Equilíbrio emocional – por que sentir?
“É com o coração que se vê corretamente; o essencial é invisível aos olhos.”
(Saint-Exupery, 1943)
A ciência diz que temos dois cérebros: um racional, outro emocional.
O racional traz as informações do tempo, as leis dos homens, inteligência, cultura, religião, justiça e ética. Enquanto o emocional remete ao espaço, emoções, sentimentos, contato físico (metabolismo), satisfação, necessidades básicas, segurança e experiência emocional.
As informações geradas em cada um desses centros é que fazem nosso movimento na vida e o diálogo entre o nosso cérebro racional e emocional, ditam nosso equilíbrio emocional.
Essa elaboração é gerada em uma área de nosso cérebro denominada amígdalas cerebrais e hipocampo, onde é medida a intensidade e a urgência das informações vindas, ou de nossa própria memória (tempo), ou de nosso espaço (sentidos).
O estímulo nervoso gerado nesse e por esse centro, pode nos manter desde em um estado de serenidade, de calma, clareza, raciocínio lógico; ou agitados, inseguros, acuados, em sentido de pressa/urgência; e, até mesmo, gerar um “sequestro cerebral”, onde perdemos a noção e a consciência de “tempo e espaço”e passamos a agir somente no instinto de sobrevivência irascível, pânico, ira, fúria e paixão. Isso pode durar desde milésimos de segundo ou por mais tempo, de acordo com o histórico de cada pessoa.
Esse centro cerebral funciona como o intermediário entre os dois cérebros, decodificando e elaborando as informações de ambos e enviando estímulos nervosos ao nosso corpo, aos órgãos, através das funções nervosas simpático/parassimpático, como podemos observar na B.S.N.A (Banda do Sistema Nervoso Autônomo, parte do sistema nervoso que controla as funções básicas do corpo, como a respiração, por exemplo).
O estímulo nervoso em cada órgão de nosso corpo é sempre constante, quando esse estímulo chega a um órgão com o predomínio de uma das duas funções acima, observamos um desequilíbrio, o qual pode gerar sintomas.
Tomamos como exemplo o órgão fígado. Como sabemos, além de cumprir todas suas funções metabólicas, também é nosso processador emocional! É nesse órgão que sentimos a intensidade emocional, nos apaixonamos pelo fígado e odiamos por ele, nos sentimos mais ou menos motivados e interessados. Portanto, quem dá a última palavra do corpo é o fígado, “gostei, não gostei”.
Precisamos da emoção para aprender
Sem ela, não existe aprendizado, só decoreba e repetição, é a intensidade emocional que nos faz acreditar no novo, sem ela fica difícil mudar uma crença.
O equilíbrio emocional nos leva a vivificar o que compreendemos como fé. Sem a emoção, a fé fica só na devoção.
Um predomínio simpático tônico no fígado pode gerar alterações no colesterol, pressão alta, ansiedade, impaciência, angústia, entre outros. Quando é parassimpático tônico, podemos observar uma eliminação lenta, apatia, sistema digestivo lento.
Como vemos, a emoção é um estado mental e fisiológico associado a uma ampla variedade de sentimentos, pensamentos e comportamentos.
A palavra “emoção”deriva do latim emovere, onde e (variante de ex) significa “para fora” e movere significa “passar”. O termo relacionado“motivação” também é derivado de movere, ainda do Francês émotion; inglês, emotion; e do italiano, emozione.
É somente através da intensidade emocional que podemos modificar uma crença. Este é o princípio de toda psicoterapia.