Brahmacharya: a visão do Yoga sobre a sexualidade!
Hoje vamos falar de Brahmacharya e a visão do Yoga sobre a sexualidade!
Praticantes ou não de Yoga, todos sabemos que a energia sexual é algo existente em qualquer ser humano, é um fato.
Os próprios grandes nomes da psicologia como Freud e Reich se debruçaram no tema a fim de entender a psique.
Na sociedade em que vivemos, músicas, a moda e a mídia exploram o assunto de diversas formas e por meio de muitas mensagens.
É um tema que está em tudo, desde a moda, propagandas, filme e novelas. Crianças e adolescentes são superexpostos desde cedo a esse assunto e os adultos, muitas vezes, não sabem lidar com isso.
Falar sobre sexualidade ainda é um grande tabu em nossa sociedade e muitas vezes um assunto deturpado.
Índice
Brahmacharya e Yamas: preceitos éticos do Yoga
No Yoga, a energia sexual também foi tratada dentro dos preceitos éticos chamados Yamas, descritos nos Yoga Sutras de Patanjali.
Nestes textos antigos e muito respeitados na cultura do Yoga, ele mostra 8 passos para se alcançar o Samadhi. Isto é, nada mais, nada menos que a Iluminação, o conhecimento da nossa real natureza e missão neste mundo. O nível mais alto da autorrealização de um indivíduo.
Os Yamas tratam de como precisamos nos comportar para viver com leveza e paz na sociedade.
Já falei aqui no Guia da Alma sobre os Yamas:
Hoje vamos entender como o sexo se relaciona com a nossa busca pela nossa verdade. É momento de estudarmos juntos Brahmacharya, o Yama que trata sobre esta energia sexual presente em nossas vidas. Você está pronto(a)?
Pratique Yoga!
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Brahmacharya: a verdade essencial
Brahmacharya é uma palavra na língua antiga e respeitada do Yoga, falada há milênios na Índia, o sânscrito.
“Char” significa mover-se e “Brahma”, verdade essencial.
Veja que interessante o significado, pois desperta em nós o entendimento de viver trilhando um caminho de autoconhecimento.
Porém, a forma como lidamos com o sexo e suas mensagens, o culto a ele por meio do corpo e da moda e a sua supervalorização nos distanciam dessa intenção.
Não que ele não tenha papel importante entre os seres humanos e a formação de uma família, no entanto, é exaltado de forma exagerada muitas vezes.
Como praticar Brahmacharya
No universo da religião e busca do autoconhecimento, há quem defenda a abstinência sexual. Por isso, muitos monges e padres tornam-se celibatários para direcionar sua energia para outras finalidades como o estudo e orações e mantras.
Mas, e as pessoas comuns, que desejam constituir família e ter um companheiro (a) na sua jornada? Bom, há como se relacionar usando este Yama em prol de você e sua relação.
E isto começa pela percepção do termo Brahmacharya e a busca por uma consciência ampliada.
Construindo relacionamentos evolutivos
A conduta que o leva a sua verdade essencial seria baseada em sentimentos de luxúria, excessos e falta de compromisso em questões sexuais e materiais?
Ou seria fundada com base no respeito próprio, respeito com seu corpo, o outro e com a intimidade?
Em alguns textos, Brahmacharya é citado como “estímulo para formarmos relacionamentos que nos conduzam a uma verdade mais nobre”.
Afinal, em uma relação, geralmente algo que não gostamos ou não sabemos lidar com o outro, são caminhos que podem nos levar a entender nossas próprias sombras.
Como não possuímos a habilidade de enxergar a nós mesmos com clareza, o outro é um verdadeiro mestre quando estamos abertos.
Alguns afirmam que Brahmacharya aborda sobre a necessidade de abster nossos sentidos a fim de que os mesmos não sirvam apenas a questões mundanas. Isto é, o desapego e desejos materiais.
Seria a busca por mais disciplina, nos liberando dos desejos carnais. Assim, evitaríamos que a mente e os sentidos se excedessem com atividades menos importantes que a busca do autoconhecimento e a iluminação.
Ativando a energia Kundaliní
No Yoga há uma confusão em relação à energia Kundaliní, pois referem-se a ela como uma energia sexual. No entanto, confundem o local onde existe uma energia espiritual adormecida (na base da coluna) com a qualidade de uma energia.
O que, na verdade, tem relação com sexual é a sua localização. A energia Kundaliní quando despertada traz sentimentos de compaixão, serenidade, unidade e plenitude. E se pensarmos bem, seriam estes sentimentos que uma união carnal deveria trazer!
Sou instrutora de Tantra Yoga, porém até nisso há uma confusão: muitas pessoas relacionam o Tantra Yoga com algo sexual. Porém, há duas vertentes!
Uma (oriental) que estuda e desenvolve seus estudos sobre o tema das glândulas endócrinas e a Biopsicologia. E outra (ocidental), que se debruça na sexualidade.
Enfim, nem no Yoga, nem fora dele, o tema sexo precisaria ser um problema se não déssemos tanta importância a isso. O grosseiro e o sutil são formas de viver a vida neste mundo. E em tudo o que fazemos depende de nós ter uma intenção e atitude mais amorosa e pura, inclusive na sexualidade.
Aos poucos, podemos dar lugar a atividades básicas como se alimentar, se vestir, trabalhar e se relacionar sexualmente de maneira mais enriquecedora, com amor, respeito, limites e em conexão com o divino dentro de nós.
Pratique Yoga!
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