Eu Uníssono
IVAN que é também João, Marcos, Tadeu, Paulo, Sérgio, Mauro, Mateus…
MÁRCIA que é também Laura, Celma, Joana, Priscila, Isabel, Ana…
Uma identidade fragmentada em uma multidão de pequenos “eus” separados, que em geral ignoram-se, pouco se relacionam, são hostis uns para com os outros, exclusivos e incompatíveis. Alternam-se entre si, lutam por supremacia, reagem às influências exteriores e raramente mantêm uma mesma linha de conduta; fato imperceptível a um indivíduo ausente de si mesmo, o qual vive à mercê do último “eu” que se apresentou.
Nascemos com um instinto apurado e autossuficiente e lançamos mão dele para sobreviver. No decorrer da vida colhemos impressões e cognitivamente aprendemos por associações, a fim de concebermos desejos, emoções e pensamentos.
Construímos uma autoimagem recheada de pequenos “eus” consolidados a partir da ressonância com o mundo exterior que nos cerca, o meio em que vivemos, as relações que cultivamos, a cultura que partilhamos, a acidentalidade inerente à vida. Neste processo, frequentemente incorremos no afastamento de nossa identidade original, do ponto de confluência com o EU, sua mais pura manifestação e totalidade.
A cada novo momento surge um desejo, uma emoção, um pensamento, uma sensação, que são governadas por partes distintas, pela pluralidade de “eus”, concebidas por tais impressões colhidas ao longo da vida. Assim, reagimos de forma inesperada e descomprometida a decisões tomadas, acordos manifestados, objetivos delineados, compromissos assumidos,… contraímos “dívidas” que nos fragilizam, enfraquecem, distorcem o foco… um saldo que de uma forma ou de outra terá que ser quitado.
A consciência passa a assumir o papel de cobrar os atos materializados pelo inconsciente e não sobra tempo para ser dedicado ao autoconhecimento. Passamos o tempo nos desculpando, correndo atrás do prejuízo, sem foco para riscar a rota que realmente importa a nossa existência.
O automatismo e a ausência de unidade impossibilitam a ESCOLHA e a capacidade de FAZER por SI, fazer o ACONTECER de fato.
UNIDADE, alia-se à evolução, autoconhecimento, autorrealização. O EU é uníssono ao universo. O homem contém a possibilidade de sua evolução em si mesmo, um poder próprio, individual que deve trabalhar alinhado ao poder do universo, transcendente, que atua em outra esfera e que mantém o leme da navegação em suas mãos. Unificar-se é saber para onde o vento sopra e sincronizar as frequências de um caminho que se faz sobre nossos pés, passo a passo, no vazio da consciência, no silêncio existencial.
Encarar o desafio da fusão é de único e exclusivo interesse de cada indivíduo e exige a superação de obstáculos intrínsecos à necessidade de crescimento de cada um. O embate é consciente e só acontece quando o próprio indivíduo se dá conta de sua atual situação e do poder próprio que tem para modificá-la. Só acontece quando o indivíduo toma posse de sua Identidade Original, sua Consciência Real, sua Vontade, seu Poder de Fazer. Este processo não é em nada acidental, nem mecânico, e um conhecimento meramente instintivo está longe de ser suficiente para promover a desconstrução dos “eus” e unificação do SER.
Um olhar adormecido, apático e sem consciência, cria ações correspondentes. TUDO acontece, nada se faz e o resultado invariavelmente desagrada.
É inevitável acessar um estado indizível de “SÓ SER” para alcançar a UNIDADE no EU. Nos estados de solidão essencial é possível fruir naturalmente de uma sensação indescritível de liberdade dos “eus” e usufruir de lampejos de presença do EU em sua unidade atemporal e inespacial, uma referência de existência e possibilidades.
Já experimentou um caminho desconhecido dentro de si mesmo, nunca antes desbravado, para aflorar o encontro com o EU e materializar seus potenciais adormecidos!?
Que tal caminhar com seu TODO (corpo, desejo, emoção, pensamento) coeso em direção a um universo novo, sem expectativas, com intuito de encontrar paz e resignificar seu modo de existir?
Um caminhar sem colheita… apenas com observação.
Só o EU inteiro, permanente, indivisível é LIVRE. A liberdade exalta a vida e infere plenitude a partir de escolhas reais.
Sugiro a visualização de um vídeo amador de minha autoria publicado em meu Blog Veia Cilíndrica: QUEM É VOCÊ?