Leitura de Tarot: significado terapêutico (escolha uma carta!)

Carta 1, 2 ou 3? Entenda a mensagem do Tarot como uma ferramenta de autoconhecimento.
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Terapeuta Certificado
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Sabia que a Leitura de Tarot é um excelente instrumento de autoconhecimento e tem relação direta com o inconsciente coletivo?

Neste artigo eu te conto tudo sobre a Leitura de Tarot terapêutico e seu significado para a psicoterapia.

No fim do texto também deixei uma dinâmica pra você escolher uma carta e saber o significado! Boa leitura!


 Leitura de Tarot como ferramenta de autoconhecimento

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Foto: Cristian Blázquez Martínez – istock

Os últimos dois séculos nos proporcionaram um incrível avanço científico e todos os confortos do progresso tecnológico, modificando rapidamente nossa maneira de viver, produzir e nos relacionar.

Porém, a velocidade dessas mudanças acabou privilegiando o aspecto prático das nossas vidas em detrimento da nossa saúde emocional, mental, espiritual e até mesmo física.

Como resultado, observamos um aumento expressivo de transtornos como a ansiedade e a depressão, bem como dores emocionais causadas pela dúvida, falta de propósito, insegurança, tristeza, estresse, sobrecarga de informações e autocobranças.

É nesse contexto que as terapias e saberes multimilenares como a astrologia, acupuntura, essências florais, cromoterapia, entre outras, já deixaram de ser consideradas mera crendice para ocuparem um lugar relevante na cultura atual.

Até mesmo a medicina tradicional já admite (embora tenha ainda suas restrições) os efeitos benéficos das chamadas “terapias alternativas” – praticadas de forma séria e responsável — como coadjuvante na manutenção da saúde física, mental e emocional do ser humano, atendendo a uma demanda contemporânea que não se restringe a cura física.

As técnicas alternativas voltam-se para a recuperação e manutenção do bem-estar e da harmonia do ser, priorizando a busca por sentido e alegria.

O Tarot é uma arte milenar que, se bem utilizada, revela-se um eficiente exercício de autoconhecimento e aprimoramento pessoal.

Já foi considerado mero processo de adivinhação do qual nos servimos em busca de conselhos do dia a dia e não há problema em ser usado desta maneira.

Mas seu potencial é bem mais abrangente: interpretar o Tarot é, de certa forma, conversar com o inconsciente, um mundo que nos parece confuso, já que suas mensagens não são produtos do nosso intelecto organizado, daquilo que chamamos razão.

E esse diálogo nem sempre se manifesta de modo lógico, uma vez que o mundo inconsciente não é sequencial, linear, de causa e efeito, de passado, presente e futuro.

No entanto, são informações inestimáveis, porque não dependem da nossa escala pessoal de valores – o nosso ego – fornecendo importantes orientações para lidarmos com problemas emocionais e mentais recorrentes do nosso tempo, tais como:

  • Ansiedade;
  • Dúvidas;
  • Falta de propósito;
  • Insegurança;
  • Falta de alegria;
  • Estresse;
  • Entre outros.

Ao contrário do que se pensa, numa consulta de Tarot as cartas nunca são escolhidas “ao acaso”.

O universo é sincrônico e tudo o que existe ou ocorre nele está relacionado entre si.

A vanguarda da ciência (vide medicina vibracional) já reconhece isso em sua concepção sistêmica do Universo como um todo orgânico, considerando a mente humana como uma rede neural que codifica toda e qualquer informação do Cosmos.

Portanto, a técnica de utilização do Tarot envolve um saber cujas extensões são tão incalculáveis quanto as próprias possibilidades do nosso cérebro.

Carl Gustav Jung, um psiquiatra e psicoterapeuta suíço, fundador da psicologia analítica e um dos maiores pensadores do século XX, percorreu estes caminhos para legar ao mundo sua reveladora Teoria da Sincronicidade.

O Tarot é duplamente relacionado com o universo junguiano, uma vez que a Teoria do Inconsciente Coletivo também está presente nas bases do processo analítico do Tarot, com seus símbolos arquetípicos.

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O inconsciente coletivo na leitura de Tarot: Relação

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Foto: panida wijitpanya – istock

A contribuição de Jung para a compreensão das linguagens simbólicas do nosso mundo interior foi inestimável.

Sem desmerecer a importância da linguagem falada e escrita no processo cultural e civilizatório, ele observou, na construção do conceito de Inconsciente Coletivo, que este modelo de comunicação tão útil e eficiente em nossa vida prática era insuficiente para atender a demandas mais abstratas voltadas à nossa saúde emocional, tão necessária na manutenção do bem-estar e das boas práticas produtivas das sociedades.

Por que? A resposta está no próprio conceito da linguagem falada/escrita, que é baseada em sinais.

A diferença fundamental entre sinais e símbolos é que o sinal exprime algo definido, enquanto o símbolo nunca define. Ele sugere.

E pela sugestão nos induz, através de um processo inconsciente, a perceber e relacionar entre si elementos aparentemente dispersos, que, embora não saibamos conscientemente, estão armazenados no Inconsciente Coletivo.

Este fenômeno de apreensão e analogia ocorre em nível energético, não consciente, e pode revelar aspectos não racionais da psique, nem sempre controladas pela razão.

Portanto, podemos dizer que:

  • O sinal é restritivo, e serve à razão;
  • O símbolo é abrangente, permitindo a interpretação e a consequente comunicação com nosso mundo inconsciente.

Jung denomina Inconsciente Coletivo um conjunto de imagens primordiais, representações primitivas que são heranças de geração e que constitui os traços coletivos verificados no interior do psiquismo de cada indivíduo.

Essas imagens compõem os símbolos, que mesmo atualizados com o passar das gerações, continuam contendo a essência do seu significado na linguagem do nosso mundo interior.

Arquétipos e Arcanos na leitura de Tarot: O que são?

ícone de Arquétipos e Arcanos na leitura de Tarot: o que são

Os símbolos contidos nas lâminas do Tarot fazem parte de um acervo mental da humanidade: o Inconsciente Coletivo.

Jung chamou-os de arquétipos.

Os arquétipos são padrões estruturantes do psiquismo humano, e nem sempre estamos cientes de sua presença em nosso “arquivo mental”.

Em outras palavras, são forças instintuais que operam de modo autônomo nas profundezas da psique humana.

As mensagens do inconsciente podem aflorar espontaneamente, mas com as cartas do tarot reproduzem personagens ou situações arquetípicas.

Sua função é favorecer o fluxo do inconsciente para o consciente.

São uma espécie de alfabeto que possibilita inúmeras combinações, formando algo como “palavras”, que por sua vez poderão compor algo como frases e períodos inteiros.

Para Oswald Wirth, o conhecido ocultista e cabalista suíço (1860-1943):

“o símbolo conduz à independência.”

Somente um símbolo pode libertar o ser humano da escravidão na qual ele próprio transformou o uso das palavras e permitir que ele possa pensar livremente.

É imprescindível o uso dos símbolos se pensarmos no contato com nossas crenças e espiritualidades, por exemplo.

Portanto, os símbolos podem nos conduzir a um reencontro com o uso da palavra, de forma que esta não se torne sinônimo de prisão e restrição.

Através dessa sinergia entre símbolo e palavra, alcançamos um nível de entendimento de nós mesmos que facilita, e muito, o equilíbrio e a harmonia internos.

Assim, lidamos com mais assertividade com os desafios da vida.

O Tarô é composto de 78 lâminas, divididas em dois grupos:

  • O primeiro compreende 22 cartas chamadas Arcanos Maiores.

A palavra arcano deriva do latim arcanum e significa segredo, mistério.

Cada uma das cartas é um arcano e as figuras que ilustram estes arcanos reproduzem personagens ou situações arquetípicas, que fazem parte do acervo mental e emocional da humanidade, conhecido como Inconsciente Coletivo.

Pode-se dizer que eles repercutem a trajetória do ser humano em seu processo de evolução.

São numeradas de 01 a 21, incluindo-se entre eles o “arcano sem número”, ou “arcano zero”, que é O Louco, também chamado O Andarilho ou O Bobo.

  • O segundo grupo são os Arcanos Menores.

São as mesmas cartas dos atuais baralhos de jogo, acrescidos de uma figura, o Pagem ou Princesa, e formando igualmente quatro séries de dez lâminas numeradas de 01 (Ás) a dez, e as outras três figuras: O Cavaleiro (Valete), a Rainha e o Rei.

Estas 56 cartas se dividem em quatro sequências (ou Naipes), com quatorze cartas cada, a saber:

  1. Espadas (ou Gládios);
  2. Copas (ou Taças);
  3. Ouros (ou Pentáculos); e
  4. Paus (ou Bastões).

Esse grupo de cartas é relacionado às quatro funções da psique postuladas por Jung, respectivamente:

  1. Pensamento;
  2. Sentimento;
  3. Sensação;
  4. Intuição.

Essas imagens são verdadeiras “chaves” que, ao serem devidamente observadas, tornam-se canais de energia criativa, estimulando nossa capacidade associativa.

É justamente o exercício criterioso desta capacidade que nos permitirá analisar situações e realizar “previsões”.

É importante observar que o conceito de “previsões” que adotamos aqui está relacionada à dinâmica da causa e efeito, onde o livre arbítrio pode interferir e não há sentenças ou fatalismos.

Leia também:

Leitura de Tarot Terapêutico: como funciona a sessão?

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Foto: Oksana Zueva – istock

Você sabe como funciona a sessão de Tarot Terapêutico?

Os arcanos podem sugerir mensagens diferentes em pelo menos dois campos distintos de manifestação, ou seja, suas características favoráveis e desfavoráveis.

Nenhum deles, no entanto, significa algo definitivo.

Sua interpretação só deve ser desenvolvida a partir das relações entre eles, estabelecidas cada vez que as cartas são postas e passam a agir umas sobre as outras.

Ou seja: somente a mensagem de conjunto, fruto dessa interação, é que nos permite avaliar a pessoa, o fato ou a situação a ser analisada.

Combinado com a Psicoterapia, o Tarot oferece estímulos de introvisões através da amplificação do sentido final de cada símbolo.

Mas deixa este sentido final, como sempre, livre e sem limites, possibilitando um espaço para a expressão individual.

Por outro lado, estimula a vivência emocional de cada arquétipo, evocando grupos de sentimentos, intuições, pensamentos e sensações, localizando as figuras do Tarot na própria vida do indivíduo em conexão com seus sonhos – não só os que o visitam durante a noite, mas também com as esperanças e sonhos das horas diurnas.

Dentro do atendimento psicoterapêutico não há julgamentos ou juízo de valor.

O objetivo é acolher cada pessoa buscando o entendimento integral de suas questões – por isso é uma psicoterapia holística.

O Tarot, enquanto este conjunto de 78 cartas, é uma ferramenta que se configura como um dos mais antigos tratados de filosofia, composto exclusivamente de símbolos.

Por isso oferece uma vivência com o mundo simbólico que pode nos tornar mais conscientes da espiral progressiva de nosso desenvolvimento pessoal e global na busca pela verdadeira significação.

Então, o que é Tarot Terapêutico?

Pode-se dizer, portanto, que o Tarot terapêutico é o intermediário de um diálogo entre você e a sua vida – de maneira geral ou em qualquer âmbito que esteja causando ansiedade, angústia, tristeza ou dúvidas.

E um bom tarólogo nada mais é que um tradutor. Seguindo a sabedoria de Jung:

“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana.”

Leitura de Tarot: significado terapêutico (escolha uma carta!)

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Foto: Acervo Alessandra Barros

Escolha uma das cartas e leia o significado abaixo!

Carta 01: A Força

Você é mais forte do que pensa!

Jung disse:

“Onde estiver seu medo, aí está sua tarefa.”

Acontece que sua tarefa é aquilo que você faz de melhor, e com mais satisfação.

“Ah, mas se fosse assim, todos estariam felizes e satisfeitos cumprindo seu propósito”… Pois é.

Mas a Força mora lá, junto com o medo. Ambos são instintos.

Instintos podem ser erráticos e imprevisíveis, a não ser que andem junto com a consciência.

É preciso conhecer o medo e andar juntinho com ele pra acessar essa Força. Porque ela vem de dentro. É uma Força interior.

Não lute contra o medo, apenas coloque ele pra trabalhar a seu favor. E assim, conheça a potência da sua Força!

Carta 02: A Temperança

O tempero é o que torna uma comida boa ou ruim.

A temperatura faz toda diferença para um bom banho.

O processo alquímico de temperar compõe o estado da arte de viver.

É preciso inspiração, paciência, observação e sabedoria para equilibrar os temperos e temperaturas da vida.

Saber a diferença, o limite tênue entre ser ativo ou agressivo, paciente ou acomodado, discreto ou limitado, brilhante ou inconveniente. É simples, nem sempre é fácil, mas é totalmente possível.

Olhe pra dentro e reconheça se o tempero que você está dando pra sua vida está realmente no seu gosto.

Carta 03: A Roda da Fortuna

Destino, sorte ou escolha?

Existe uma diferença sutil, mas muito significativa entre “ciclos naturais” e “padrões repetitivos”.

Os padrões repetitivos são estruturas limitantes, rígidas e nem sempre conscientes que nos jogam nas mesmas situações limitantes, repetidamente.

São como caminhos que nos levam sempre ao mesmo beco sem saída.

Já os ciclos naturais são como espirais.

São oportunidades de experimentar o mesmo caminho de maneiras diferentes, até que tenhamos reunido aprendizados suficientes (consciência) para trilhar novos caminhos.

Jung diz:

“Até você se tornar consciente, o inconsciente vai dirigir sua vida e você vai chamar isso de destino.”

Quando identificamos nossos padrões repetitivos, temos a oportunidade de transformá-los em ciclos naturais.

E a Roda gira em espiral, nos levando a novos caminhos em direção à nossa essência, um destino mais satisfatório, sorte mais frequente e a melhores escolhas.

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