Conflito interior – A finalidade do questionamento
O autoconhecimento passa por uma distinção de partes em si, especialmente no que diz respeito ao “FORA” e ao “DENTRO”. É o ambiente externo que provoca, estimula, extrai o SER que habita o interior. Sem o “FORA” e sua interferência não há autoconhecimento. Todavia, há que se ter certa autonomia em relação às influências exteriores para expressão indentitária do EU.
O desvelamento das qualidades interiores, da identidade original, da natureza espectral de cada indivíduo é acessado por um olhar questionador para si mesmo, por um atrito, pela luta entre o “sim” e o “não”, pelo sacrifício do que é precioso, por renúncias e privações… até que o sistema como um todo compreenda suas necessidades inatas, suas escolhas, suas respostas… até que a consciência assente, até que o “DENTRO” e o “FORA” estejam totalmente delimitados, interagindo íntima e plenamente.
Nossos questionamentos são epocais e há de existir uma infinidade de respostas possíveis, consoantes com as fases da vida, com o processo de amadurecimento, com o nível da busca interior… uma infinidade de conflitos fundamentais que devem ser geridos com observação, atenção e vitalidade. É o trabalho árduo e repetitivo que consolida, cristaliza a unidade interior e autentica o conhecimento de si mesmo.
A cristalização de nossa consciência de EU incita indagação. O inquérito a si mesmo materializa a tese do modelo que nos organiza, recorda as memórias violadas, as emoções não nomeadas, os bloqueios construídos, as primeiras formas de interação com o mundo… nosso registro de funcionamento.
Facilmente nos enganamos com nossa autoimagem, uma lacuna nos separa de nossas primeiras impressões da infância… sentimentos e emoções não nomeadas constroem uma carapaça emocional que nos impede de auto amar com nossa sensibilidade original… perdemos a capacidade de SER na essência… de querer as coisas com uma vontade inicial e substantiva… a ação passa a ser controlável. Tudo vira um sonho sem capacidade de realização. Justificamo-nos, culpamos um ao outro, responsabilizamos o Universo pelo todo… sem ao menos fazer nossa parte.
O conflito interior que resignifica, que recicla a sobra – tudo que é excessivo e intoxica, que não pode ser assimilado – é essencial. Nem tudo que vem do exterior é passível de aproveitamento, mas tudo que vem do exterior interfere no seu processo de amadurecimento.
A luta interior é capaz de operar uma mutação em nossa maneira de existir, de nos encorajarmos a adentrar em nosso labirinto interior e passear pelo enigma ainda não decifrado em segurança.
Infindas são as respostas…
Que tal pensar numa descaracterização de si mesmo antes de identificar seu EU!?
Sugiro a leitura de um texto poético, REALIDADE, de minha autoria publicado em meu Blog Veia Cilíndrica – Clique aqui para acessar!