As Ordens do Amor na Constelação Familiar ♡ A Inclusão
A Constelação Familiar é uma terapia que tem como base 3 Ordens do Amor, que regem nossas vidas e relações através das gerações. Quando uma destas Ordens está em desequilíbrio, o sistema familiar sofre com isto!
Este artigo é o primeiro de uma série sobre cada uma destas ordens, e como podemos equilibrá-las em nossa vida. Boa leitura!
Eu sou o Guilherme Barcellos Carlos de Souza, Sangoma Thokoza, terapeuta e formador em Constelação Familiar Xamânica, Mestre em Spiritual Psychology.
Índice
- Bert Hellinger: pai das Constelações Familiares
- As Ordens do Amor ≈ Inclusão de Todos
- “Todo mundo que pertence, da maneira que for, tem o mesmo direito de pertencer!”
- A consciência dos grupos
- Caso real de reequilíbrio através da Ordem da Inclusão
- Inclusão de Todos na Sociedade!
- Como podemos praticar a Ordem do Amor da Inclusão?
- Aquele que fez um grande bem ou grande mal a alguém de nossa família também precisa ser incluído. Ele também faz parte.
- A Constelação Familiar Xamânica
Bert Hellinger: pai das Constelações Familiares
O criador das Constelações Familiares, Bert Hellinger, estudou Teosofia, Filosofia e Educação. Foi padre, professor e diretor da rede de escolas públicas da África do Sul.
Se tornou Gestalt terapeuta, psicanalista, terapeuta primal, corporal e de dinâmicas de grupo, analista transacional, terapeuta familiar e hipnoterapeuta.
Hoje, com mais de 90 anos, Hellinger já escreveu 84 livros e difundiu as 3 Ordens do Amor que regem os grupos humanos:
- Inclusão: que falaremos neste artigo!
- Hierarquia: a ordem cronológica sistêmica
- Equilíbrio: entre dar e receber nas relações
Leia também meu artigo sobre Constelação Familiar Xamânica para entender mais esta terapia e filosofia.
As Ordens do Amor ≈ Inclusão de Todos
“Todo mundo que pertence, da maneira que for, tem o mesmo direito de pertencer!”
Bert Hellinger, menciona isso como a mais importante regra sistêmica: Inclusão de Todos. Também chamada de Lei do Pertencimento, ou de Pertinência.
Um conceito reforçado pelos anos convividos com os Zulus na África do Sul: Ubuntu (eu sou eu porque nós somos nós) e muito semelhante às culturas nativas da América: Mitakuye Oyasin (para, por e com todas as relações).
A inclusão é reverenciada por budistas, hinduístas, muçulmanos, judeus… Foi praticada por Jesus de forma radical: ele incluía todos, especialmente os degredados pela sociedade de seu tempo. Ensinou: “Ame seu vizinho como a você mesmo.”
A Lei da Inclusão precisa ser seguida ou as consequências podem ser desastrosas, pois a consciência familiar exige reparação quando uma das 3 Leis do Amor é quebrada.
A consciência dos grupos
Cada família ou grupo de pessoas (de uma empresa, por exemplo) têm uma consciência maior do que a dos indivíduos integrantes. A consciência grupal não permite exclusões e exige que os excluídos sejam lembrados e acolhidos com bons olhos.
Muitas doenças e desarmonias estão a serviço do sistema familiar, chamando a atenção para alguém que foi excluído.
Pode ser um aborto, uma criança que morreu tragicamente, um parente abusivo, um familiar com problemas mentais ou alcoolismo, etc. Se os membros da família tentam esquecer de um membro, alguém sofrerá.
A consciência familiar comandará o inconsciente de alguém do sistema a desenvolver uma doença, sentimentos ou comportamentos inadequados até que a exclusão original seja solucionada – às vezes algumas gerações depois.
Quando essa inclusão é refeita os sintomas, desconfortos, medos e doenças desaparecem, pois cumpriram sua função: alertar para a exclusão.
Caso real de reequilíbrio através da Ordem da Inclusão
Em uma sessão, o cliente procurava solução para suas dores lombares. Depois de procurar vários especialistas e não encontrar o porquê das dores, já que não havia nada de errado com o corpo ou sistema nervoso, ele se cansou dos analgésicos a base de ópio e procurou ajuda pela internet.
Fizemos uma sessão de Constelação Familiar online. Nos centramos, abrimos nossa intuição para o campo do cliente e colocamos em cima da mesa uma peça para representar o “cliente” e outra para as “dores”.
Durante uma consulta de Constelação Sistêmica, percebemos, através de peças*, o campo das pessoas ou coisas que elas representam.
O “cliente” estava totalmente concentrado em “dores”, mas as “dores” não notavam a presença do “cliente” e prestavam atenção a um ponto no passado, chamando pela mãe.
Quando uma peça para representar a “mãe” foi colocada junto da mesa com as outras, o “cliente” se virou para ela com a pergunta: “Cadê o meu irmão?” Foi um choque para ele, eu vi a reação pela tela enquanto ele exclamava: “Eu sou filho único!”
Será? A frase vibrava em minha consciência. “Cadê meu irmão?”. Expliquei que, às vezes, não sabemos tudo sobre nossa família. Às vezes, fatos dolorosos são encobertos para evitar sofrimento. Não se fala nisso e se tenta esquecer.
Ele entendeu, colocamos uma peça para “irmão” e sentimos a necessidade de outras frases: “Você pertence. Eu te dou um lugar em meu coração. Você é meu irmão.” Do outro lado do país ele repetiu essas frases com emoção forte e lágrimas. Depois disso se sentiu bem leve, alegre e sem dor.
Algumas semanas depois ele gentilmente me contatou para dizer que já não tomava analgésicos e que sua mãe confirmara o aborto espontâneo que sofreu antes dele.
Um óvulo fecundado já tem alma, já é uma criatura viva e o sistema encontra uma maneira de assegurar o pertencimento de todos. Mesmo que alguém só tenha vivido poucas semanas dentro da mãe, um feto tem direito de permanecer lembrado pela família. Inclusão refeita seguindo as Ordens do Amor, os sintomas desaparecem.
*Além de peças, na Constelação Familiar também podem ser usados outros objetos, pessoas para representar ou até mesmo animais. Tudo depende do tipo de sessão (online, presencial, individual ou em grupo) e do método de trabalho do Constelador.
Inclusão de Todos na Sociedade!
Ah, que sonho lindo sonhar com a inclusão de todos! Vemos os benefícios em nós mesmos e em outras pessoas quando esta Ordem do Amor é respeitada.
Assim trabalhamos, promovendo tolerância e perdão, aceitação e concórdia dentro dos sistemas familiares e empresas. Curando o mundo, um coração de cada vez!
Educando para a inclusão dos mais de 7,6 bilhões de humanos, com compaixão, respeito, dignidade, paz, harmonia, amor, verdade e justiça. Educar é preciso.
As implicações da quebra desta Ordem do Amor na humanidade são observadas de várias maneiras. As exclusões sociais, econômicas, religiosas, raciais e de gênero. As guerras, consumismo, egoísmo, violência… fazemos o contrário do que é a lei maior, aprisionamos os que mais precisam de inclusão, isso vai contra as Ordens do Amor!
Não tenho nenhuma pretensão aqui de tentar achar solução para o sistema judiciário e prisional, mas acredito na força e integridade de uma outra forma de lidar com os malfeitores que aprendi com Credo Mutwa: um xamã zulu e com um documentário filmado há poucos anos numa tribo Zulu que mostra como eles lidaram com o roubo de uma cabra. Vamos conhecer a história?
Muitos desconfiaram que certo jovem havia roubado a cabra, mas ele não confessava. Formaram uma roda em torno dele, cada pessoa elogiando as virtudes e relembrando os bons momentos que o jovem havia proporcionado. Ele não aguentou tanto amor, confessou que havia roubado e comido o animal com outros amigos e ainda se propôs a trabalhar para recompensar a cabra roubada. Isso é o que ganhamos com a inclusão, verdade e harmonia.
Como podemos praticar a Ordem do Amor da Inclusão?
Evitando o ‘vácuo’ da internet do celular ao compartilhar uma refeição com alguém. Olhando nos olhos, cumprimentando, abraçando, elogiando, agradecendo, reconhecendo, valorizando, sendo gentil e tratando todos com respeito, especialmente os diferentes e os maus.
Aquele que fez um grande bem ou grande mal a alguém de nossa família também precisa ser incluído. Ele também faz parte.
Esta frase de Hellinger parece ter se inspirado nos exemplos de Gandhi, que ajudou a independência da Índia com a não-violência.
Dalai Lama que está a 60 anos no exílio forçado, pesquisando e escrevendo sobre alegria, felicidade, liberdade, ética, sabedoria… e pedindo paz e compaixão dos tibetanos aos chineses, que o expulsaram da sua terra natal.
Cristo que, morrendo na cruz disse: “Perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” Estes são exemplos de enormes inclusões, de gente que aceita a vida como ela é e deixa como seus melhores ensinamentos, a sua própria vida.
A Constelação Familiar Xamânica
Durante nosso trabalho de Constelação Familiar Xamânica, eu e a terapeuta Iana Moreira Barcellos, também incluímos nossos Animais de Poder. Todos estamos conectados e recebemos os dons de alguns animais.
Durante uma jornada guiada pelo tambor, uma aranha me ‘telepatizou’, enviando a seguinte mensagem: “Nós também somos família, você deve nos colocar nas Constelações.”
Foi então que começamos nossos grupos com a Jornada Xamânica cujo propósito é encontrar, sentir e dialogar com estes seres que são nossos aliados do inconsciente.
Eles podem nos ajudar a restaurar a saúde e a harmonia aos membros da família através do restabelecimento do fluxo de amor.
Na floresta onde vivemos tudo é incluído. Cada centímetro tem vida, vários tipos de vida, que compartilham o mesmo espaço. É aqui que subimos a montanha para realizar a Busca de Visão. O ritual xamânico que mais funciona como terapia.
No silêncio inclusivo vemos nossas sombras e encontramos nossa essência por trás de todo condicionamento imposto por nossa família e cultura.
Vamos praticar a Inclusão na sua vida e nas suas relações?
Agende uma sessão de Constelação Familiar!
Terapeutas Guia da Alma estão te esperando!