dos colaboradores.
Tendo isso em vista, é interessante oferecer oportunidades de desenvolvimento para a equipe, como:
- Programa de treinamentos;
- Formação superior;
- Cursos de especialização;
- Encontros profissionais e acadêmicos;
- Programas de subsídios;
- Horário de expediente mais flexível enquanto realizam cursos;
- Entre outros.
Conhecer suas métricas
People Analytics é o novo caminho que une humanização e tecnologia: você utiliza dados para criar ações que vão melhorar o dia a dia de todos na empresa.
Você pode medir com frequência o clima organizacional, realizar eNPs, dentre outros.
Um exemplo que praticamos aqui no Guia da Alma com nossos clientes, é o DASS-21: teste que mede o nível de saúde mental da equipe para, a partir disso, tomar decisões do que será necessário fazer para manter o bem-estar da equipe em dia.
Treinar as lideranças
A relação entre líder e liderado merece atenção especial nas empresas, por ser, em grande medida, um dos desafios dos Recursos Humanos.
O treinamento das lideranças promove um ambiente propenso a receber e dar feedbacks mais precisos e eficientes, capaz de potencializar as habilidades e qualidades do time de colaboradores.
A partir disso, o líder precisa investir na autonomia dos profissionais para que possam propor soluções para os gargalos que surgem, sem se sentirem intimidados.
Isso, muitas vezes, só é possível a partir do treinamento de líderes e gestores, para que possam agir de forma assertiva, valorizando o capital humano da empresa.
Criar um clima organizacional saudável
Um passo primordial na construção de um RH humanizado é o cuidado com a saúde física e mental dos colaboradores. Algumas formas de praticar esse cuidado são:
- Analisar o time através de feedbacks, pesquisas de clima e indicadores de RH estratégico;
- Conversar com colaboradores para entender índices altos de rotatividade, absenteísmo e atrasos;
- Investir nos relacionamentos interpessoais, melhorando os canais de comunicação das lideranças;
- Proporcionar um ambiente de trabalho confortável: podem ser oferecidos auxílios home office, para investimento no escritório domiciliar;
- Promover reuniões para orientações e confraternizações;
- Entre outros.
Investir em benefícios para os colaboradores
Antes de mais nada, o gestor deve entender as necessidades do seu time de colaboradores, para investir pontualmente em ações de benefícios que sejam interessantes para todos.
A partir disso, podem ser criadas políticas de incentivo e cuidado com a saúde mental e física dos colaboradores.
Segundo pesquisa realizada pela Catho, site brasileiro de classificados de empregos, 40% dos trabalhadores colocam o pacote de benefícios corporativos como uma das ações fundamentais para suscitar o engajamento.
Além disso, o relatório intitulado “Tendências Globais de Capital Humano” da Deloitte, mostrou que 61% dos profissionais confirmam que programas de saúde corporativa e bem-estar nas empresas aumentam a produtividade e resultados financeiros.
Quer ajuda para implementar um RH mais humano em sua empresa? O Guia da Alma pode te ajudar.
O Guia da Alma oferece soluções em saúde mental para a sua empresa:
- Plataforma de terapia complementar online;
- Mapeamento de saúde mental;
- Práticas de descompressão e palestras para a equipe;
- Dados para o RH;
- E mais!
Vamos juntos?