O que é Comunicação não violenta e como praticar?
Buscando dicas de como praticar a Comunicação Não-violenta no trabalho e na vida? Fica comigo nesse artigo!
Uma das iniciativas em nosso processo de autoconhecimento é voltarmos a nossa observação para identificar e separar aquilo que é nosso e aquilo que não é: pensamentos, emoções, crenças…
Muitas vezes estamos empenhados em entregar resultados comportamentais nos encaixando em padrões que não tem nada a ver conosco para assim agradar mais e atender as expectativas que não são nossas.
Nesta perspectiva, a Comunicação não Violenta destaca um ótimo começo para estarmos mais presentes, identificar o que desejamos além dos padrões impostos e apresenta-nos o poder de escolha por meio de uma rota que vai de onde estamos agora – o que está vivo em mim? – até para onde queremos chegar.
O ponto de partida é autoanálise e a percepção e identificação do que estou sentindo e como reajo. E estar num autêntico estado de presença e consciência, para então escolher como vou me expressar a partir disto: com hostilidade ou com amorosidade.
Por mais empatia no dia a dia, por mais relações saudáveis e ganhos em bem-estar, dedico este texto a todos aqueles que estão abertos a se conectarem com a linguagem do coração, a linguagem do amor: a Comunicação Não Violenta.
Se você se interessou em saber mais, veja abaixo o que eu preparei para te aproximar da Linguagem do coração.
Índice
O que é Comunicação não violenta (CNV)?
É uma jornada de aperfeiçoamento pessoal voltada a ampliar a conexão empática consigo e também com o outro, criando oportunidades de exercitarmos o respeito, a honestidade, a compaixão e muitos outros valores que criam uma atmosfera mais leve e agregadora e que impacta positivamente no coletivo.
Pode ser considerada uma metodologia estruturada pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg:
“A Comunicação Não Violenta é um modo de ser, de pensar e de viver. Seu propósito é inspirar conexões sinceras entre as pessoas de maneira que as necessidades de todas sejam atendidas, por meio da doação compassiva. Podemos dizer que a CNV é o idioma da compaixão, mas na verdade, ela é uma linguagem da vida na qual a compaixão surge naturalmente, já que está naturalmente em nossa essência.” Marshall Rosenberg
Marshall afirma que:
“Estou interessado na prendizagem motivada pela reverência pela vida, motivada pelo desejo de adquirir competências, de aprender coisas novas que nos ajudem a contribuir para o nosso próprio bem-estar e o dos outros. E o que me enche de tristeza é a aprendizagem que é motivada pela coerção.” – Marshall Rosenberg
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Os benefícios de praticar a CNV
- A comunicação é mais clara e honesta, fortalecendo vínculos entre as pessoas com mais empatia.
- Desenvolve a sensibilidade para enxergarmos além das palavras e do modo como são ditas (comportamentos).
- Expande a inteligência emocional.
- Reduz conflitos e conversas hostis.
- Promove genuína conexão entre os indivíduos, e a empatia
- Melhora a forma de dar e receber feedbacks construtivos
- Na mediação de conflitos essa abordagem tem-se mostrado muito útil nas esferas familiares, entre casais, amigos, ambientes corporativos e também, em conflitos políticos, religiosos e jurídicos.
- Pode-se acrescentar uma lista bem maior de benefícios, visto que ocorrem desdobramentos das percepções pessoais quando elas estão na perspectiva integrativa.
- Surgindo a intenção de integrar e aproximar, um novo olhar, sob as lentes da empatia, enxerga o caminho possível: os quatro passos ou componentes para praticar a comunicação não violenta.
Componentes da CNV de Marshall Rosenberg
Reduzir a Comunicação Não Violenta aos seus quatro componentes é como reduzir o oceano a um rio que corre para uma direção apenas.
Quando a linguagem do amor transborda, ela se espalha por muitas direções e não temos nem condições de mensurar tudo de bom que essa onda pode deixar por onde ela passa já que de alguma forma podemos aprender a enxergar os sentimentos e as necessidades que estão por trás de um comportamento hostil.
Assim, com mais clareza podemos escolher como reagir com mais pacificamente ou não.
A comunicação violenta não impõe nada, aponta caminhos. E diante de uma situação de conflito onde acusações, julgamentos e insultos são dirigidos a nós, na perspectiva da CNV temos o poder da escolha a partir de estarmos com atenção e presença no momento presente.
Mas certamente os quatro passos (componentes) estruturam e objetivam uma comunicação que foca em conexões mais autênticas, amorosas, considerando a aplicação de melhores soluções para todos os envolvidos. São eles:
1. Observação sem julgamento ou avaliação
“A CNV não nos obriga a permanecermos completamente objetivos e a nos abstermos de avaliar. Ela apenas requer que mantenhamos a separação entre nossas observações e nossas avaliações”. Marshall Rosenberg
2. Identificar e expressar os sentimentos
Sentimentos são os mensageiros que indicam se as nossas necessidades foram satisfeitas ou não.
“O que os outros fazem pode ser o estímulo para nossos sentimentos, mas não a causa”. Marshall Rosenberg
3. Identificar e expressar as necessidades
As necessidades podem ser compreendidas como valores ou princípios relevantes para todos os seres humanos, como por exemplo: igualdade, liberdade, afeto, compreensão, alimento.
Em outras palavras, necessidades nomeiam aquilo que compõe o nosso bem estar integral: físico, mental, emocional, social e espiritual.
Marshall afirma que, “por trás de todo sentimento, existe uma necessidade atendida ou não”.
4. Fazer pedidos que enriqueçam a vida
O que gostaríamos de pedir a nós ou aos outros que enriquece a vida?
Devemos ficar atentos (as) para que nossos pedidos sejam claros e para que não cheguem ao outro como sendo uma exigência ou uma ordem.
“Formular pedidos em linguagem clara, positiva e de ações concretas revela o que realmente queremos”. Marshall Rosenberg
Bibliografia: Comunicação não violenta. Marshal Rosenberg | Apostila autoral: aplicações da Comunicação não Violenta na Educação | Jogo Sentimentos e necessidades GROK
Vivendo a comunicação não violenta: como praticar no dia a dia?
Trocando as reações automáticas por respostas mais conscientes. Mais clareza naquilo que estamos observando, sentindo e desejando.
A rota com os quatro passos nos convida a esta jornada de autoconhecimento, que se desdobra em vínculos interpessoais pacíficos e agregadores de valores humanos universais.
1. Acolher a escuta de si
O primeiro passo é estarmos presentes, colocando a nossa atenção naquilo que se apresenta, não no passado e nem no futuro, mas no agora.
Agora, o que observo nesta situação?
Posso olhar para o fato e buscar dentro de mim aquilo que está vivo, ou seja, aquilo que sinto em relação a esta situação me traz pistas para buscar também a identificação das minhas necessidades, e se foram atendidas ou não, e formular um pedido claro e autêntico.
Autêntico, pois veio de um lugar dentro de mim, está vivo em mim e eu reconheço honestamente.
2. Oferecer escuta
Este script nos propõe abertura para conexões mais empáticas e assim acolhemos (colocando a sincera intenção) também o que está vivo no outro, ouvindo-o, estando presente, oferecendo a escuta empática.
Duas partes importantes para a CNV:
- EXPRESSAR HONESTAMENTE aquilo que estamos sentindo e necessitando;
- RECEBER EMPATICAMENTE aquilo a outra pessoa sente e necessita.
3. Estar atento(a) aos obstáculos e impedimentos da conexão genuína:
- Consolar;
- Tirar o protagonismo do outro;
- Aconselhar;
- Corrigir;
- Vitimizar-se.
4. Praticar o estado de presença
“Pratique por três minutos, três vezes ao dia. Três minutos de escuta a si mesmo, sem julgamentos nem recriminações, sem conselhos, sem busca de soluções. Três minutos dedicados a você e não a seus projetos ou suas preocupações. Três minutos para se conectar consigo mesmo. É dessa qualidade de presença em relação a si mesmo que poderá nascer à qualidade de presença para o outro”.
Thomas D’ Ansembourg
5. Retirar julgamentos
Evite misturar o que podemos ver com aquilo que é nossa opinião.
Isso limita a nossa percepção da TOTALIDADE do ser de outra pessoa, mesmo para rótulos positivos.
“A forma mais elevada da inteligência humana é a capacidade de observar sem julgar.” – Jiddu Krishnamurti
6. Aprofundar seu conhecimento em CNV
A CNV é uma técnica muito linda, capaz de evitar conflitos e melhorar relações, porém requer prática para ser uma realidade em nossas vidas.
Agora que você conheceu um pouco sobre a Comunicação Não Violenta, percebeu que é possível praticá-la, gostaria de se aproximar ainda mais desta jornada?
Vem, vamos caminhar juntos (as)!
A CNV é um caminho possível. Uma aprendizagem necessária.
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