Como é possível lidar com o conflito? 5 Dicas!
Você sabia que a forma como é possível lidar com o conflito determina como nos sentiremos com relação a ele?
Vou começar com um alerta:
Este artigo é apenas para os corajosos. Aqueles que realmente querem assumir o protagonismo das suas vidas.
Se você não quer sair da zona de conforto pare de ler agora! Pode ser que ele te mostre coisas que você não queira ver.
E quando tiramos o véu da ignorância de determinado assunto, não conseguimos mais voltar atrás e enxergar novamente como antes.
O caminho do autoconhecimento é um caminho sem volta.
Uma vez que descobrimos coisas sobre nós mesmos não conseguimos voltar atrás e não ver mais.
Dado o recado, vou começar falando sobre o que é um conflito. Boa leitura!
Índice
Conflito: Significado!
Um conflito é um desentendimento entre duas ou mais pessoas, resultado de uma falha na comunicação, ocasionada por uma falta de consciência pessoal.
Portanto, para entender a verdadeira causa de um conflito, é necessário voltar a atenção para o nosso mundo interno.
Como é possível lidar com o conflito: autoconhecimento
Primeiramente você precisa se conhecer:
- Saber quem você é;
- O que você gosta;
- Como é o seu ciclo emocional;
- Quais são os padrões de reação que foram gerados pelos seus traumas…
Para então entender o que você precisa.
Como é possível lidar com o conflito: autocuidado
Quando entender o que precisa, foque no autocuidado, assumindo a sua verdadeira responsabilidade.
Cuidar de si é se respeitar, lidar com as emoções da maneira que melhor funciona para você e se tratar da melhor forma possível.
Já parou para observar como fala consigo mesmo? Você trata os outros melhor do que trata a si?
É essencial cuidar de você da melhor forma possível em todos os detalhes.
Não é difícil e não tem nada de extraordinário para ser feito.
O simples é muito profundo e transformador.
Se não temos autoconhecimento e autocuidado ocorrem as projeções. Esse é um ponto muito delicado e importante de ser mencionado.
Como é possível lidar com o conflito: projeções
Toda a angústia surge de uma insatisfação pessoal.
Porém, como a angústia é muito abstrata e, por isso, muito difícil de visualizar e lidar, temos a tendência de projetá-la em alguém ou em alguma situação para que possamos nos aliviar pensando:
“Ah, agora estou vendo a causa do que eu estou sentindo!”
E então, pensamos que se aquela pessoa mudar eu vou ficar bem, se aquela situação se resolver eu vou ficar bem… e a pessoa pode até mudar, a situação pode até se resolver, mas a angústia continua ali.
Ela só pula de uma pessoa para outra, de uma situação para a outra.
Então como posso resolver a angústia efetivamente?
Olhando para si mesmo. Entendendo o que em você está incomodando.
Imagine passar a vida inteira esperando o outro mudar para ser feliz?
Na terapia eu tenho um mantra: “o outro não irá mudar”. Obviamente eu sei que as pessoas podem mudar, eu vejo isso todos os dias no meu trabalho, mas é irracional colocar a mudança do outro como condição para a nossa felicidade.
Tanto porque o outro mudar não vai resolver, como já dito anteriormente.
Tudo aquilo que te incomoda ou que você admira no outro só chama a sua atenção porque existe em você.
Faça este exercício:
- Lembre agora de alguém que tem determinado comportamento que te incomoda e outra pessoa que tem um comportamento que você admira.
- Agora olhe para você e encontre o incômodo e a admiração.
É como num sonho.
Quando sonhamos com determinada pessoa, recebemos uma mensagem do nosso inconsciente no formato daquela pessoa.
Não significa que ela está invadindo o seu sonho, mas que aquilo que ela representa para você está se manifestando naquele momento como um recado do seu inconsciente.
Assim, o que diz se eu vou gostar ou não de alguém é quem eu me torno quando estou na companhia desta pessoa:
- Se eu gosto de quem eu sou quando estou com ela, logo eu sinto que gosto daquela pessoa.
- Quando eu não gosto de quem eu sou quando estou com ela, eu acredito que não gosto daquela pessoa.
Mas porque aquela pessoa que eu não gosto tem amigos e pessoas que a admiram?
Porque essas pessoas não têm projeções desagradáveis na presença dela.
Quando você tem autoconhecimento e autocuidado, aí sim será capaz de trocar com o outro por meio de uma comunicação consciente.
Como é possível lidar com o conflito: comunicação consciente
Quando penso em comunicação consciente eu me lembro imediatamente de dois autores muito importantes na psicologia humanista: Carl Rogers e o seu aluno Marshall Rosenberg.
Enquanto Rogers, por meio da sua teoria chamada Abordagem Centrada na Pessoa nos ensina qual a postura que devemos ter diante do outro, Rosenberg, através da Comunicação Não-Violenta fala da comunicação consciente propriamente dita.
Para Rogers, quando estamos em equilíbrio emocional, temos o impulso para buscar o crescimento pessoal e resolver sozinho todos os conflitos que aparecerem.
Dentro da sua abordagem, existem três condições, essenciais e suficientes, que geram conexão, transformação e autonomia entre as pessoas:
- Congruência;
- Compreensão empática;
- Aceitação condicional.
Ser congruente é ser verdadeiro com os nossos sentimentos e emoções.
É estar disponível para viver integralmente tudo aquilo que chegar para nós na troca com o outro.
O que auxilia o outro de verdade são os sentimentos expressados na conversa. São os sentimentos que conectam as pessoas.
Aceitar o outro incondicionalmente não significa concordar com o que a pessoa fez, mas estar disponível para acolher os seus sentimentos.
Essa é a condição que encoraja e possibilita a transformação.
Todos nós acordamos querendo ser felizes. Porém, quando acreditamos em fantasias da nossa mente, podemos buscar essa felicidade de um jeito torto.
Isso não justifica de modo algum que alguém faça mal a outra pessoa.
Mas se for investigar profundamente, aquela pessoa estava numa busca desesperada pela sua felicidade.
Por fim, a compreensão empática, responsável por dar autonomia para o outro, é ouvir verdadeiramente.
Você lembra qual foi a última vez que ouviu alguém de verdade?
Ouvir não é contar a sua história, não é dizer que com você foi pior, não é querer resolver o seu problema ou tentar explicar estatisticamente por que isso aconteceu.
Já Rosenberg estabeleceu quais são as etapas para uma comunicação não-violenta diante de um conflito:
- Observação;
- Sentimentos;
- Necessidades;
- Pedido.
Observação: observar o contexto da situação como um todo sem julgar ou avaliar.
Quais são os fatos?
Se você julga o outro, entende como uma crítica e imediatamente se coloca na defensiva e fica indisponível para a troca.
Devemos também evitar usar palavras que generalizam:
- Sempre;
- Nunca;
- Jamais;
- Entre outros.
Por exemplo: “você nunca lava a louça”. Se a pessoa lavou a louça uma vez a afirmação já é falsa.
Sentimentos: após observar, eu preciso identificar quais os meus sentimentos envolvidos na situação.
Quando expressamos os sentimentos nos conectamos com o outro.
Necessidades: Agora que sei o que eu sinto dentro desse contexto, eu preciso identificar quais são as necessidades ligadas aos meus sentimentos.
Exemplos:
- Descanso;
- Reconhecimento;
- Aprovação;
- Acolhimento;
- Entre outros.
Pedido: Expressar o que eu sinto de forma clara, sem indiretas ou querendo que o outro adivinhe a minha necessidade.
Porém, se seguirmos todos os passos, quando chegamos no pedido, entendemos se o que precisamos realmente é algo que o outro pode nos dar.
Se a minha necessidade é de reconhecimento, não adianta nada o outro me reconhecer se eu mesma não o faço.
Posso até ficar animada por alguns minutos, mas depois volto a me sentir como antes.
Resumindo… para conseguir lidar com um conflito de forma positiva e construtiva eu preciso antes de tudo saber quem eu sou para entender o que eu preciso, além de assumir a responsabilidade pelo meu cuidado pessoal, para, aí sim, me comunicar com o outro de maneira consciente.
Como podemos olhar para os conflitos?
Num processo terapêutico, quando olhamos para um trauma de uma perspectiva temos um determinado sentimento, se passamos a olhar de outro ponto o sentimento muda e a sensação que temos é que mudamos a história sem mudar o que aconteceu.
Isso é ressignificar!
Para que ocorra uma transformação efetiva na nossa vida, precisamos estar dispostos a nos questionar e a sair do lugar onde estamos.
Existem quatro maneiras diferentes de olhar para um conflito:
Vitimismo
Nesse lugar não entendemos por que estamos passando por isso. Colocamos a culpa do nosso sofrimento no outro.
Ficamos remoendo o que aconteceu e o que deveríamos ter dito e repassando aquilo na nossa cabeça durante dias, meses, anos e até mesmo durante toda a vida.
Aqui perdemos toda a nossa força e autonomia.
Claro que o lugar de vítima envolve alguns ganhos secundários, como, por exemplo, pessoas fazendo as coisas por você, atenção e carinho.
Porém, esse é um lugar de manipulação e autopunição.
Vale ressaltar aqui que quando você se pune para chamar a atenção do outro, atrasa a sua vida, enquanto a outra pessoa segue com a vida dela e não é prejudicada em nada.
Controle
Acredita que a sua forma de ver o mundo e resolver as situações é a melhor.
Acha que sabe como resolver a vida das outras pessoas e sabe o que é melhor para elas.
Porém, o tempo todo o mundo fica mostrando que ele não tem o controle de nada e, ao invés de investir a sua energia para o seu crescimento pessoal, gasta tudo cuidando da vida dos outros.
Esse é um lugar lhe traz muito desgaste e frustração.
Ilusão
É quando a pessoa escolhe não olhar para o conflito, como se ele não existisse.
Ela engole todos os seus sentimentos e emoções desencadeadas pelo conflito e segue com a sua vida. Isso é mais comum do que se pode imaginar.
Nós precisamos aprender a identificar e nomear os nossos sentimentos e não são todas as pessoas que recebem essa educação, visto que os próprios pais não sabem como fazê-lo.
Porém, esse movimento nos torna refém do nosso inconsciente.
O inconsciente, de alguma forma, precisa fazer o trabalho de jogar para fora todo o lixo emocional que engolimos.
E as formas que o inconsciente tem de fazer isso não são muito legais.
Antes de falar de cada uma delas, só quero esclarecer que o inconsciente, segundo Freud, é uma estrutura do nosso aparelho psíquico.
E diferente do que imaginamos, ele não está escondido num lugar de difícil acesso que ninguém consegue ver.
Muito pelo contrário!
Ele está visível para todo mundo que encontramos. O inconsciente é aquilo que mais se manifesta em nós.
Mas para a pessoa “dona do inconsciente” conseguir vê-lo, é necessário uma certa disposição e coragem.
De acordo com Freud, as manifestações do inconsciente são:
- Chistes: sabe aquelas piadinhas sem graça com fundo de verdade? Elas são uma manifestação do inconsciente. A pessoa ficou incomodada com algo que você fez e em vez de sentar e conversar fica dando indiretas;
- Atos falhos: quando trocamos uma palavra por outra que lembra aquilo que nos incomodou e sufocamos;
- Esquecimentos: podemos simplesmente esquecer, deletar algo muito importante. Por exemplo: a namorada se incomodou quando o seu companheiro elogiou a sua amiga e continuou agindo normalmente. No dia do aniversário dele, ela esqueceu de comprar o presente. Ela sentiu que ele não merecia;
- Sintomas psicopatológicos: em casos mais graves o incômodo pode se transformar em uma crise de ansiedade, de pânico, depressão…;
- Sintomas físicos: também pode aparecer como uma dor de cabeça, dor de estômago e até uma doença mais grave.
Oportunidade para crescimento pessoal
Os conflitos funcionam como portais de autoconhecimento e crescimento pessoal.
Eles nos mostram exatamente aquilo que precisamos olhar em nós mesmos.
O que importa verdadeiramente é apenas aquilo que o conflito gerou em mim.
O processo terapêutico nos auxilia a aproveitar a situação como oportunidade de crescimento, porque se não temos um trabalho anterior de autoconhecimento, temos a tendência de paralisar quando chegamos no lugar de incômodo.
Acionamos as nossas defesas reativas e não conseguimos sair do lugar.
Um terapeuta irá atuar como um facilitador e ajudar a continuar seguindo.
Quando entendemos os conflitos como uma oportunidade de crescimento pessoal, a vida fica mais leve e fluida. Conseguimos colocar cada sentimento no seu lugar e encontramos a liberdade de ser quem somos.
Sendo assim, agora podemos dar algumas dicas relacionadas aos conflitos mais específicos.
Como é possível lidar com o conflito? 5 dicas!
Veja dicas práticas para lidar com o conflito em sua vida!
Dica 1. Conflito positivo: Mude a forma que olha para as situações
Todo conflito pode ser positivo se encarado como uma oportunidade de crescimento pessoal.
As situações podem ser modificadas, os ângulos podem ser ressignificados. Utilize a dificuldade como uma forma de construir a sua resistência.
É como tomar banho frio todos os dias: pode ser doloroso, mas te dá resultados positivos no viés físico e até mental (como alívio da depressão).
Dica 2. Como tornar um conflito de interesses em um conflito construtivo?
Quando ambos envolvidos conseguem aderir à comunicação consciente, o conflito será benéfico e ajudará a chegar mais longe.
Siga as dicas supracitadas: exerça a comunicação não violenta com escuta ativa.
Assim é possível transformar o conflito de interesses para algo útil dos dois lados.
Dica 3. Como evitar conflitos no trabalho?
Preste atenção em si e observe o que está te incomodando.
Entenda se você está projetando outros papeis nos seus chefes ou colegas de trabalho.
Lembre-se: seu chefe não é o seu pai!
Dica 4. Como lidar com o conflito familiar?
Entendendo se você está ocupando o seu lugar.
Uma família vive em harmonia quando cada pessoa ocupa o seu lugar e não interfere nas responsabilidades dos outros.
Dica 5. Como é possível lidar com o conflito pessoal?
Auto-observação com objetividade.
Fazendo terapia você consegue mais velocidade no seu processo e ainda tem o auxílio de um terapeuta facilitador que ajudará a passar pelas suas defesas.
Portanto, não esqueça:
Para que a transformação ocorra é necessário sair do lugar onde está e mudar de perspectiva.
Querer ter razão é permanecer sempre no mesmo lugar.
Se você sente o chamado para iniciar o caminho do autoconhecimento, para entender o que precisa fazer por si mesmo(a) e construir relacionamentos mais saudáveis na sua vida, agende uma sessão terapêutica online no Guia da Alma.