Holossoma e Multidimensionalidade
Dando continuidade ao primeiro artigo, no qual iniciamos a abordagem sobre as ciências Conscienciologia e Projeciologia, hoje vamos tratar de duas das premissas das quais partimos para fundamentar estas ciências: o holossoma e a multidimensionalidade.
Holossoma vem do grego holos que significa “todo” e soma, também do grego, que significa “corpo” – é o conjunto de veículos que a consciência usa para se manifestar nas várias dimensões. Na Conscienciologia temos a hipótese, a partir dos experimentos de projetores mais lúcidos, de termos 4 corpos: soma, energossoma, psicossoma e mentalsoma.
Soma
É o corpo físico que se manifesta na dimensão intrafísica. É o mais conhecido por todos nós, pois podemos tocá-lo, sentir calor, frio, prazer ou dor através dele. Com ele executamos tarefas das mais diversas diariamente: vemos, ouvimos, tocamos, sentimos o gosto do que provamos, percebemos os cheiros. É por meio dele que evoluímos nesta dimensão intrafísica; com ele interagimos com todos ao nosso redor. No processo evolutivo, é este um corpo de suma importância, por tratar-se do veículo que proporciona as oportunidades evolutivas, especialmente com os desafetos de outras vidas, predispondo-nos às reconciliações e recomposições. Aliás, para isso recomendamos o livro “Autocura através da reconciliação” da professora Málu Balona.
Energossoma
É o corpo das energias, por meio do qual nos manifestamos, enquanto consciência, energeticamente. Através de nossas energias, nas interações do nosso dia a dia, realizamos assimilações e desassimilações. Ou seja, ao mesmo tempo em que exteriorizamos nossas energias em direção ao outro, ele também o faz em direção a nós – estando lúcidos ou não captando pensamentos, emoções e energias um do outro. Assim também, a outra consciência absorve nossas energias e, nós as dela, em uma troca constante.
Dessa forma, se pararmos para refletir, começaremos a entender uma série de situações pelas quais passamos diariamente e não entendemos muito bem o porquê delas acontecerem: quando vamos atender ao telefone e, de algum modo, já sabemos quem é (sem mesmo olhar no visor do celular); quando alguém que mora em nossa casa está prestes a chegar, mas, ainda distante fisicamente, e nosso cão vai para a porta, começando a latir; quando encontramos um amigo e, antes mesmo de ele começar a falar, já nos passa uma sensação ruim ou uma dor de cabeça, a qual nos faz prever que ele não está bem; quando entramos num ambiente cabisbaixos por algum problema que não conseguimos resolver e, “de repente”, nos sentimos melhores, mesmo antes de saber que ali as energias estão em harmonia, devido a um acontecimento feliz que ocorreu antes da nossa chegada. Estes são alguns indícios que, por hipótese, são captados pelo energossoma.
Algumas áreas da medicina, tais como a Acupuntura e a Homeopatia, que milenarmente tratam os pacientes, entendem que não somos só o soma, mas somos constituídos também de uma rede de canais energéticos: as energovias. Por elas circulam as energias que revitalizam nosso corpo físico, as quais, uma vez desestruturadas, podem nos adoecer intrafisicamente, somatizando o desequilíbrio energético nos mais diversos pontos distribuídos pelo energossoma.
Psicossoma
É o corpo em que armazenamos as emoções acumuladas ao longo de diversas existências, tanto na dimensão intrafísica, quanto na extrafísica. É ele o responsável pelas nossas alegrias, tristezas, ansiedades e medos, normalmente atrelados a situações vivenciadas de modo nem sempre equilibrado e que, por isso, ficam vincadas neste corpo.
É um corpo mais sutil, mas que apresenta a mesma forma do soma, contudo também de extrema importância. Ao contrário do soma e do energossoma, que são descartados a cada ressoma – ou seja, a cada vez que renascemos na dimensão intrafísica para darmos prosseguimento ao nosso processo evolutivo -, continuamos sempre com o mesmo psicossoma, vida após vida, carregado das emoções vividas.
Para corroborar a hipótese da existência deste veículo de manifestação, vejamos alguns exemplos: quando rompemos o relacionamento com alguém e sentimos uma dor inexplicável quase tão tangível quanto à dor física, não estaríamos justamente percebendo as emoções que estão neste corpo? E quando fazemos algo realmente importante que nos deixa muito eufóricos, não sentimos algo que vai além das reações químico-biológicas características do soma? Por hipótese, condicionamos este corpo das emoções ao sentir determinadas sensações repetidamente por automimese a cada ressoma.
Assim, quando nos manifestamos predominantemente com este corpo, trazemos à tona, na maioria das vezes, emoções que estavam soterradas sob os escombros das múltiplas vidas e que, por vezes, nem sabíamos que estavam vincadas neste veículo. Na dimensão extrafísica, através das projeções mais ou menos lúcidas, é por este corpo que nos manifestamos, só que de uma forma mais expandida, uma vez que não há mais o restringimento do soma. Desse modo, manifestamo-nos como realmente somos, tanto com nossos potenciais (traços força), quanto com nossas fragilidades (nossos traços fardos), expondo tudo aquilo que sentimos, pensamos, bem como nossas energias conscienciais.
Em outras palavras, se passarmos nosso dia em equilíbrio emocional, à noite, ao nos projetarmos na dimensão extrafísica de psicossoma, a probabilidade de nos manifestarmos equilibradamente, buscando aproveitar as oportunidades evolutivas naquela dimensão, são maiores; já, se passarmos nosso dia às voltas com embates diversos, pensando mal daqueles que nos cercam, é muito provável que nossas projeções no extrafísico sejam conturbadas em um nível dimensional mais egocêntrico, onde inclusive outras consciências igualmente projetadas ou já dessomadas, as consciexes (consciências extrafísicas) desfrutam do mesmo padrão de desequilíbrio emocional que o nosso, por afinidade.
Mentalssomático
Atua na dimensão correspondente e não possui forma, bem como não está condicionado às medidas de tempo e espaço como o soma. Manifestamo-nos através dele toda vez que fazemos uso da razão, buscando, com lucidez e discernimento ampliados, resolver as questões do dia a dia de forma mais racional, sem os emocionalismos que minam nossa capacidade de decisão. Pelo mentalsoma somos capazes de ampliar nossa intelectualidade, mas não somente no sentido acadêmico do termo, até porque podemos ser autodidatas, buscando sempre aprimorar nossa evolução através da pesquisa de fatos e parafatos que corroborem nossas vivências multidimensionais. Na manifestação pelo mentalsoma conseguimos ver mais além, planejando nossas ações e até mesmo vislumbrando as mais diversas possibilidades de realização de projetos futuros.
Na dimensão mentalssomática, através de uma projeção de mentalsoma, manifestamo-nos de modo integral, pois temos a possibilidade de nos sentirmos unos com outras consciências que já não mais precisam dos veículos mais densos para se manifestar (descartados na 1ª[soma], 2ª[energossoma] e 3ª[psicossoma] dessomas), visto que permanecem naquela dimensão, porque não necessitam mais usufruir do Ciclo Multiexistencial, tendo já atingido o estado de Consciência Livre. Bom, mas isto já é assunto para outro artigo.
Em suma, para nós, estudiosos e praticantes das pesquisas e autopesquisas da Conscienciologia e da Projeciologia, exercitar os atributos de cada um desses veículos de manifestação, não só em suas dimensões correspondentes como no aqui e agora (uma vez que entendemos que estão, os quatro encaixados enquanto estamos acordados, isto é, em vigília física ordinária [VFO], e desencaixados quando estamos projetados), pode, se bem utilizados, tais atributos, levar-nos a patamares evolutivos inimagináveis para além da dimensão intrafísica, a qual somente considera válido o paradigma materialista.
Desse modo, o paradigma consciencial, baseado nas premissas da multidimensionalidade e do holossoma, abre possibilidades e hipóteses viáveis para um entendimento mais integral da consciência, bem como, de suas manifestações nas diversas dimensões. E é sempre bom lembrar que o maior mérito disso é sabermos que podemos fazê-lo de modo autônomo, através da autopesquisa, experimentando e tirando nossas próprias conclusões acerca destes veículos de manifestação, bem como das dimensões, trocando nossas vivências com outros projetores mais, ou menos, experientes que nós, a fim de alavancarmos nossa evolução, e daqueles que nos cercam, através do esclarecimento lúcido de que é possível haver, de fato, muito mais entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia.